você chegou como um clichê que eu tanto adoro, com seus cabelos cobrindo o rosto enquanto tentava pegar tantos livros de uma só vez, mas eu não sou besta, né? é óbvio que me ofereci pra te ajudar, mas você também não era besta, então apenas sorriu pra mim e disse que não precisava.
você saiu andando, como se não acabasse de ter cometido um crime. como se não tivesse levado meu coração com você.
um tempo depois eu te vi de novo, com um café na mão e o meu coração na outra. eu não tirei os olhos de você, e talvez isso tenha sido um pouco inconveniente da minha parte, mas me entende, poxa! tudo em ti prendia a minha atenção e me fazia querer te conhecer.
eu não queria te incomodar (mentira, eu queria sim e queria muito, só que não sou tão cara de pau assim), e pra minha surpresa não foi preciso, quem veio até mim foi você.
"você é a garota que tentou me ajudar com os livros aquele dia, né?" falou, o sorriso que eu tanto gosto, e meu coração pulando "desculpa, eu tava meio apressada, uns problemas com um trabalho do curso, eu não quis ser mal educada"
"não, tudo bem" eu sorri, sem graça, desviei o olhar porque era demais pra mim olhar nos teus olhos tão cheios de confiança e calor.
quando eu tive coragem de voltar a te olhar, você ainda estava me olhando e eu senti meu coração se aconchegar cada vez mais a você.
meu coração ia apanhar mais uma vez, ia voltar todo troncho de novo, mas eu me enganei. ele não voltou machucado. ele simplesmente não voltou mais.
você estava no último ano da faculdade, e eu ainda estava no primeiro. você já tinha seu apartamento, seu trabalho e pagava a faculdade sozinha. e eu? ainda morava com o meu pai por falta de opção.
você era independente, confiante e cheia de porquês. e eu era só uma garota que tinha acabado de sair da adolescência e não tinha nenhuma experiência com exatamente nada.
você era você, era toda sol da tarde e bolo de maracujá com glacê.
você. você. você.
você deu seu coração pra mim.
interessa eu falar como começamos a nos conhecer e contar todos os detalhes? acho que não precisa, você é melhor de memória do que eu.
mas eu lembro quando você me chamou pra tomar um sorvete e assistir o sol se pôr. eu gostava tanto quando você supria minha necessidade de alguns clichês bobos.
você pediu pra provar o meu sorvete (tempos depois eu descobri que você odiava baunilha), eu estava tão atônita com a sua presença, com as tuas cores naquele sol, com o teu cabelo brilhando e o rosto se aproximando do meu que quando eu percebi, seu sorvete já estava no chão e suas mãos estavam nas minhas bochechas.
nosso primeiro beijo foi mais do que eu esperava que pudesse ser (eu nem esperava um beijo, na verdade, pensei que você fosse me dispensar naquela tarde)
meu coração era mais seu a cada dia, e o seu já era meu, só eu que não sabia.
um dia você me levou pra conhecer teu apartamento, o engraçado era que era muito parecido com o de um sonho que tive na minha adolescência, teu cabelo bagunçado enquanto abria a janela. eu pensei que estava sonhando de novo.
você fez um café, e também fez um chá pra mim porque sabe que eu adoro chá quando o tempo tá frio e chuvoso. a gente sentou na mesinha, em silêncio, só apreciando a companhia uma da outra. você sorriu pra mim e colocou a franja atrás da orelha.
porra, eu estava apaixonada.
era dia de aula pra mim, mas eu não fui. tua cama e tua presença eram confortáveis demais pra serem abandonadas naquele monte de edredom. você me beijou a tarde toda, e nossa, teus lábios são o céu.
eu não voltei pra casa nesse dia. falei pro meu pai que ia dormir na casa de uma amiga, uma amiga da faculdade.
antes de pegar no sono, fiquei pensando em como seria pela manhã, e se essa experiência iria se repetir, mas você me abraçou e beijou minha bochecha, afastando qualquer pensamento que eu tivesse naquele momento.
é engraçado como você é tudo o que eu podia querer. é sempre você e mais nada, você é tudo.
acordei com teu abraço quentinho e beijinhos carinhosos no meu rosto, tua voz chamando meu nome e dizendo que o café tava pronto, como eu poderia querer outra coisa?
você é tão linda, amor.
todo dia eu me apaixonava de novo por você.
a visão do teu corpo vestido naquela blusa branca amarrotada, aquela calcinha de gatinhos e o teu cabelo bagunçado foi demais pra mim naquela manhã. me senti a pessoa mais sortuda do mundo por te ter ali, por ser eu vendo você.
eu amei te ver da forma mais crua. ver teu corpo, tuas marcas, toda a tua luta gravada na tua pele.
teus dedos cheios de carinho e os olhos repletos de afeição. você me tocou como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo pra você, e eu realmente era.
você me mostrou o amor de tantas formas e eu fico grata por ter te conhecido. eu te amo.
ai, amor. são quatro e pouca da manhã e eu tô aqui, acordada, com o coração acelerado pensando no teu beijo, nos teus traços, na tua nuca e no teu cheiro. me deixa tão feliz saber que nessa vida, que a gente tá só de passagem, tu acabou esbarrando em mim e deixando eu te amar. me deixa feliz saber que de tantas pessoas nesse mundo a gente se escolheu. tu és toda sol da tarde de dia de verão, é meu sorriso mais gostoso, é a minha playlist com anavitoria, é a minha torta de limão depois de um dia cansativo.
é incrível como tu me acalma, nem precisa de muito, é só tu estar ali, as vezes tu nem precisa estar fisicamente comigo. só de pensar em ti eu fico bem. te amo tanto, minha princesa. tudo em ti é tão gracioso, tão bonito. meu cheirinho de mar e cor de sol, minha luz e toda a minha felicidade tá nos teus olhos. quando eu olho no fundo dos teus olhinhos castanhos e brilhantes consigo me amar e te amar cada vez mais.
ei amor, eu tô sempre aqui, te esperando voltar.
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a letter to the sun [seul+rene]
Fanfictionirene escreveu uma longa carta para o seu astro regente, seulgi.