- Eu deveria me assustar mas, creio que não faria isso. Além do mais sei muito bem que o Emir não é como esses homens do emirado, que acham que a mulher é um mero objeto .
Said sorrir pois, percebeu estar diante de uma mulher de fibra, não seria fácil conquistar seu coração mas ele não desistiria.
Viu quando o táxi que veio buscá-la passou pelos portões e sentiu um vazio no peito e se assustou com a intensidade daquele sentimento, era só mais uma mulher que passou por sua vida pensava, não queria admitir como Luísa mexeu com ele.
-Descubra onde é a casa dela Abdul-Malik e mande entregar um caminhão de rosas vermelhas.
- Pretende corteja-la,meu senhor? Não sabemos nada dela, se é uma aventureira, se não está disposta à tirar proveito.
- Eu não pedi sua opinião descabida Abdul-Malik ! E não sei se lembra, quando Luísa apareceu na minha vida foi por acaso.
No fundo no fundo, ele não acreditava em acasos e sabia que Luísa apareceu na sua vida com um propósito. Ali não tão nobre quanto poderia ser.
Ansiava por tocar mais uma vez a face de Luísa e quem sabe possuir seu corpo e também sua alma. Emir Said acreditava não ter nascido para o amor, cresceu apenas com o pai depois que sua mãe a grande esposa faleceu quando ele completou sete anos, ficando apenas ele, seu pai e também sua irmã casula Jade.
Nunca mais viu os olhos do seu pai brilhar olhando para uma mulher como olhava pra sua mãe. Ele entendia que o amor era uma joia rara e não estava ao alcance de suas mãos.
Não tinha sido feito para o amor e acreditava nisso piamente, se encantava, se enebriava com cada mulher que conhecia mas, amar isso não era pra ele.
Estava ficando cada vez mais ansioso pois, não sabia notícias de Luísa e nem sua reação ao chegar em casa e se deparar com o caminhão de rosas.
O que ele estava fazendo? Podia muito bem ir até lá! Ele nunca se barrou de viver nada, não seria agora que iria recuar.
Chegou até a casa de Luísa e se espantou com a pompa, não era apenas uma casa,era a casa do médico da família do Emirado, Luísa então era filha de Álvaro Zanotte o homem que sempre trabalhou com sua família.
Tocou a campanhinha e despachou os guardas e ficou apenas com seu guarda-costad fiel, Sundarta. Sundarta era um homem alto, corpulento, ágil e de coração de ouro.
Said conheceu Sundarta ainda jovem na faculdade, salvando uma moça de ser atropelada na frente da faculdade que ele estudava.
- Incrível,meu senhor! Ela era alguém que ninguém esperava.
- Está cada vez mais interessante meu amigo.
Poucos segundos depois que tocou a campainha uma moça alegre veio atender.
- Grande Emir! Eu não sabia, desculpe a demora.
- Não se preocupe, como poderia saber?
- Obrigada por cuidar da nossa Luísa senhor...
- Era o mínimo, visto que meio que causei toda aquela confusão. Falando nela onde está? Vejo que recebeu minhas flores.
- Luísa foi até o hospital geral, era para ter ido desde ontem mas, devido ao que aconteceu ela perdeu a entrevista, foi tentar falar com o diretor, apresentar suas desculpas.
- Mais uma vez atrapalho a vida de Luísa.
- Quê isso, meu senhor ! Ninguém perde por cruzar o caminho dos membros da realeza.
Said sorrir pois, achava aquilo tão engraçado, era só um homem como qualquer outro mas com o poder e a riqueza do mundo nas mãos.
- Ela não deve demorar . Aceita um chá?
Enquanto recebia o chá das mãos da moça Luísa chega.
Seus olhos se cruzam e ela sorrir, tinha levado um susto histórico quando todas aquelas rosas começaram a chegar. Não tinha mais lugar, sua casa estava literalmente um jardim de rosas vermelhas.
Said estende uma rosa recém aberta para ela e diz:
- Achei que não eram o bastante para te alegrar, trouxe essa diretamente do jardim da minha casa.
Luísa recebe da sua mão a rosa e sente a corrente elétrica que caminha no corpo dos dois quando se tocam.
- Meu Deus Emir Said! Isso é loucura, são muitas rosas, obrigada ! São tão lindas.
Se senta no sofá e dá um pulo pois sem querer leva a mão num espinho de um buquê ao lado.
Said pega sua mão e chupa o sangue que sai do seu dedo, aquilo faz com que seu corpo se arrepie inteiro. Era um movimento tão sensual que Luísa temia se derreter aos pés dele ali mesmo.
- Emir Said...
Com um movimento ele puxa Luísa para seus braços e seus olhos se encontram.
Luísa corou. Sabia o clima que emanava deles dois, como era difícil ficar perto sem se entregar mas, seu coração já tinha sido maltratado demais pra cair nessa outra vez.
- Grande Emir eu fico lisonjeada mas , está apenas grato, espantado pelo meu gesto. Sempre tentando salvar vidas por aí.
Said resolve ignorar que ela ache que ele está apenas grato e o fato dele também sentir como mexe com ela quando está perto.
- Ainda terei seu coração pequena...
Com muito trabalho ele liberta Luísa e tenta puxar um assunto diferente.
-Conheço sua casa.
- Meu pai trabalhou para sua família quando fixou residência no emirado.
- Já estive aqui várias vezes, estimava seu pai linda Luísa.
- Ele era um homem incrível. Obrigada, não quero ser indelicada mas, vim apenas pegar uns documentos e preciso voltar ao hospital.
- Claro. Se não se importa posso levá-la até o hospital.
- Seria um prazer. Já volto.
- Abdul-Malik?
- Ao seu dispor grande Emir.
- Mandem saíram todos e fique apenas você e mais um no carro atrás. Mê dê a chave da Ranger Rouver.
- É imprudente senhor!
- Não estou pedindo a sua opinião. Agora vá.
Estava cada vez mais difícil a convivência com Abdul-Malik, questionava suas ações e ordens sem pestanejar e Said desconfiava que estava usando da sua influência para benefício próprio e talvez até corrupção.
Abdul-Malik não era apenas seu secretário e o seu homem de confiança era seu braço direito e seu pai dizia se um homem não pode confiar em quem está ao seu lado ele corre risco mortal.
Passados alguns minutos Luísa chega com uma pasta e chama pra irem.
- Senhorita. Diz Emir Said abrindo a porta do carro.
- Se não se importa eu prefiro ir com meu carro.
- Vamos Luísa eu sei dirigir se esse é seu medo. Minhas mãos vão ficar ocupadas no volante.
- Como você é engraçadinho. Preciso do meu carro na volta, que tal você vir comigo?!
- Pode ser interessante .
Eles entraram no carro dela com Luísa resmungando pela cara de pau dele.
Poucos minutos que saíram de casa presenciaram um acidente, um rapaz numa motocicleta aparentemente embriagado ultrapassa o sinal e recebe em cheio uma pancada de um dos carros da comitiva que os seguia em cima das pernas.
Foi uma loucura! Quando o Emir menos esperava Luísa já estava ao lado do rapaz no chão, o rapaz gritava de dor. Podia ver de longe um pedaço da perna que foi arrancada dele.
Luísa rasgou sua blusa numa destreza fazendo uma faixa, e comandava todos á sua volta.
- Se afastem! Façam uma barreira ! Emir Ligue agora para a emergência! Amputação traumática de membro inferior direito, temos que estancar o sangue e armazenar a parte do corpo extirpada em baixa temperatura.
As pessoas estavam todas assustadas em volta mas Luísa não podia deixar que aquilo á afetasse, em 20 minutos o sangue iria parar de sangrar. A ambulância precisava chegar o mais rápido possível. Uma mulher estranha foi chegando perto com um vidro de álcool para lavar a perna.
- Se afaste! Não toque nesse homem!
Minha senhora eu sou médica e pegou o seu CRM e entregou para ela.
-- Eu só quero ajudar!
- Tirem essa mulher daqui!
O membro amputado estava no chão mas ela tinha que colocá-lo num lugar limpo para evitar contaminação, mas naquele instante a ambulância chega e depois de realizar todos os procedimentos seguiram para o hospital.
Tinham apenas 6 horas para poder reimplantar e fora desse tempo pode causar risco a vida do paciente.
Com a ambulância em frente ela conseguiu acompanhar de perto e assim que desceu tomou consciência da presença do Emir Said.
- Você foi maravilhosa!
Ela via em seus olhos a admiração, parece que ele estava ao lado de uma super-heroina ou qualquer coisa do tipo.
- Ainda não acabou.
- Você está toda suja de sangue.
- Ossos do ofício.
- É muito sangue!
- Você está bem?
- Pensando bem...
Naquele minuto Said sentiu seu corpo todo amolecer e as pernas perderem as forças, ele estava desmaiando! Isso era ridículo pensou ele.
Said acordou com Luísa ao seu lado poucos minutos depois.
- Não me olhe desse jeito, eu nunca passei uma vergonha dessa ao lado da mulher que eu desejava conquistar.
Luísa sentiu seu rubor nas bochechas mas não perdeu o rebolado.
- Grande Emir isso não é vergonha, cada um reage diferente á um episódio traumático.
Said só queria sair dali o mais rápido possível para conseguir salvar um pouco do seu ego. Tentou se levantar mas Luísa impede que levante-se.
- Ei pra onde pensa que vai?
- Já estou bem Luísa.. .
- Quem diz agora é a médica, vamos lá! Preciso de você deitado aqui apenas mais 10 minutos só pra garantir que o desmaio não vai mais acontecer.
Nesse instante Abidul Malik entra como um furacão no quarto.
- Como podem! Trazer o meu senhor para um lugar como esse?! Emir Said merece o melhor! Ele é Deus na Terra!
As enfermeiras se encolhem de lado tentando sair da mira da ira do secretário oficial. Foi quando Luísa se colocou na frente dele.
- Com licença? Como ousam entrar assim na enfermaria?
- Aqui é um antro de doenças e pessoas possivelmente doentes e nem sabem!
- Nós não estamos no meio da enfermaria e o Emir Said foi trazido para um quarto isolado pois apenas se sentiu mal depois do triste episódio que vimos.
- É um absurdo ! Nosso Emir merece o melhor.
Luísa não iria recuar diante daquele homem mal educado.
- Por favor senhor Abdul-Malik, se retire do quarto. O senhor está causando túmulo por nada.
- Como ousa...
- Chega Abdul-Malik está exagerando, saia e traga meu carro. Obrigada pela gentileza senhorita Luísa mas receio que terei que me retirar . Não se preocupe, estou bem. Obrigada.
- É o meu trabalho... Disse ela ruborizando com o beijo que recebeu no rosto.
Minha nossa será mesmo que ele estava apaixonado?! Era o Homem mais poderoso do emirado! Ele não aceitaria não como resposta...
Mas ela diria não! Até não ter mais forças para resistir.
O Emir lhe intrigava, lhe deixava apaixonada a cada gesto carinhoso com ela e as outras pessoas! E o que foi aquilo? Desmaiando por ter tido un choque após presenciar o acidente.
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O Emir que me amava
RomanceEmir Said era um homem autoritário e mau humorado . Mulheres para ele se não fossem do seu país eram usadas e descartadas ,até ser salvo de um atropelamento por uma linda mulher . Luísa Medrado cavalcate altiva, forte, independente e principalmente...