Vamos nos permitir

Prólogo

Conclusões de Max

Atualmente existem 7 bilhões de pessoas no mundo, só que no meu mundo só existia uma, eu só respirava e sobrevivia por uma, a mais importante da minha vida, aquela que esteve comigo desde a minha concepção, que foi gerada pela mesma mulher, com quem eu dividi o mesmo útero num mesmo momento.

O destino é louco para pregar peças nas pessoas, e o meu caso não seria diferente. De 7 bilhões de pessoas que existem no mundo, eu fui me apaixonar pela mais errada, pela mais proibida, pela impossível, eu fui me apaixonar pela minha irmã gêmea.

Para a razão é loucura pensar nessa possibilidade, é contra todos os preceitos, não é certo. Mas para o amor não existe o certo ou o errado, ele apenas existe, ele apenas acontece, não se importando qual a cor, raça, idade, ou até mesmo grau de parentesco.

Então agora, graças a esse sentimento tão cruel chamado amor, estou aqui, desesperadamente apaixonado por minha irmã e disposto a entrar numa guerra para conseguir seu coração por completo, sem medos, sem dúvidas e sem culpa. Mesmo que a consequência disso, seja ter que abrir mão de tudo que eu tenho e de todos os outros que amo.

Conclusões de Phoebe

Dizem que o amor e o ódio são irmãos que vivem se divertindo com os corações das pessoas. Eles se revessam.

O ódio se instala fazendo bastante barulho, deixando tudo bagunçado, tudo escuro, sem cor, sem vida. Ele chega já agitado, determinando que quem manda em todos os outros sentimentos é ele, não nos permite mais ouvir o cantar dos pássaros, ver a beleza das flores, sentir o cheiro da terra molhada num dia de chuva.

Mas toda a sua prepotência, toda a sua onipotência se acabam, assim que o amor bate à porta, pedindo licença para entrar no coração. Ele não pede para o ódio sair dali. Ele apenas quer ficar num cantinho, quietinho, sem incomodar ninguém. Mas o estrago já foi feito, ele já se instalou e não há ódio que resista ao amor.

Foi exatamente isso que aconteceu na minha vida, dentro do meu coração. Todo ódio, ressentimento, raiva que eu sentia pelo meu irmão, se transformaram em amor. Como isso aconteceu? Foi aos poucos, nos detalhes, nos olhares, nos gestos tão diferentes de outrora, nas gentilezas e elogios exagerados.

Como eu queria ter percebido antes que o coração de Max já havia se rendido para o amor. Eu teria feito com que o ódio que existia dentro do meu se multiplicasse, se transformasse num mostro impossível de se controlar, impossível de se arrancar dali. Mas infelizmente quando eu fui realmente entender o que estava acontecendo, o ódio permitiu que seu irmão entrasse no meu coração, e ele por si próprio resolveu ir embora, deixando a casa todinha para o outro fazer o que quisesse com ela. E foi o que ele fez.

Não há uma noite em que eu não sonhe com Max, não há um momento do dia em que eu não me pegue suspirando por ele. Não há quem me faça acreditar que ele não é minha alma gêmea, meu porto seguro, meu tudo. Aquele com quem eu deveria passar o resto dos meus dias. Mas por uma falha ou até mesmo uma traquinagem do destino isso não poderia acontecer.

Se tudo fosse diferente, se não fossemos filhos dos mesmos pais, se não tivéssemos o mesmo sangue. Se...

Não posso me permitir viver esse amor tão errado, tão proibido, tão inconsequente. Nós dois temos que colocar a razão na frente da emoção. Mas é tão difícil conseguir isso quando a outra parte não quer cooperar. Quando o seu grande amor impossível garante para você que vai fazer o que for necessário para conseguir seu coração.

Ah, se você soubesse que já o tem, que ele é todo seu e de mais ninguém. Como eu queria gritar ao quatro cantos que meu coração pertence à Maximus Otavius Thunderman e que se depender de mim eu jamais o tomarei de volta.

Infelizmente ele não pode saber disso. Para Max, o amor em meu coração apenas veio de passagem, fez uma visita inesperada, porém bem conturbada, criou uma grande bagunça, mas se cansou. Resolvendo ir embora, devolvendo assim a chave da casa de volta para o verdadeiro dono. Para Max o único sentimento que eu tenho por ele agora é o ódio.