Eu era a garota de Fred. E pensar que eu poderia deixar de ser a garota de Fred me dava dor de estômago. Uma dor muito forte, como um soco inglês. Mas eu também era a garota de George. E ele estava aqui, sofrendo por Fred, e agora, por mim também. E eu queria ser a garota de George, pois eu estava sim, cansada de me sentir culpada. Eu só não tinha certeza de como tudo iria terminar. Eles lembravam um ao outro. George trouxe a paz que Fred costumava me dar antes de partir. Eu sei disso. Meu coração era dos dois. Mas Fred não estava mais aqui e já fazia quase um ano que eu havia me tornado a pessoa mais frágil do mundo. Estava cansada de tudo, mas isso em particular me cansava muito mais.
– Hope?! - Reconheci a voz de imediato. Aquela voz. A voz que eu tinha perdido. A voz dele.
– Fred. - Não sabia se entrava em pânico ou em desespero. Aliás, será que aquilo era a mesma coisa? Me vi trêmula. E imóvel também.
Ele estava ali. Ouvi tantas vezes o Harry dizer de como via seus pais e Sirius quando ainda estávamos em uma luta contra Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado mas só me dei conta de que ele não era louco por minha própria experiência. E eu juro, ele estava ali.
– Hopily... Você foi uma das coisas mais importantes da minha vida. Você também é uma das coisas mais importantes da minha morte, mas é isso, eu estou morto e você viva. E eu te amo! Não se sinta culpada, eu sempre vou querer sua felicidade, e eu te prometi, sempre estarei com você. Eu sou parte de você e você de mim. E eu sei que um dia vamos nos encontrar, mas enquanto isso... Vai ser feliz, vai ser feliz enquanto eu olho por você. - Aquelas palavras me castigaram de uma forma que eu não imaginava que fosse. Foi um golpe só e eu só conseguia encará-lo como fazia sempre que não sabia o que dizer. Tentei controlar a respiração, que por sinal, já estava ofegante. Eu podia sentir a adrenalina percorrer meu corpo. E não era de um jeito legal. Lembrei de quando ele me deu o apelido Hopily, no meu Terceiro ano de Hogwarts. Era a mistura de esperança com a alegria que ele disse que brilhava nos meus olhos. Agora esses mesmos olhos só demonstravam pavor, tristeza e solidão.
– Eu te amo. - Fora tudo que conseguir sussurrar diante à situação. Fred sorriu com ternura, aquele sorriso que ele sempre dava quando queria dizer que me amava também. Era o mesmo sorriso que George tinha, antes de entrar em profunda depressão assim como eu. Talvez por isso, um me lembrasse tanto o outro. Além de gêmeos, eram praticamente a mesma alma em dois corpos. E então, Fred me olhou por mais alguns segundos antes de sumir.

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Doce Esperança
FanfictionHope está em crise. Acaba de perder o namorado, e gostaria de ficar o mais longe possível de tudo que lhe pudesse lembrar a única pessoa que ela queria, mas era incapaz de esquecer: Fred. Ela sabia muito bem que com Gina Weasley, sua ex-cunhada em s...