Capítulo Único

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Japão, ano de 1868. 

Há poucas semanas a restauração da era Meiji aconteceu, encerrando a era dos samurais. A maioria dos samurais se tornaram ronin, samurais desempregados (sem mestre), pois seus senhores foram mortos, e esses ronins restantes estão sendo caçados para extinguir de uma vez por todas os samurais. 

Em uma vila abandonada, dois jovens ronin estão procurando um lugar para se abrigar. 

— Vamos passar a noite aqui, Izuku. — Disse Todoroki Shoto, um homem alto, de cabelos divididos perfeitamente em duas cores: o lado esquedo é vermelho e o direito branco, seus olhos são heterocromáticos: o olho direito é cinza e o esquerdo azul. Em seu olho esquerdo há uma queimadura que ele adquiriu na infância. Ele está trajando um kimono vermelho e branco, aberto do lado direito deixando seu braço livre e expondo sua camisa preta sem mangas de gola alta colada ao seu corpo com físico avantajado, e uma luva preta que vai até um pouco acima do seu ombro, que deixa seus dedos livres e fica presa apenas ao dedo do meio. 

— Certo... — Respondeu Midoriya Izuku. Ele é alguns centímetros mais baixo que o bicolor, seus cabelos são verdes assim como seus olhos. O esverdeado tem sardas pelas bochechas e está trajando um kimono verde que está totalmente fechado. 

Todoroki segurou a mão do esverdeado e entrelaçou seus dedos aos dele. Ambos sabem que não podem fugir para sempre, e também sabem que não podem lutar contra os soldados do governo, portadores de armas de fogo, então querem desfrutar dos seus últimos dias, semanas e quem sabe até mesmo alguns meses juntos antes de serem encurralados. Antes mesmo do fim da era dos samurais eles já haviam se tornado ronin, por conta de sua sexualidade e para viverem em paz. Mas assim que a era terminou eles começaram a ser caçados e tem lutado bravamente por sua sobrevivência e seu amor. Eles entraram em uma casa abandonada e por sorte havia ainda um pouco de comida nela. Após se alimentarem, eles foram descansar pois não sabem quando vão poder fazer isso novamente. Izuku se deitou em cima de Todoroki que começou a acariciar seu rosto. 

— Mesmo que as coisas fiquem ainda mais difíceis, eu irei sempre amar você. — Sussurrou no ouvido do menor. 

— Eu estarei ao seu lado até o fim, meu amor. — Falou o esverdeado contendo suas lágrimas, pois sabe que o fim está próximo para ambos. 

Eles já passaram por muitos desafios em sua vida, mesmo tendo menos de vinte anos os dois já viveram mais do que muitas pessoas de quarenta anos. Mesmo assim seus sentimentos nunca foram abalados, um sempre lutou pelo outro. 

— Vamos aproveitar bem esta noite... Faz tempo que não dormimos em uma cama. — Disse Todoroki com certa malícia em sua voz. 

— Dormir? Será que vamos fazer isso? — Questionou o esverdeado em um tom brincalhão. 

Ambos começaram a se despir, logo ficando completamente nus. Enquanto Todoroki beija fervorosamente o esverdeado, Izuku colocou seu membro já ereto contra o do maior que está na mesma situação e começou a esfregar um contra o outro, os masturbando ao mesmo tempo. Os gemidos baixos de Midoriya fazem o corpo de Shoto se arrepiar. O bicolor começou a sugar os mamilos rosados de Midoriya, lhe arrancando ainda mais gemidos manhosos. Não demorou muito para ambos gozarem por conta do que o esverdeado estava fazendo. 

— Pronto para continuar? — Perguntou Todoroki um tanto ofegante, se colocando a frente da entrada de Izuku e a tocando com calma. 

— Óbvio. — Respondeu em um tom de voz carregado de malícia e desejo. 

Quando o bicolor havia terminado de preparar seu amado, ele o penetrou de uma vez com seu membro. Sem a menor cerimônia, Todoroki começou a dar fortes e fundas estocadas em Izuku que não conteve seus gemidos. Faz um bom tempo que ambos não tem uma noite assim, então querem aproveitar ao máximo desde o começo. 

— Eu te amo, Izuku. — Disse o bicolor ofegante, gemendo baixo. 

— E-eu também, eu também te amo Shoto. — Respondeu em meio aos seus gemidos que são como música para os ouvidos do maior. 

Aquilo foi só o início da noite do casal. Eles se amaram por horas, até não aguentar mais se mover. Ambos dormiram perto do sol nascer. Algumas horas depois eles acordaram, se banharam, comeram e partiram, indo embora daquela vila. Eles seguiram para as montanhas, andando o caminho todo de mãos dadas. 

O casal ficou alguns dias percorrendo a montanha, aproveitando cada momento como se fosse único, e na verdade era mesmo. Quando chegaram ao final da montanha, seus perseguidores estavam à sua espera, armados até os dentes. Imediatamente Todoroki sacou sua uchigatana e Izuku sua tantou. Ambos ficaram prontos para lutar. Assim que os tiros foram disparados, Midoriya Izuku se pôs à frente de Shoto, recebendo os tiros lançados em sua direção e tombou no chão. No exato instante que as Izuku se pôs à sua frente, lágrimas começaram a escorrer dos olhos de Todoroki Shoto. Assim que o esverdeado tombou o bicolor foi baleado e caiu de costas no chão. Eles foram largados lá para agilizarem até morrer. 

— Izu...ku... — Falou Todoroki se arrastando com dificuldade na direção do corpo do esverdeado.

Mesmo ainda estando vivos, não há mais esperança para ambos pois estão sangrando muito e nunca ninguém os ajudaria, ainda mais onde estão. O homem de olhos heterocromáticos virou o corpo de Midoriya para cima e mesmo com dificuldade conseguiu se sentar no chão, colocando a cabeça do menor em seu colo. 

— To...do...ro...ki... — Disse Midoriya e começou a tossir, cuspindo sangue. — Obri..grado... P-por... Me... A-amar. 

— Eu é que... agradeço. — Falou com um pouco menos de dificuldade que o menor. — Eu... Lhe a-amei nesta vida, e-e lhe a..amarei nas próximas. 

O esverdeado não conseguiu falar mais, apenas forçou um sorriso e o bicolor entendeu que ele se sente da mesma forma. O maior beijou seu amado pela última vez, depois o encarou. Midoriya apertou forte a mão do bicolor e depois seu toque afrouxou, sua mão escorregou e tombou ao lado do seu corpo, os olhos do esverdeado ficaram opacos, simbolizando que sua vida se esvaiu por completo do seu corpo. O bicolor chorou e abraçou o corpo do seu amado, mas não demorou muito para seu coração também parar de bater. Ele morreu abraçado à quem amava, assim como Izuku também morreu nos braços do seu grande amor. Nenhum deles tinha nenhum arrependimento, pois ambos viveram da forma que queriam e desfrutaram do seu amor até seu último suspiro. 

I will always love youOnde histórias criam vida. Descubra agora