One

459 48 16
                                    

Os passarinhos estavam agitados.

Eu olhava para os lados e tudo o que via era fogo, explosões, pessoas desesperadas e suicidas.

O medo se fazia presente em mim, que merda estava acontecendo?

Algo no céu chamava a atenção de varias pessoas mas eu estava caída no chão com dor e não conseguia ver o que era.

Escutei um choro perto de mim e vi uma garota encolhida no chão, levantei devagar e fui até ela, a fumaça estava sufocante.

-Vem -Segurei no braço dela puxando de leve.

Eu não sabia pra onde ir, mas tinha que sair daquele estacionamento.

Ela levantou secando as lágrimas e do nada congelou olhando algo, seu olho foi mudando de tonalidade e sua expressão ficou séria, ela puxou seu braço da minha mão e começou a caminhar na direção contrária à mim.

Os gritos eram altos, pessoas corriam desesperadas.

-Ei, aonde você vai? -Gritei esperando uma resposta.

Ela nem se quer olhou pra trás abriu a porta de um carro que estava coberto por chamas, eu tentei ir atrás mas não deu tempo ela fechou a porta.

Logo em seguida o carro explodiu.

Eu não conseguia me mexer, meu coração estava acelerado, e a dor do tombo era forte.

Olhei para os lados e as pessoas se matavam de formas diferentes, fechei o olho e comecei a chorar.

Eu não sabia o que fazer, estava desesperada.

Escutei um carro frear do meu lado e abri o olho.

-Entra no carro -Um garoto gritou.

As lágrimas desciam no meu rosto e vez ou outra levava esbarrões de pessoas correndo.

-Entra logo na porra do carro -Ele disse mais alto.

Eu entrei e ele arrancou em uma velocidade alta.

Ele dirigia com a mão no rosto, olhei pra trás e tinha 4 pessoas chorando com a cabeça baixa, uma estava machucada.

-Não olha pro céu -O garoto que estava dirigindo falou.

Minha primeira reação foi virar o rosto pra olhar, ele tirou a mão do volante e puxou meu rosto pro lado, o carro derrapou, todos nós soltamos um grito ao mesmo tempo.

Sentimos uma batida e de relance vi alguém voar, meu coração parecia que ia sair pela boca, logo em seguida o carro bateu em uma cerca, tudo em questão de segundos.

A batida não foi tão forte, por sorte, algumas coisas pegavam fogo, carros, caminhões, algumas casas, mas era menos fogo que no shopping que estávamos.

-Caralho, qual o seu problema? -Ele falou com a mão no meu ombro balançando com um pouco de força, logo em seguida soltou e bateu no volante.

-O que está acontecendo? -Uma das garotas que estava no carro perguntou.

-Eu não sei -Ele deitou no volante -Só não olhem pro céu -Ele falou olhando pra todas -Tem algo ruim lá, faz as pessoas se matarem -Dessa vez olhou só pra mim.

Eu estava com vontade de gritar, mas não saia.

Tudo que passava pela minha cabeça era minha família, meus pais, Sofi, quando minha irmã veio pela minha cabeça a lágrima desceu, eu preciso saber como eles estão.

-É o fim do mundo -Um dos mais velhos comentou.

-Se fosse nós já estaríamos mortos -O outro rebateu.

-É só questão de tempo -A menina que até agora estava calada disse.

-Precisamos ir pra algum lugar -O garoto que dirigia o carro falou- Vamos sair e procurar alguma casa aberta.

Todos nós concordamos e saímos olhando pro chão, tinha corpos por todo lado, chamas, algumas pessoas chorando, correndo, pedindo ajuda e tinha fogo, se não era o fim do mundo, ele estava próximo.

Fomos em direção a uma casa batendo forte na porta e nada, fomos pra próxima e estava aberta, entramos e fechamos a porta, estava escuro mas logo alguém conseguiu acender a luz.

Olhamos por todos os lados, e não tinha ninguém em casa, a cara de todos era a mesma, ninguém sabia o que fazer.

Tentamos ligar pra nossos parentes, mas não tinha sinal.

Ligamos a tv e todos os canais passava a mesma coisa, fogo, explosões, pessoas se matando e nem mesmo os repórteres sabiam o que era. Única coisa que falavam era pra não sair de casa, e em hipótese nenhuma olhar pro céu.

Sentamos em uma mesa.

-O que vamos fazer? -Perguntei.

Todos ficaram em silêncio por um tempo, olhando um para o outro.

-Meu nome é Zayn e o de vocês? -O que dirigia o carro perguntou.

-Dinah -Uma disse.

-Thomas, mas podem me chamar de Tom.

-Normani -A garota que estava com o braço machucado respondeu baixinho.

-Harry -O que estava em pé disse.

Todos olharam pra mim.

-Meu nome é Camila Cabello.

BIRD BOX - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora