III

238 60 15
                                    

Ethan PVO

17 de abril /Aman Tokyo Hotel.
06:19 am.

- E como foi a grande noite? - Andrew questionou curioso do outro lado da chamada de celular.

- Não foi. - Respondi simples, pegando uma camisa social de cor azul marinho.

- Como não?

Ativo a chamada para o viva voz e coloco o celular em cima da cômoda, para abotoar os botões da camisa.

- Nem ao menos conversamos. A garota teve um ataque de pânico. Tive que leva- la para um hospital.

- Uou. - escuto rir gozado - Mas, já está mandando pessoas para o hospital? Achei que o combinado era se manter passivo. - Reviro os olhos e continuo ajeitando minha roupa.

- Vai sair, cara? - Pergunta após meu silêncio repentino.

- Ela ficará de plantão hoje a noite.

- Mas, ainda é dia.

- Tenho que preparar o paciente para ela. - Ele ri.

- Voltando a ativa, ein. - Pego meu sapato, o calçando.

- Me aposentei no ramo. Mas, nunca deixei de estar. - Me levanto, olhando meu reflexo sobre o espelho. - Agora preciso ir. Certifique se Jensen lembrará de cumprir sua parte do combinado. - Nos despedimos brevemente, após Andrew confirmar que lembraria Jensen.

Coloco o celular sobre o bolso da calça jeans e pego as chaves de meu Mercedes CLS, sobre o móvel rústico. Saio do apartamento adentrando o elevador que por coincidência, havia acabado de parar no andar. Dou licença para a mulher que passa ao meu lado, e me olha discretamente. Não tão discretamente assim. Caso eu resolva ficar mais uma noite neste hotel, talvez ela possa ser minha próxima companhia. Pressiono o botão do subsolo, aguardando, enquanto a sonora música soa ao fundo.

Após alguns minutos, o elevador chega ao estacionamento. Saio, e destravo o carro ainda distante, enquanto caminho a seu encontro. Entro no carro, o engatando, dirigindo ao portão automático do prédio.

Trato de colocar o endereço no GPS. Viro a primeira rua a esquerda, assim que sinalizo. Continuo seguindo o trajeto, chegando as ruas mais movimentadas. O semáforo se fecha, confirmando que o engarrafamento é algo mundial.

Decido vagar o olhar em direção a janela, curioso quanto as lojas japonesas muito vibrantes, já pela manhã. Meus olhos pairam sobre um pai com seu filho. O homem jogava a criança para cima, enquanto a mesma sorria grandemente, se divertindo. O sorriso deste, sessa quando o homem coloca a criança sobre o chão, atendendo o celular. O menino puxa a manga do casaco de seu pai, insistente. Ele parece ter dito algo a criança, se distanciando poucos centímetros, enquanto se mantém falante e ativo ao aparelho.

O menino parece ter desistido. Brincando só, jogando a bola de beisebol que retirou do bolso, para cima. Ele parece mesmo focado nessa ação repetitiva, até que perde o equilíbrio deixando que ela caia sobre o chão. A bola continua rodando, saindo do paviamento de circulação de pedrestres, indo para a rua. Ele a segue, sem noção da situação que se encontra.

Droga, garoto!

Saio do carro de imediato, indo em direção ao menino que andava cada vez mais sobre a rua. O pai parece ter finalizado a ligação, quando o pego no colo a tempo que um carro de carga, não nos atropele. A criança tomada pelo susto começa a chorar. Seu pai logo a toma de meus braços, o confortando.

THE TIRED/FIRST SEASONOnde histórias criam vida. Descubra agora