Capitulo 12➡Gabriel (Revisado)

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Acordo sentindo como se tivesse uma escola de samba dentro da minha cabeça. Pisco inúmeras vezes testando me acostumar com a pouca claridade.

Levanto a cabeça devagar e me desenrolo. Me assusto ao me ver apenas de box preta.

Quando foi que eu tirei a roupa? Como foi que eu cheguei em casa?

Pego alguns comprimidos que tem em cima do criado mudo e engulo todos de uma vez.

Odeio ressaca!

A casa está no mais completo silêncio. Resolvo me deitar novamente e quando estou quase pegando no sono de novo, a porta se abre revelando a Rebecca com uma bandeja.

---Bom dia... ---Ela praticamente sussurra.

Já disse que quero casar com essa mulher?

---Bom dia. ---Minha voz sai arrastada. ---Que horas são?

---12:30 Gabriel. ---Me levanto e agradeço a Deus por minha cabeça não estar doendo tanto. ---Trouxe café forte e algumas coisinhas...

---Pode colocar em algum lugar Rebecca, obrigado. ---Digo coçando os olhos. ---Você sabe como eu vim parar em casa ontem?

---O senhor Miguel...

---Isso explica muita coisa... ---Saio da cama e ela arregala os olhos. ---Porque está me olhando como se eu tivesse tentáculos?

Ela cora violentamente.

---Qualquer coisa eu estarei na cozinha. ---Sai fugindo da minha pergunta e eu praguejo.

Vai dizer que a bonitinha nunca viu um homem de cueca antes?

***

Tomo um banho, como as coisas que a Rebecca levou pra mim, que por acaso são muitas e em seguida desço.

---Oi Tito!---Digo beijando a cabeça do moleque que assistia entretido deitado no tapete.

---Oi gabiel!

---O que você está assistindo? ---Pergunto me sentando no chão ao seu lado.

---Patula Canina!--- Ele diz empolgado enquanto eu dou risada da forma que ele fala.

---Cachorros que falam?--- Pergunto espantado.

---Eles salvam o dia, acledita?---Dou mais risada ainda.

Ficamos um bom tempo apenas assistindo o desenho que por sinal é muito bom, e então o Casthiel solta uma de suas pérolas.

---Gabiel?---Eu o encaro.

---O que foi campeão?---Me ajeito e ele faz o mesmo. Parece ate que está me imitando.

---Eu tava pensando...

---O que essa cabecinha fértil produziu dessa vez?---Ergo uma sobrancelha cruzando os braços.

---Você poderia ser meu pappa...---Sussurra e minha boca se abre em um perfeito O.

---Se...Seu pa...Pai? ---Gaguejo e ele assente com os olhinhos verdes me observando atentamente.---Você não tem um pai?--- O coloco sentado no meu colo e ele nega com a cabeca.

---Meu pappa bate na mamma... ---Engulo em seco.

---Seu pai, bate na sua mãe?---Ele assente e eu praguejo. Isso explica as marcas roxas, o medo de falar pra mim... Isso explica tudo na verdade! Eu vou matar. Seja lá quem for eu matarei.

---Você vai ser meu pappa? ---Pergunta um pouco apreensivo e então eu tomo a atitude mais louca da minha vida.

---Sim Tito, eu vou ser seu pai daqui pra frente... ---Beijo o topo da sua cabeça.

---Eu vou ter uma Ferrari?--- Gargalho.

---Quantas você quiser... ---Respondo sussurrando.

---Oba!!!!---Comemora e se levanta. ---Eu vou contar pra mamma...

---Não Tito... Vamos fazer uma surpresa pra sua mãe! ---O menino me olha triste, porém assente.

Tenho mais um para matar.

***

O número chama algumas vezes antes do meu primo atender com seu tipico mal humor de ressaca.

---Que bom que você atendeu Rapha... ---Ele bufa.

---Quem morreu , ou quem eu tenho que matar?

---Nem um nem outro, por enquanto. ---Suspiro e me sento na minha mesa reforçada do escritório particular. --- Eu quero que você puxe a ficha da Rebecca.

---Puxar a ficha da Rebecca?---Ele parece bem acordado. ---Você ta desconfiando dela?--- Ela fez alguma coisa?

---Não, não é nada disso... ---Coço a nuca. ---Apenas faz o que eu mandei o mais rápido possível.

---Sim chefe!

***

Almoçamos todos juntos, Casthiel conversou mais do que comeu enquanto eu e Rebecca apenas riamos de tudo que ele falava.

---Becca?---Chamo ela quando o Tito sai pra brincar. Encosto meu corpo nas suas costas e a abraço.

---Carência pós ressaca?---Pergunta bem humorada.

---Você quer ir no aniversario do Saint, comigo?--- Solto a bomba de uma vez e ela me olha espantada.

---Eu... Eu... Eu não sei... ---Parece distante. ---Eu não sei me comportam em lugares chiques...

Ri sem graça e eu seguro seu rosto, beijo levemente seus lábios.

---Eu vou estar lá com você... ---A abraço novamente e ela afunda a cabeca no meu peito. ---Eu sempre vou cuidar de você... ---Sussurro a promessa.

---Não me prometa coisas que eu sei que você não pode cumprir. ---Diz afastando -se.

--- Se eu te prometo isso, eu vou cumprir nem que seja a última coisa que eu faça. ---Falo sério e ela apenas me encara pensativa, Rebecca é a mulher mais linda que eu conheço, e nenhuma chega aos seus pés.

***

Senhores Ferrari- Gabriel (Revisado) Onde histórias criam vida. Descubra agora