•N̸o̸r̸m̸i̸n̸a̸h̸• ✓ ᘜᒪᗩᗰOᑌᖇ 📷

CAPÍTULO: 36 ✓

4.2.19 SEGUNDA FEIRA

PARIS.

Dinah desligou o telefone jogando no chão com força. Era a segunda vez que pedia para Normani ir pra o Chile, mas ela sempre arrumava empecilhos com trabalho e família. Bem que John avisara que o relacionamento das duas seria difícil, mas ela não quisera acreditar que fosse tão complicado.

Em outras ocasiões teria aberto mão de Normani sem se importar de ligar ou ir atrás, mas ela estava tão incrustada no seu pensamento que era impossível não lembrar e não desejar. Olhou para George que a olhava em tom de reprovação no outro lado da sala e Allyson que acenava para o começo da gravação.

Ajeitando o vestido saiu para os corredores do Louvre sendo encaminhada para a Pyramide Inversée. A gravação estava sendo feita de madrugada por exigência do curador do museu e toda a produção tinha sido minuciosamente revistada.

O comercial de uma famosa fragrância francesa era cheio de glamour: Dinah ostentava um colar com brincos Tiffanny's de esmeraldas cravejados em diamantes caiam como uma luva para o Yves Saint Laurent que revelava suas curvas sedutoramente.

Quem visse a bela figura não imaginaria o turbilhão que estava em sua mente por causa de uma mulher que tinha encontrado somente duas vezes na vida. Três horas depois saíram para curtir o que restava da noite.

A Champs Elysées estava apinhada de pessoas querendo diversão e Dinah era uma delas que deixava a aura parisiense tomar conta do seu ser enquanto ria das piadas sem graça que George contava dentro do carro junto com algumas pessoas que estavam na gravação. Estavam indo em busca de farra na Vip Room.

Quando a limusine parou na frente do prédio os flashes se voltaram para Dinah já que a própria casa tinha revelado a reserva feita para a cantora horas atrás. Dinah entrou na boate deixando o bom senso do lado de fora: Precisava exorcizar seus demônios, e fez isso com grande estilo ao lado de duas modelos russas que conheceu no bar.

Uma mais linda que a outra, gentis e delicadas com corpos perfeitos exigidos pela profissão. Após o sexto drink soube que queria terminar aquela noite com muita diversão a três. Levou as duas para o Crillon, subiram para a suíte que ocupava sozinhas, alegres mais do que o aceitável pela quantidade de álcool consumido.

Assim que fechou a porta puxou um a para si beijando sua boca sentindo as mãos da outra passearem por seu corpo. Virou a cabeça buscando os outros lábios tirando as próprias roupas que usava. Auxiliou as garotas fazerem o mesmo e se entregando momentaneamente a insanidade foram para a cama.

- Normani... - Sussurrou descendo pelo corpo nu, tocando a pele branquinha quase alva que tanto adorava.

- No honey... Anzhela...

Com um estalo Dinah se levantou e viu as duas garotas se beijando e as pernas entreabertas de Anzhela que esperava o fim do trajeto que estava traçando em seu corpo. Se levantou da cama e correu para o banheiro fechando a porta.

As luzes do dia deixavam tudo assustadoramente claro. Colocou uma roupa qualquer e saiu em disparada em busca de John.

- Algum problema Dinah?
- Perguntou John surpreso ao ver a cantora parada na sua porta.

- Eu não consegui John... Eu chamei uma delas de Normani...

- John! - Dinah ouviu uma voz de uma mulher vinda de dentro do quarto - Volta...

- Me desculpa... Eu devia saber que você estava com alguém...

- Não se preocupe eu vou colocar uma roupa e conversamos...

- Não... Eu vou dar uma volta... Vou beber alguma coisa... Desculpa...

- E as garotas?

- Deixei elas no quarto... Não sei... Desculpa...

Dinah se encaminhou para o elevador sob os protestos de John descendo para o bar do hotel vazio aquela hora da manha. Sentou-se no balcão e pediu um scotch. Já estava no segundo quando John apareceu no seu lado.

- Eu dispensei as meninas... Disse que você tinha bebido demais e perdido o controle sobre si... O que aconteceu?

- A Normani está em todos os lugares... Não consigo me ver com outra mulher que não seja ela...

- Você ama ela não é?

- Amo... Pode até parecer cedo demais, mas nunca senti isso por ninguém... Me dói tanto saber que ela é casada... Que ela não é só minha... Que talvez nunca seja...

- Não quero que você sofra Dinah... será que não é melhor se afastar um pouco e não se machucar tanto?

- Se eu me afastar dela ai sim vou sofrer... Por que é tão intenso isso aqui dentro? - Perguntou apontando pra o próprio peito deixando uma lagrima escapar.
- por que dói tanto uma recusa dela?

- Por que você a ama e se importa... - Falou John entregando o celular a ela - Eu sou um cara péssimo pra aconselhar a respeito do coração, mas se você gosta tanto dela assim não deixe que nada estrague isso e tente entendê-la também... Você é uma vencedora Dinah, mas nunca deixe de lutar por tudo o que você quer...

Dito isto John deu um beijo em sua testa e saiu do bar. Dinah pediu mais um drink e bebericou enquanto escrevia a mensagem. Voltou para o quarto e depois de um longo tempo imaginando a vida ao lado da mulher que amava conseguiu dormir. Teria mais cinco dias na Europa até partir para a América do Sul. Iria esperar ansiosa que Normani fosse encontrá-la.