Capítulo 30

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Hall Endres.

— Eu era iniciante em outra empresa, comecei pequeno como faxineiro depois eu estudei e estudei até conseguir um cargo maior, meu sonho era vestir um terno para isso, você deve achar chato ficar atrás de uma mesa e ficar mandando em pessoas e tudo, mas para mim era algo bom, era um trabalho que poderia me dar oportunidades. Era um sonho ser profissional, alguma pessoa da minha cidade me julgava por querer ser mais, uma pessoa boa em algo e com um emprego que pagasse bem até demais, mas eu ignorei muitas das criticas que só serviam para me desvalorizar. Então, eu trabalhava na mesma sala do meu chefe um dia ficamos até tarde no trabalho e ele me beijou, uma das funcionárias da faxina que não gostava muito de mim viu tudo porque entrou na sala assim que aconteceu, foi meio que sem querer, ela achou que a sala estava apenas com o segurança. Ela espalhou para todos da cozinha, depois passou para os seguranças, depois para os sócios e assim chegou até meu chefe. Todos olhavam para mim com um olhar tão feio que eu tinha medo que eles fossem voar em cima de mim... Eu fui demitido porque meu chefe inverteu a história toda dizendo que eu o beijei a força para conseguir uma promoção ou sei lá o que. Meu currículo ficou manchado, mas eu consegui um emprego aqui porque Diego muito antes de me contratar já conhecia o meu antigo chefe e perguntou se a tal história era verídica.

— Eu não sabia... —Falo— Me desculpa ter sido arrogante.

— Eu sei bem como é ser taxado por uma coisa que você não é, nessa época eu lembro que toda vez que eu chegava para trabalhar a mulher que entrou na sala por acidente ria de mim discretamente... Meu chefe não trocou mais nenhuma palavra comigo, somente o necessário. É tão chato e eu não desejo isso para ninguém.

— Eu também não. Vamos voltar a trabalhar e esquecer isso?

— Prefiro assim.

(...)

Diego apareceu quando terminei de ver as fotos que Turney me mostrou. Ele está estranho.

— Eu já vou indo —Turney fala—, depois combinamos mais coisas, Hall.

— Certo. Até.

Diego foi para sua mesa sem falar muito, apenas cumprimentou a Turney e a mim quando abriu a porta e passou por ela. Aproximei-me dele ainda um pouco receoso e perguntei se estava tudo bem.

— Terei que sair daqui a pouco e voltarei tarde para casa. Kevin precisa de mim.

— Hãã... Tudo bem... Eu ainda estou preocupado com minha mãe, não mandaram mais nenhuma mensagem e também acho que deixei meu celular em casa. A polícia também não entrou em contato comigo ainda.

— Tem certeza que deixou o celular em casa?

— Tenho. Enfim, os projetos do Turney são maravilhosos... Eu adorei cada parte, depois conversamos mais sobre tudo.

— Certo qualquer coisa me ligue que eu voltarei voando. Não hesite em ligar.

— Já entendi.

Ele arrumou suas coisas e se aproximou para me beijar. Recusei o beijo. Ele me olhou estranho, mas não questionou, ainda não. Diego saiu da sala batendo a porta, sentei na minha cadeira e pensei na burrada que eu fiz... Acabei de fazer exatamente o que não queria: me reprimir pela opinião dos outros. Merda!

*****

Quando cheguei em casa também não achei meu celular mas quando revirei minha bolsa de trabalho todinha eu o achei. Rosa foi embora e deixou o jantar pronto, mas a fome não me bateu, nem o cansaço... Estou como uma múmia andando pela casa às duas da manhã. Diego ainda não mandou notícia e ele nunca ficou fora por tanto tempo.

Minha Salvação | Série Irmãos Laurent-(Livro 1) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora