Vivendo em dois mundos

Capítulo 28

Maratona 5/7

M A R I A   E L I S A 🌻

Eu realmente tinha passado dos limites ontem, quando eu acordei com uma ressaca tremenda, depois de almoçar a comida do meu tio fui ver minhas redes sociais e não acreditava que eu tinha vomitado na frente de todas da boate, que eu dancei em cima de uma mesa, e nos meus e-mails que a boate estava me convocando para uma reunião porque queriam abrir uma bebida pra mim, o nome Mata leão, e sim é a mesma bebida que eu inventei. Combinei pra hoje mesmo porque não tenho nada pra fazer mesmo.

Eu vou matar os meninos, fiquem vendo.

— BIANCA — gritei no portão dela e depois de uns segundos ela apareceu — Vamos no asfalto comigo por favor?

— Claro, só deixa eu me arrumar, depois tenho que ir pra minha mãe — ela disse e eu concordei — vem cá ver uma cena épica.

Entramos em sua casa e o Jorge estava limpando a escada toda cheia de vômito. Peguei meu colar na hora e comecei a fazer stories.

— Dá um Oi aqui meu lindo — ele viu que eu tava gravando e tentou se esconder na hora — CARACA, vou te marca Bi, o teu stories ontem ficou muito bom.

— Que stories? — Jorge perguntou limpando —.

— Depois tu vê — ela disse e foi subindo as escadas por onde tava limpo —.

Me sentei no sofá e fiquei vendo a vida alheia da vida das pessoas enquanto ouvia o Jorge reclamar.

Bianca desceu e saímos de sua casa, descemos o morro e na frente estava o táxi que eu tinha pedido.

Entramos nós duas atrás e dei o endereço. Fomos a viagem toda vendo stories que não acabava, chegamos na frente da boate e a Bi se assustou, paguei o táxi e saímos.

— O que vamos fazer aqui? — ela perguntou enquanto andávamos até a porta —.

— Assinar o contrato da minha bebida, mata leão, não é o máximo — ela tava preocupada mais estava rindo — fica tranquila sempre viemos nessa balada, eu pesquisei sobre ela e muito ainda, e eu vou ler o contrato igual eu irrito as pessoas, ou seja, vai dar tudo certo.

Ela concordou e entramos na boate, indicarão uma sala então entramos.

Nisso resultou em eu ler e reler o contrato, em que eu irei ganhar 30% do dinheiro por mês em relação às vendas, uma vez no mês de graça pra mim com no máximo 9 acompanhantes, isso eu insisti, o nome vai ser mata leão, e terá meu nome em baixo.

Não é só um pouquinho de cada bebida, tem mais coisas por aí.

J O R G E 💨

Eu vou matar a Bianca, sério.

Eu cresci e nasci aqui, ao lado aos que eu chamo de amigo. Meus pais sempre tiveram condições de me sustentar, e eu agradeço por tudo.

Por eu ser daqui e preto já fui parado várias vezes, preconceito isso. Mais eu nem ligo mais, o deles tá guardado, calma que não vou fazer nada, mais o carinha lá de cima vai.

Eu sempre acreditei em Deus, mais não ia com a minha mãe pra igreja, de vez eu ir pros cultos com ela eu ia pro campo jogar bola com as molecadas.

Trabalhei e fiz faculdade de TI (tecnologia de informação) eu realmente não sei como trabalho em uma empresa digamos que grande.

Meus veios ficaram orgulhosos de mim, meus amigos fizeram uma baita giraria. E eu orgulhoso de mim mesmo.

Sempre fui amarradão na loira, mais achava errado por conta do nosso grupinho, mais então foi desenrolando aos poucos, e começamos a namorar sem rótulos e nem ser chamado de namoro. Então veio nosso bebê, e o pedido de casamento. Minha véia tá tão orgulhosa de mim que eu mesmo fico surpreendido.

Terminei de limpar toda a casa e subi pra casa da minha mãe. Entrei sem pedir mesmo e lá estava meu pai assistindo um programa de esportes e minha mãe regando suas plantas.

— Benção — pedi e fui até meu pai —.

— Olha amor, ele lembrou da gente — meu pai disse sarcástico e minha mãe veio pra sala —.

— Como conseguiu levantar da cama, ficou tão bêbado ele — minha mãe disse me zoando e sentei do lado do meu pai —.

— Como a senhora sabe? — perguntei olhando pra tv sem muita importância —.

— Instagram — olhei pra minha mãe com tudo — que foi muleque, lembra que a Maria ensinou seu pai e eu usar? E outra, que pouquísse era aquela na sua escada? Foi assim que te ensinei garoto?

Pronto, agora vai começar.