Vivendo em dois mundos

Capítulo 25

Maratona 2/7

M A R I A E L I S A 🌻

Eu estava na minha casa, especificamente na sala fazendo nada, Jorge me ligou e contou tudo, disse que já estavam bem, Carla estava no postinho e todos em suas respectivas casas.

Já que eu estava com um short e uma camisa e principalmente com uma cara boa, vou pra pracinha.

Subo, pego dinheiro e coloco na capinha do meu celular. Desço, saio de casa trancando tudo e começo a andar.

Mesmo que seja uma terça-feira a noite aqui no morro tava movimentado ainda.

Chego na pracinha e vejo meu tio conversando com o Alan, me aproximo e eles param o assunto.

- A, o assunto chegou, entendi - felei me sentando do lado do meu tio - fiquem de boas, não quero papo com vocês mesmo, fui - disse me levantando -.

- Por que tu não quer papo com nós? - Alan perguntou sorrindo, cafajeste -.

- Você é o principal Alan, tu só me faz passar vergonha - disse e meu tio deu risada - e outra, eu não te disse que estava despedido?

- Fique você sabendo gata - ele disse e deu uma piscada no olho esquerdo - que seu tio que me contratou e ele que me paga.

- Essa doeu até em mim - meu tio disse e colocou a mão no seu coração -.

- Mais aí que tá bebê - sorri irônica - se você deixar de fazer seu trabalho você é despedido, meu tio sabe que você corre pra caralho comigo ao seu lado?

- Vai tomar no cú Maria - ele disse e eu dei risada - sorte sua que seu tio tá no telefone.

- Vamos comer açaí? - perguntei pros dois quando meu tio terminou a ligação, ambos concordaram então fomos - Vocês pagam os meu - falei enquanto nós andávamos -.

- Nem ferrando, tu come pra caramba, e ainda tu falou, os - meu tio disse e demos risada -.

J U L I A 💋

Eu nasci numa família rica, bem sucedida, sobre meu envolvimento com o Chacal ninguém só o povo do morro sabe, nos conhecemos tem 7 meses.

Eu não tenho medo dos meus pais me deserdaren, até porque sempre quis ter o meu e sempre tive, eu só moro ainda com os meus pais por motivos óbvios, meus pais não sairiam da minha cola.

Sinto que o Chacal sente a mesma coisa por mim o que eu sinto por ele, eu não vou ser hipócrita e falar que tanto faz porque não é tanto faz.

Lógico que quando meus pais souberem eles vão querer me matar, jogar mil pedras em mim, mais eu não me importo pra falar a verdade.

Quando eu tinha 15 anos, à 10 anos atrás, eu me relacionei com Lorenzo, ficamos 2 anos juntos, e então eu engravidei, meus pais descobriram e os pais dele também, mandaram ele pra longe, e não, ele não me apoiou porque o mesmo disse que queria que eu matasse o meu bebê logo. Então meus pais fizeram eu abortar, eu fiquei trancada durante 2 dias inteiros no meus quarto, e quando eu sai meu pai estava me esperando no corredor, e aí começou a patifaria, ele me batendo e dizendo o quanto eu era inútil, que eu não era e nunca fui apropriada pra essa família, minha mãe apenas assistiu e foi pro seu quarto.

Lógico que Chacal sabe, eu mesma contei e ele apenas me apoio, que se eu ficasse grávida ele me apoiaria, que estaria sempre do meu lado.

Sempre quando chego em casa eu vou pro meu quarto, não aguento ficar olhando pra cara deles, somente o único lugar que eu vou sem ser meu quarto é a cozinha.

Estacionei meu carro na garagem e vou direto pra dentro de casa, entro e meu pai e minha mãe estavam sentados no sofá assistindo jornal, se é que eu posso chamar eles assim.

- Onde estava? - ele me perguntou me encarando - e não vem me dizer que não me deve satisfação porque você mora dentro da minha casa, sob meu teto.

- Não tem problema, eu saio daqui - fui até as escadas mais voltei pra frente deles - e não vem me dizer que não posso sair porque eu não tenho um emprego, um lugar, um carro, dinheiro e os caralho a quatro - minha mãe se espantou por conta do padrão e eu apenas revirei os olhos - Porque eu trabalho desdos meus 16 anos pra não depender de vocês, EU paguei minha faculdade a qual você foi contra, EU paguei meu carro, EU paguei minha roupas, EU paguei meu apartamento que vocês nem sabem onde fica, EU paguei tudo que eu tenho e não precisei de vocês e muito menos do sobrenome de vocês, passar bem.

Disse e fui em direção ao meu quarto pra pegar as minhas coisas, não irei deixar nada, absolutamente nada aqui pra eles.