alguns meses depois
Faltavam algumas semanas para a estreia da peça. Pete não conseguia parar de pensar nisso. Lutava com uma importante questão, seus pais. Uma parte de si queria convidá-los para aquele especial dia. Queria que eles ficassem orgulhosos, mesmo que isso fosse com algo que não suportavam, finalmente havia encontrado algo que gostava e era bom nisso. E o mais importante: queria que eles conhecessem Patrick. Ele só tinha tomado coragem para falar sobre sua sexualidade 3 anos após o incidente com o paparazzi. Depois de tanto tempo, ele havia encontrado a pessoa certa. Alguém que podia contar quando fosse necessário. Alguém que o aceitava por quem era.
- Você está muito pensativo.
Ele se virou para ver o garoto deitado ao seu lado. Um sorriso se formou ao lembrar da noite anterior. Uma das melhores de sua vida, assim como a maioria dos momentos ao lado dele.
- Você sabe que só penso em ti.
- Boa tentativa, mas eu te conheço. Sei que tem algo te incomodando.
Tocou levemente em seu nariz e se ajeitou, colocando a cabeça sobre o peito do moreno.
- É sobre meus pais...
- O que tem eles?
- Queria que eles vissem a peça. Mas não sei se é a melhor opção. Eles atraem atenção e não quero isso. Só queria que eles ficassem orgulhosos de mim.
- Você sabe que sou péssimo com conselhos!
- Mas você perguntou...
- Estou brincando, Petey, porém, acho que não posso te ajudar. Só quero que saiba que não vou ser como seu outro namorado. Estarei ao seu lado, não importa o que aconteça.
Ele se amavam tanto! Era impossível esconder. Porém, nunca declararam explicitamente. Algo os impedia, por mais que não soubessem o que era.
- Obrigado. Por tudo.
Sorriram. Nunca se cansavam disso. De se amar. De sorrir. De estar ao lado do outro.
- Pense sobre isso, ok? Vou tomar um banho. Já volto.
Patrick depositou um beijo em sua testa e saiu, deixando-o sozinho com seus pensamentos. Se tinha uma coisa com a qual ele não era bom, era lidar com sentimentos. Ainda mais quando envolviam tantas questões. De um lado, sua liberdade poderia estar em risco. Do outro, teria a vida que sempre quis. Sempre que se falavam por telefone, eles evitavam tocar assunto do curso. Sabiam que ele só tinha feito aquilo para irritá-los. O problema era que ele não se sentia mais assim.
Ele não queria mais se esconder. Era isso. Iria chamar seus pais para a estreia. Iria levar Patrick para conhecê-los. E faria isso agora.
Levantou-se, indo até o banheiro.
- Trick, nós vamos para Los Angeles.
- O que? – perguntou, cobrindo seu corpo com as mãos.
- Você realmente acha que precisa esconder algo? Meio que já vi tudo mesmo.
Suas bochechas pálidas ficavam vermelhas.
- De qualquer forma, já tomei minha decisão. Vou chamar meus pais, mas quero fazer isso pessoalmente. E te quero ao meu lado.
- Isso é maravilhoso. Espera, vamos hoje?
- Claro. Sou rico, posso ir quando quiser. Queria chegar de surpresa no escritório do meu pai, então poderíamos chamar minha mãe para jantar.
O brilho nos olhos do moreno era algo que Patrick adorava ver. Ele quase nunca exibia aquilo. Naquele momento, era tão precioso. Parecia um adolescente querendo orgulhar os pais. Por mais que não admitisse, esse era seu maior sonho.
- Ok, bebê.
- Você sabia que adoro quando você me chama assim, não é? – aproximou-se, colocando os braços ao redor do pescoço do menor.
- Não sabia... acho que você precisa me mostrar...
Ambos sorriram.
- Que tal te mostrar enquanto tomamos banho?
- Uma ótima ideia...
--
O ruivo fitava seu namorado. Parecia tão diferente usando aquele terno. Por mais que não entendesse a razão de se vestir daquela forma, tinha que respeitar seus sentimentos.
- O que achou?
Era inegável que ele ficava sexy com aquilo, mas ainda causava estranheza vê-lo sem maquiagem ou sem as tatuagens a mostra.
- Lindo como sempre. – respondeu simplesmente.
Movia-se de um lado para o outro sobre o colchão, tentando esconder sua insegurança.
- Trick, não tente mentir para mim, posso ver que está com medo. Também estou. Mas sei que eles vão gostar de você. Quem não gostaria de uma coisinha tão fofa assim? – apertou suas bochechas, o que o deixou irritado e lhe arrancou uma sonora risada.
- Você me paga, Wentz.
- Estou esperando! – então correu para fora do quarto e se jogou sobre o sofá, respirando com dificuldade por causa das inúmeras risadas.
Patrick chegou rapidamente e jogou seu corpo sobre o outro.
- Eu vou te matar.
- Com tanta fofura? Pode tentar!
- Ah, você vai ver.
Começou a fazer cocegas em sua barriga e observar enquanto Pete gargalhava. Passaram então a competir quem conseguiria fazer mais cócegas no outro, o que terminou com Patrick jogado no chão quase sem respirar de tanto rir.
O amor para eles era assim, simples, puro e a melhor coisa que já podia ter lhes acontecido.
- Vamos, não podemos nos atrasar.
O moreno depositou um beijo calmo no outro. Estava tão animado para seus pais finalmente conhecerem o homem que havia mudado sua vida. O homem que tinha feito com que se encontrasse novamente. O homem que amava.
- Vamos!
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Apesar de a viagem não ser muito longa, Patrick dormia - repousando sua cabeça serenamente sobre o ombro do namorado, que não conseguia relaxar com os pensamentos em sua mente. Fitava a folha do roteiro com o nome de seus colegas. Aqueles meses tinham sido intensos e eles foram muito importantes, por mais que nem conversasse com todos, nunca os esqueceria.
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Sr. Uau ●Peterick●
FanfictionPete é um jovem estranho, muitos dizem. Sempre fechado, mal-humorado e rude. Ele nunca entendeu o que seus amigos, Andy e Joe viram nele. A maioria das pessoas preferia manter uma distância segura, e isso era algo bom. Até que, durante uma briga com...