Bem no meio do arraial, circundada pela praça, obra de Amaro Ribeiro, um paulista que nasceu no século XVII. E que veio para a região que tem hoje o seu nome em 1711. Seu nome completo era Amaro Ribeiro de Sena. Era ele muito devoto de Santo Amaro. Foi assim portanto que tendo de fundo a serra do Camapuã que tem seu pico entre os mais elevados de nossa Querida Minas Geraes. Quando antes não havia nada, foi feita uma capela ao santo. A fé sempre esteve presente aos queluzitanos. O que hoje os olhos vêem erguida e majestosa, bem antes outrora foi um sonho de pedra em pedra e muito suor. Anos mais tarde Carecia aquela igreja de uma reforma. De honras atribuídas ao senhor João Alves, e a comunidade unida, a pedido do querido e finado pároco da cidade Claudionor Tavares assim foi feito. Sobre quem jas desse mundo despedido, em respeito sobre si um piso, permanecendo in memorian ilustres filhos da terra. Assim também há quem a rodeia, polêmica gerada pra anos mais tarde. Como quando o saudoso bispo Dom Luciano Mendes de Almeida esteve em Queluzito em uma cerimônia de Crisma. Se incomodou ele deveras e questionou o pároco Valente, responsável pela paróquia naquele ano, sobre o porquê de aquelas sepulturas estarem separadas das demais que se encontram dentro do cemitério que divide o mesmo terreno onde se situa a matriz.
Mas voltando ao início, ainda na construção, pouco a pouco são erguidas suas paredes. Onde não coube andaime chegava terra. Rústico como os egípcios, trabalhadores como as formigas. Sobre seus sinos, cada qual tem seu nome, sendo um dos três, em seu interior, o mais valioso. Nos anos 90 os coroinhas do Padre Teófilo repicavam estes, anunciando as festas. Era preciso dois acólitos. Um para tocar o sino e outro para vigiar na porta que levava para o alto da torre. O Geraldo Lindolfo gostava de ajudar o padre nas tarefas da paróquia e ficava possesso de ciúmes quando alguém tomava o lugar que dizia ser seu.
Voltando aos primórdios da comunidade Queluzitana, a paróquia de Santo Amaro finalmente estava terminada por completo. Residia no arraial uma viúva muito rica e católica. Que antes de deixar a comunidade resolveu presentea-la com uma linda luminária toda trabalhada com pedras de cristal, que se encontra hoje no meio da igreja. Ninguém se da conta, mas trata-se de um lustre valiosíssimo não apenas pelo simbolismo histórico. Mas também pelo material com o qual foi utilizado para sua confecção . Já que é o mesmo, feito com legítimo cristal da Boêmia.
Ao subir as escadas que levam a entrada da igreja, os fiéis da comunidade e os que visitam a paróquia são recebidos por um busto em homenagem ao já falecido e muito saudoso pároco Claudionor Tavares. Nascido e criado em Queluzito, muito atuante em prol de seu povo em seu tempo. Época essa muito difícil para os habitantes de Santo Amaro. Os que moravam mais afastados do centro tinham que andar por longas distâncias a pé até chegar ao centro. Conseguira portanto o referido padre uma perua conhecida como baratinha. Com esta ele fazia o transporte do povoado mais pobre que não tinha veículo próprio e nem ao menos um cavalo para facilitar a locomoção.
Padre Claudionor como pudemos perceber com o descrito acima, era um homem muito bom e preocupado com as famílias. Mas ao mesmo tempo era rígido com o que se fazia assim preciso. Conta -se que naquele tempo haviam aqueles que não temiam a excomunhão e chegavam ao absurdo de até bater em padres. Duas cidades que eram afamadas por tal atitude eram Casa Grande e São Brás do Suaçuí. No entanto com o padre Claudionor ninguém se atrevia. Aonde ia levava consigo Deus e também uma arma de fogo, a qual não fazia cerimônia alguma em usar caso fosse isso preciso.
Naqueles tempos remotos de Queluzito, através destes escritos constatamos que padre Claudionor implantou o primeiro veículo para transporte público no lugar. Assim também foi com a iluminação. Não havia rede elétrica. Portanto o reverendo tratou de conseguir um gerador movido a combustível. Este ficava dentro de um pequeno quarto construído com bambus e telhas. Sempre que era dia de missa e festa da igreja a noite, a igreja como também a praça eram iluminadas pela energia fornecida pelo trabalho daquele gerador. Era uma meia luz que pra época satisfazia por demais. Já que lamparinas lampiões e tochas eram o comum. Fazia o padre a função quase de um prefeito na cidade. Infelizmente não foi ele muito eficiente e astuto quando o assunto foram as terras que pertenciam a igreja. Mas isto é uma história para ser melhor apurada. Como também outras histórias sobre esse tão importante e querido pároco também merecem ser contadas em outras páginas. Noutros capítulos mais propriamente a ele destinados.
Todos sabem que o padroeiro de Queluzito é Santo Amaro. Mas poucos sabem quem ele foi.
Santo Amaro é um santo cristão de origem lendária. Habitante da terra de Alia. Sua origem e as histórias que o cercam e identificam são consideradas apócrifas dada a falta de fontes seguras sobre a mesma. Ainda assim é fascinante. Portanto é assunto que por hora se encerra aqui para que abordemos o máximo possível sobre ele no próximo capítulo que se chama:A LENDA DE SANTO AMARO