Alguém que me tornei

Capitulo 1

Acordei pensando o por quê. Essa semana é semana de Halloween e eu não estou nem um pouco a fim de andar com as minhas amigas. Eu amava o Halloween, adorava pedir doces, mas depois que comecei a crescer tornei-me diferente. Minha preocupação não era mais bater na porta dos vizinhos e não ter doces. Minha preocupação agora era de adolescente!

- Bom dia! - minha mãe disse animada dando um sorriso espontâneo.

- Bom dia, Mãe. - levantei da cama.

- As meninas vão passar aqui sábado para você ir para a festa de Halloween com elas. - falou abrindo meu guarda-roupa, pegou uma fantasia que nem eu sabia que tinha lá.

- o quê é isso? - perguntei olhando o que saia da mão dela.

- Uma fantasia. Comprei sem você saber, queria que fosse surpresa. - olhou para mim vindo em minha direção.

- mãe, não vou usar isso. Me desculpe, eu não gosto mais de ha... - me interrompeu dizendo:

- mas você precisa ir. Quero ficar essa semana com seu pai, essa semana vamos fazer 19 anos de casados, quero me divertir com ele. - suspirou. - com você aqui, não darei muita atenção a ele.

- tá. - revirei os olhos. - mas... não vou acampar na semana seguinte.

- Fechado. - disse apertando minha mão. - rimos e eu fui tomar banho.

Deixei a água cair sobre meu corpo por 10 minutos, completei meu banho e sai do banheiro. Minha mãe já tinha descido então fechei a porta. Botei uma short jeans e um blusão masculino. Sequei meu cabelo, prendi ele num coque desbotado e desci.

- Bom dia! - meu pai disse puxando a cadeira para eu sentar.

- Bom dia. - dei um beijo em sua bochecha.

- por quê não escovou os dentes? - perguntou se afastando de mim.

- ela é porca. - gritou minha mãe da cozinha.

- nada haver. É por que eu vou tomar café, quero sentir o gosto. Só isso. - falei com um tom de irritação.

- mas depois escova, o filho do meu amigo vem aí, ele é igual você. Só fica em casa, gosta dessas músicas chatas e é gente boa. - falou sorrindo.

- e daí, eu não vou conversar com ninguém. - falei tomando um gole de café. - meu pai olhou pra minha cara com indignação pelo fato de eu ter falado "e daí".

- desculpe. Vou dar atenção a ele. Mas não vou ficar na sala. - falei esperando a confirmação do meu pai me deixar ficar no quarto.

- tá, por tanto que faça amizade com ele. - falou e minha mãe já sentava na mesa.

Acabamos de tomar nosso café, tirei a mesa e levei a louça, fui direito para o banheiro de baixo e escovei os dentes. Corri pra sala antes que alguém pegasse o controle. Estava doida pra ver minha série favorita ( Grey's Anatomy).

- Bom dia. - falou meu irmão fechando a porta de casa.

- Bom dia irmão. - corri e dei um abraço nele. Eu e meu irmão nos damos muito bem, brigamos pouco pois ele mora com a esposa, mas eu amo muito ele, converso sobre tudo.

- e aí, cadê o meu pai? - perguntou.

- estão lá em cima. - respondi.

- ué, minha mãe está aqui?

- sim. - respondi.

- que legal, chame eles, vou dar uma notícia boa. - falou se direcionando para a cozinha pra comer alguma coisa.

- sobre o quê? - perguntei.

- chame eles. - ordenou.

- tá. - subi as escadas e fui até o quarto dos meus pais.

- mãe, pai, Gabriel está lá em baixo dizendo que quer dar uma notícia boa. - falei bufando.

- sobre o quê? - perguntou minha mãe

- não sei, ele não quis dizer. nem estou me preocupando em saber.

- vamos amor. - desligou a TV e descemos.

- Oi filho, bom dia. - falou minha mãe abraçando e sentando do lado do Gabriel.

- fala filhão. - deu um aperto de mão e sentou na poltrona dele.

- então, eu queria vir com a Thais. mas, ela está fazendo uma coisa que é sobre o que eu vou dizer. - limpou a garganta.

- eu vou ser pai, vocês dois avós e a Agnes tia. - falou rápido demais que foi até um pouco difícil raciocinar.

- Eeeee!!!! - comemorei. - Ela está aonde?

- no pré Natal. - falou olhando para os meus pais.

- ué, não vão falar nada? - perguntei.

- foi um choque, filha. - parabéns meu amor, responsabilidades maiores estão por vir, iremos ajudar você no que precisar.

- isso aí filhão, agora você vai ter que educar um ser. - falou dando um abraço nele.

- vamos sair pra comemorar ? - sugeri. - todos olharam para mim com cara de espanto...

- o quê gente? - perguntei assustada.

- você querendo sair? - meu pai disse.

- entao não vamos, vocês preferem eu enfurnada no quarto o dia inteiro? Ta bom. - subi batendo os pés.

- Não é isso filha. - disse minha mãe vindo em minha direção. - escutei Gabriel dizer; deixa ela sozinha.

Continua...