Roses In Elevator - Kim Namjoon.

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ROSES IN ELEVATOR


As pessoas costumam se submeter e encontrar significados fúteis em coisas impostas pela sociedade ou pelo que está em alta no momento. Somos tão influenciáveis que, em massa, nos arrastamos por tradições que não nos pertencem, mas que as tornamos nossa usando de uma apoderação, apenas para satisfazer os nossos desejos de status e alimentar as exigências capitalistas.

Hoje era um dia em que o comércio se agitava, e a indústria de presentes amorosos estava ganhando seu lucro, era o mês da fartura graças a um único dia: Valentine's Day, uma data comemorativa que se confunde entre diversas histórias, não havendo uma narrativa fixa para explicar o seu surgimento, e nada me tira da cabeça que seja uma grande estratégia para movimentar a economia.

Se Saint Valentine era o motivo disso tudo, então deveriam o homenagear, ao invés de dar um presente ao seu parceiro. Seria o mesmo de dar um presente a uma pessoa aleatória, ao invés do aniversariante.

E apesar de todas minhas conspirações, eu sucumbia dos lucros trazidos através da data comemorativa. Trabalhando em uma floricultura junto a minha halmeoni¹, inegavelmente este era o dia em que mais chegava encomendas. E um fato que mais corrobora para a garantia de grande obtenção de lucros, é que nos encontrávamos ao centro da tradicional Londres.

Halmeoni nunca se importou muito com os lucros que as datas comemorativas lhe traziam. Depois que sua irmã faleceu, ela apenas queria voltar a Londres e continuar com o pequeno negócio de família. A loja lhe trazia boas lembranças, e a maior delas é quando conhecera meu falecido harabeoji². Não deveria deixar que alguém da sua idade voltasse sozinha para dar sequência aos negócios na Inglaterra, por mais que halmeoni fosse ágil e dominasse a língua inglesa. Então dar continuidade aos estudos foi um dos motivos que me trouxe junto da senhora sonhadora.

Assim que a van para, olho para o antigo e clássico prédio ao meu lado, deixando uma respiração pesada sair entre meus lábios.

-Ya! Não é tão difícil assim. - a voz de Jin soa ao meu lado.

SeokJin era um amigo de infância, estudamos no mesmo colégio em Ilsan³, porém o hyung se encontrava duas turmas à frente. Jin sempre foi um grande admirador da gastronomia, e um ano depois que vim para Londres, ele veio em busca de estudar sobre a culinária europeia. SeokJin morava junto a mim e halmeoni. E para completar o meu desespero ao dia de hoje, o motorista da nossa pequena van de entregas passara mal, restando minhas súplicas para que o Kim mais velho me ajudasse, em vista de que, pela segurança mundial das pessoas, eu não dirigia.

-Se eu não voltar em meia hora, siga com as entregas. - estendo o mão com a relação de encomendas que restavam. -Eu estou falando sério! - digo quando ele deixa uma risada escapar.

-Para de drama, Kim Namjoon! São apenas algumas rosas! - sua mão dá um leve tapa em minha cabeça.

-Esse é o problema Jin! Apenas algumas rosas!- resmungo colocando meu celular no banco antes de descer.

Olho para grande hotel feito das estruturas antigas, em sua fachada constava o nome bem conhecido: Hotel St. Pancras Renaissance. Um dos melhores hotéis de Londres, muito conhecido por suas características clássicas. E ali estava uma das nossas mais tradicionais clientes, antes mesmo da halmeoni vir a Londres, a floricultura já era sua escolhida para a compra das flores dos seus eventos.

Nunca tive problema algum com meus clientes, mas eu assumo que fazia o máximo para evitá-la todas as vezes, desde a visita para encomendas até as entregas. Geralmente era o Sr. Smith, nosso motorista, que me fazia o favor, mas Jin se recusara a fazer por mim. Eu não encontrava um motivo específico para isso, mas é um comportamento comum entre humanos, é aquela famosa primeira impressão que fica presa a definição da pessoa, e a pessoa pode ter as características mais admiráveis, mas nada irá adiantar, pois você ainda estará preso à aquela, primeira visão.

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