Capítulo Nove

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Vi a ambulância entrar rapidamente no hospital. Eu sussurrava a todo instante que tudo ficaria bem, mas você não estava mais me ouvindo.

Sua família estava lá. Enquanto sua mãe e irmãs me abraçavam, choravam e diziam palavras de conforto, seu pai me encarava com um olhar frio. Seus olhos estavam cheios de puro ódio.

No momento que ele se aproximou, meu corpo todo congelou. Como em um piscar de olhos, só pude sentir uma certa dor em meu rosto. Seu pai desferiu um soco em minha face, me fazendo sentir um grande ardor. Gritava palavras de ódio. Dizia que eu era o culpado. Que eu deveria estar em seu lugar.

Todas as tentativas de aproximação com ele estavam se desvaíndo.

E ele não estava errado. Eu que deveria estar no seu lugar.

Vejo uma enfermeira se aproximar. A mulher estava com uma aparência cansada, como se não dormisse há um bom tempo.

"Nós fizemos tudo que estava em nosso alcance, mas não conseguimos salvá-la... eu sinto muito" - ao ouvir palavras tão duras, sua mãe começou a chorar desproporcionalmente, enquanto suas irmãs a abraçavam.

Eu não podia acreditar naquilo, e nem queria. Eu não queria te perder. Tudo aquilo era minha culpa.

Maldita hora que peguei meu celular, maldita hora que te pedi para que ficasse no meio da estrada. Maldita hora que tive a ideia de tirar aquela foto.

Eu nunca me perdoaria pelo o que fiz. Eu te perdi, eu causei a sua morte.

E tudo que eu queria naquele momento, era estar em seu lugar.

Memories • 𝐋𝐮𝐚𝐧 𝐒𝐚𝐧𝐭𝐚𝐧𝐚 𝐞 𝐃𝐞𝐦𝐢 𝐋𝐨𝐯𝐚𝐭𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora