|CAPÍTULO 45|

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|Nathan|

Assim que saí da casa de Helena, fui em direção a casa dos meus pais. Eu precisava colocar um ponto final nas atrocidades que a minha mãe fez. Ela não pode achar que tem domínio sobre mim. Como filho, eu devo sim respeito a ela, mas isso não lhe dá o direito de fazer o que fez.

Apesar da raiva que estou da minha mãe, meu coração está um pouco mais leve. Helena conseguiu entender que eu preciso de ajuda, preciso de um tempo para conseguir lidar com toda a merda que pode cair sobre em mim caso eu tenha novamente uma crise. E houve também o entendimento que ambos estamos magoados. Ela pelo fato de eu ter a afastado e rejeitado nosso bebê e eu pelo fato de ela ter se entregado a outro na primeira oportunidade. Sei que eu terminei com ela, mas eu não podia reatar algo mesmo estando chateado.

Já no carro, eu seguia com milhões de pensamentos. Fazia força para entender o motivo pelo qual a minha mãe não apoia meu relacionamento. Eu já sou um homem com minhas obrigações. Tenho zero dependência dos meus pais, então por isso, a vida era minha, cabia a mim decidir o que era melhor.

Chegando ao condomínio, o porteiro liberou a minha entrada e ao estacionar a frente da casa, saí do carro e bati o alarme. Comecei a caminhar em direção a porta e bati.

Uma empregada abriu a porta e sorriu ao me ver.

- Doutor, que bom vê-lo por aqui. - Disse a ajudante.

- Tudo bem Silvia? Meus pais estão por aí?

- Estão no escritório. Vou anunciá-lo. - Falou

- Não precisa. Irei lá, preciso falar com eles.

Segui ao escritório e entrei sem bater mesmo. Quando entrei, meus pais estavam sentados e discutiam sobre algum assunto. O silêncio tomou conta do lugar assim que ele me viram.

- Olá. - Falei cumprimentando.

- Nathan meu filho. Como você está? Estava preocupada. Já tem alguns dias que estou sem notícias suas, você não atende ao celular... - Disparou a minha mãe.

- CALE A BOCA. - Falei com raiva.

- Que agressividade é essa, meu filho? - Ela continuou.

- Agressividade? A senhora não tem vergonha de me perguntar isso depois de tudo que fez?

Ela me olhou incrédula e depois, olhou para meu pai que estava sem entender nada.

- O que tua mãe fez, Nathan?

- A senhora acha mesmo que pode decidir o que é ou não é bom para mim, dona Rita?

- Meu filho, eu não estou entendendo...

- Faça-me o favor, mãe. Há alguns dias eu fiquei surtando em casa, precisando de todo amor da senhora e a bela senhora da sociedade estava tramando contra mim.

- Nathan, explique-se direito. - Falou meu pai.

- Eu não vou ficar aqui escutando essas barbaridades, sou tua mãe e mereço respeito. Tudo que faço é por amor aos meus filhos. Se eu acho que não é bom para vocês, eu vou sim fazer alguma coisa para afastar.

- QUEM TEM QUE DECIDIR SOBRE O QUE É BOM OU NÃO PARA NÓS, SOMOS EU E GISELE.

- Vocês dois só tomam decisões erradas, Nathan. Eu sei o que é melhor.

Sorri sarcasticamente para ela. Só poderia ser uma brincadeira tudo o que ela falava.

- Sabe o que a senhora sua esposa fez, pai? Pagou uma biscate e a levou para a minha casa. Eu estava em um momento péssimo e aproveitei da situação para me afundar mais em minhas decisões erradas. A minha mãe tramou para que Helena me pegasse com outra e terminasse comigo. O senhora entende a gravidade? Mas não é somente isso. Helena foi ameaçada, minha mãe disse que era para ela se afastar de mim, sumir com meu filho, pois esta criança não saberia quem era o pai.

Só o tempo cura - Livro 2 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora