capítulo 1

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ora que já tinha sentido em sua vida, além disso o sol zombava da cara dele!

Escutou umas vozes familiares falando com ele com uma mistura de repulsa e compaixão. Estava acostumado a repulsa, mas compaixão era algo novo para ele. Porém, não ouviu muito.

- E se ao fim fosse capaz de reparar as vértebras, mas não sei será poderá caminhar...pobre homem, às vezes me pergunto não teria sido melhor que...

- Papoula, feche as cortinas, ele está acordando!

Pelo menos Minerva havia percebido que o sol fazia mal aos olhos dele. Logo a sala estava bem escura para que Severus pudesse abrir os olhos. As duas mulheres apareceram no seu campo de visão com a testa franzida em um gesto de preocupação.

- Severus? Está nos escutando?

- Não se mova professor, não seria prudente.

Severus revirou os olhos. Mexer-se? Com essa dor horrenda em seu pescoço? Tentou fazer um comentário sarcástico a respeito, mas ao abrir a boca e projetar sua voz só teve um rosnado baixo e uma sensação de queimação na garganta. Merlin, maldita sede, e não podia sequer pedir um copo de água!

- Oh, sinto muito professor, mas ainda não conseguimos sarar toda a ferida. As lágrimas da fênix fizeram a maior parte do trabalho, porém sua ferida foi... chegamos a pensar que talvez nem as lágrimas poderiam... mesmo que tenha funcionado parcialmente, estamos muito gratos. – explicou Madame Pomfrey enquanto dava suaves golpes nas costas da mão dele – Mas, estamos fazendo todo o possível.

- Eu suponho que queira saber o que está fazendo em Hogwarts em vez de estar em St. Mungus, sim? - acrescentou Minerva – Pensamos em movê-lo, mas seu estado não permitia tirá-lo de onde estava então os medibruxos do St. Mungus vieram aqui todos os dias vê-lo.

"Todos os dias?", pensou Severus. "Nossa, de repente me tornei alguém importante".

- Está preocupado com o resultado da batalha. Ganhamos, Severus.

Snape virou os olhos. Não era óbvio que tinham ganhado? Não estaria na enfermaria de Hogwarts falando Minerva McGonagall se não fosse isso. Ela pegou as mãos dele enquanto seus olhos se umedeciam e continuou:

– Muitos morreram: Lupin, Tonks, Fred Weasley, porém, Harry sobreviveu. Os três sobreviveram razoavelmente incólumes. O restante de nós está tentando reconstruir o que perdemos.

"E eu não tive o bom gosto de morrer, certo? Ah, com certeza agora o Ministério irá fazer o resto da minha vida um pesadelo. Cretinos."

- Kingsley e as crianças estão preparando sua defesa, ajudados pelas lembranças e evidências que Albus preparou para você caso sobrevivesse a guerra. De todo modo, o Ministério não quer que se apresente até que esteja totalmente recuperado. Acreditamos então que já teremos provado sua inocência. Não tem com que se preocupar. Nós cuidaremos de tudo.

- Os medibruxos de St. Mungus vem mais tarde para buscá-lo e levá-lo...

"NÃO!" Tentou gritar, mas apenas saiu um rosnado rouco da garganta de Severus. Ele não ia mesmo para St. Mungus onde qualquer pessoa poderia por as mãos sobre ele. A maioria ainda acreditava que ele era um Comensal, não era improvável que alguém quisesse ajustar contas com ele... porque mesmo estando do lado do bem, ele teve que fazer umas coisas feias para mascarar sua identidade... não St. Mungus não era uma opção.

Minerva e Madame Pomfrey olharam-se. Mesmo Severus não podendo falar, estava bastante claro que não queria ir para St. Mungus.

-Bem... - concedeu Papoula – Já que passou a pior parte da recuperação aqui, não vejo por que não podemos cuidar dele agora...

Cetim Branco e Seda Negra Onde histórias criam vida. Descubra agora