— O que ele queria com você? — Kihyun, meu colega de trabalho me questionou, ao que voltei a me sentar em minha mesa, ao lado da sua
— Me pedir para que eu pudesse ficar até mais tarde
— De novo?! — exclamou em um tom de voz mais alto
— Esse cara está com intenções, Chang, toma cuidado. — Hyungwon alerta, sentado do outro lado
— Com intenções?! Só se for pra experimentar o boquete de Changkyun! — Kihyun indigna-se
— Ele é hétero. — eu mesmo o corto, tirando qualquer possibilidade daquilo ser possível, e mesmo que fosse, eu sou gay, e não prostituto para dar meu corpo para qualquer um
— Ninguém é completamente hétero, assim como nem todos são gays. — Hyungwon interrompe meu raciocínio — É algo lógico
— Na verdade, não. — o Yoo contraría
— Mas, afinal, ele disse o motivo de te fazer ficar?
— Para que eu possa ajudar com as somas das contas do mês, ele adiou e se atrapalhou.
— Isso me cheira a armação.
— A vida te cheira à armação, Yoo Kihyun. — Hyungwon revida, me fazendo rir
— Você não é pago para fazer a contabilidade dessa joça, que ele peça a outro
— Já acho o contrário, talvez ele pague hor extra para Chang
— E, em troca, Chang pague um boquete a ele, porque eu não pensei nisso antes? — Kihyun debocha
— Você e Hyunwoo tem praticado atividades físicas na cama? — Hyungwon pergunta e recebe um tapa no braço.
Trabalho com telemarketing há uns três anos, ao lado de Kihyun que é poucos centímetros mais alto do que eu, e Hyungwon, centímetros mais alto do que ambos, até mesmo do que o próprio chefe. Não nos misturamos com os outros funcionários, ainda há um grande preconceito com a questão da homossexualidade em nosso meio de trabalho, apenas ficamos os três em nosso próprio ciclo de convívio. Isso quando Hyunwoo e Hoseok quebram a própria rotina, e se juntam à nós.
Poucas e verdadeiras amizades que prezo muito.
Ao final do expediente, depois de muito ouvir Kihyun reclamar em meio a tantas teorias, eles se despedem de mim, frustrados, óbvio. Planejavam me arrastar para algum canto e me envergonhar em público, cantando parabéns, em um tom vergonhosamente alto. Tudo o que eu não preciso.
Desligo meu computador e sigo pra sala do chefe, não bato na porta por estar acostumado a entrar direto. Vejo Jooheon sentado atrás da mesa, lendo um papel com concentração, fico receoso ao chamá-lo, mas não preciso, visto que ele mesmo percebe minha presença e me dá sua atenção
— Changkyun, fico feliz que tenha vindo. — o homem de cabelos platinados e com o timbre grave, diz — Antes que me ajude com seus conhecimentos, gostaria que me fizesse um favor, não tive tempo de sair da sala hoje. Poderia ir até a lanchonete e me trazer algo para comer? Me sinto fraco.
— Claro. — não posso negar um pedido desses, ele realmente não saiu do escritório hoje, nem para ver como estava o trabalho do pessoal, coisa que diariamente Jooheon checa.
— Obrigado, Changkyun. — ele sorri, mostrando suas covinhas, não, eu não me impressiono com elas, o que acontece com muitas mulheres daqui. Jooheon é fofo e tudo, mas não é a fofura que faz um homem, é seu caráter. Parece que, ser fofo hoje em dia, se tornou principais características das pessoas, e se tem uma coisa que me irrita, é pessoas exageradamente fofas.
Espero que o elevador me leve para o primeiro andar, para que eu saia do prédio e me direcione á lanchonete de esquina. Compro um sanduíche e um copo de vitamina de morango, sei que Jooheon gosta. Meu pedido não demora a estar pronto, assim como eu não demoro a retornar para o prédio. As luzes do quarto andar já foram desligadas, o que torna o local um breu, mas a luz do escritório ainda está ligada, me permitindo chegar até lá sem nenhum acidente. Jooheon continua no mesmo lugar de antes, analisando o papel, mas... Algo no jeito dele, me parece diferente, não sei definir o que é.
