A primeira vez que me apaixonei eu jurei conhecer o amor; eu tinha doze anos e quando coloquei os olhos naquele garoto que eu nem reconheceria na rua hoje, eu soube, era, sem sombra de dúvidas, amor.
Eu senti profundamente e instantaneamente aquelas borboletas no estômago, meu mundo tinha ganhando novas cores, eu suspirava e rabiscava nossos nomes com corações em volta, ah, era amor na primeira vez que senti lábios de verdade me beijar, era assim que eu via nos filmes, eu soube, era amor!E estava errada.
Minha segunda paixão foi aos quinze, e então eu notei que da primeira vez eu estava totalmente enganada sobre o que era o amor, eu estava convicta de que amor era o frio na barriga que eu sentia a cada vez que encontrava o garoto dos cabelos pretos que fazia meu coração acelerar, amor era o que eu sentia quando meu mundo parou e no nosso primeiro beijo eu soube, amaria-o para sempre, era amor!
E estava errada.
Na terceira vez eu neguei, não estava apaixonada, não iria me apaixonar, não era amor!
E estava errada.
Na terceira vez eu tinha dezesseis anos, mal havia superado a última paixão e me falavam que era possível curar um amor com outro e eu dei risada.
Eu já era forte, pensei: eu não amava, dessa vez eu frisaria todos os dias,
não
é
amor.E, acreditem, estava errada.
A minha última paixão tem hoje um gosto amargo e enlouquecedor.
Era amor em cada palavra, era um amor que durante muito tempo me aqueceu e me fez sorrir; era amor em cada abraço que me fizeram resistir; era amor em cada olhar, sim, eu senti.
Era amor em cada referência, era amor em cada vírgula e era amor em sua própria essência.
E então eu gritei, finalmente havia encontrado o amor!Ah, coração bobinho.
E, mais uma vez, eu estava errada sobre o amor.
O meu primeiro amor, era inocente, puro e infantil.
Meu segundo amor, era fogo, conhecimento e me fez chorar.
Mas o terceiro amor, ah, esse me quebrou pedaço por pedaço e sugou toda a inocência do que eu achava ser amor; ele foi o pior, porque de todas as vezes que eu jurei amar, em nenhuma delas eu fiz deles meu lar.E eu estava errada, durante toda a minha vida.
Em cada uma dessas vezes eu jurei encontrar o amor da minha vida.
Em cada uma dessas vezes eu jurei que não tinha sido amor na anterior.
Em cada uma dessas vezes eu amei pessoas completamente diferentes e jurei nunca mais amar ninguém além delas...Ria, eu estava errada.
O amor,
hoje eu afirmo mesmo sem ter alguém pra amar, é um sentimento inovador e que chega sem avisar.
O amor, vos digo, não está na pessoa, mas em nós mesmos e vai acontecer diversas vezes, ou não.
O amor não se pode medir, não se pode comparar e não se pode impedir, ele vem e aparece,bem
inoportuno.
-Luísa Souza
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aleatoriamente
Romancenão tem descrição; somente textos perdidos que eu quero guardar e nem são tão bons.