— Aqui está. — entrego-lhe o lanche e me sento para continuar a fazer o que ele fazia
— Obrigado, Changkyun.
Analiso as contas, faço as minhas próprias contas, analiso os gastos e o faturamento que poderemos ter mais à frente, com o novo negócio que Jooheon fechou há uns dias atrás. Algumas vezes trocamos algumas palavras e sugestões, até que tenhamos terminado. Estico minhas costas, alongando meu tronco superior, enrijecido, para então levantar
— Changkyun? — Jooheon chama meu nome novamente, e eu não sei se vou poder atender outro pedido ou favor dele, estou cansado, não durmo direito há semanas, e o único dia que tenho para dormir bem é aos finais de semana… bem, pelo menos de hoje pra manhã, porque meu sábado já foi perdido
— Sim?
— Gostaria de te mostrar algo, se não for te atrapalhar ou incomodar
Me recordo das teorias dos meus amigos, mas dispenso da minha mente. O que ele poderia me mostrar?
— Claro que não, o que é? — questiono como um bom curioso, Jooheon sorri e indica a porta do outro escritório, com a mão
— Por favor.
Sigo na frente dele, assim como o mais velho deseja, caminho até a outra porta e abro sem cerimonias. Me deparo com uma sala razoavelmente vazia, exceto por uma mesa branca em frente à janela consideravelmente grande, que tem como vista, um dos maiores pontos turísticos da cidade, seria clichê se fosse a única vista. Ainda há uma praça onde tem uma fonte linda, mas isso não vem ao caso quando se tem algumas velas espalhadas pela sala, e, algumas delas, estão em volta e sobre o bolo que há sobre a mesa. E, no vidro da janela, uma faixa:
Happy Birthday, Changkyun.
Eu não tenho reação para tanto, nunca imaginei que Jooheon faria algo do tipo pra mim, para qualquer um, menos pra mim. E, não é me desfazendo dos meus melhores amigos que sempre fazem tudo o que podem por mim, mas… essa surpresa valeu mais do que qualquer outra coisa que pudessem ter me dado. Primeiro, porque foi uma surpresa inesperada, vindo de alguém ainda mais inesperado. Segundo, por ter sido longe da visão pública, por ter sido algo reservado. E, terceiro, por ter sido singelo
— Jooheon?
— Feliz aniversário, Im. — ele diz baixo, próximo ao meu ouvido, acelerando meu coração
Adentro a sala por incentivo dele e me viro para sí, Jooheon tem à feição séria, mas nunca o vi tão belo. A forma como o vejo mudou a partir desse momento
— O que é isso?
— Seus dois presentes de aniversário.
Não creio nas seguintes palavras que ouço, nunca fomos tão próximos à esse ponto, algo que me surpreende
— O que?
— Me permita te conhecer melhor?
— E-eu não sei se é uma boa ideia…
— Não vai saber se não tentar. Não quero ser apenas um chefe pra você. — Jooheon diz, seguro do que quer, mas eu não quero tomar atitudes precipitadas, por mais que ele esteja sendo bem claro no que quer. Nada de relacionamento amoroso ou qualquer coisa do gênero, apenas uma aproximação amigável, além disso, não estou pronto para me prender à alguém.
Por que não?
Abro um sorriso envergonhado e passo a mão em minha nuca, ele sabe a resposta que vou lhe dar, por isso me puxa para um abraço, o qual não lhe nego
— Happy Birthday, Changkyun.
N/A: tô soft, não encosta. Essa OS era para ter sido postada no dia 7, mas devido alguns problemas, tive que adiar. Essa, é um presente de aniversário para uma princesa que eu amei conhecer, amei passar algumas noites conversando com ela e a conhecendo, e além disso, ter sua amizade já é um enorme presente. jooheonsfw Obrigado por existir. ❤❤❤
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Happy Birthday, Changkyun - [JooKyun]
Fanfiction... ele nunca teve um motivo para comemorar seu aniversário, já Jooheon, nunca teve um amigo que pudesse comemorar seu aniversário consigo, ou uma compania. Mas isso estava prestes a mudar. Presente de aniversario para @jooheonsfw uma princesa que...