ㅡ Da pra você se acalmar?! - gritei para o meu cachorro assim que, com um solavanco, ele começou a correr freneticamente outra vez.
Sinceramente, ele não se cansa, não?!
Bufei irritado, antes de estancar meus pés no chão, usando toda a força que possuo no momento para controlar esse gigante peludo no ápice da sua animação, com o rabo marrom balançando para os dois lados tão rapidamente que quase me deixa tonto.
ㅡ Você não quer voltar pra casa, quer? ㅡ repreendo-o, mas ele apenas late para mim e fareja o chão, em busca seu novo destino enquanto suas orelhas estão bem enpinadas e a posição preparada para mais uma corrida.
E isso só reafirma a moral zero que tenho com meu próprio cão.
Já fazia um tempo que eu não o levo para passear e hoje o dia está muito bonito, por isso resolvi traze-lo. Mas o fluxo de pessoas nessa área da praia fazem ele ficar ainda mais eufórico.
E desde que chegamos, Iron só está me deixando cada vez mais frustrado com as suas peripécias estabalhadas, além de me fazer ficar quase sem fôlego por ter que controla-lo a todo custo quando não consigo seguir meu ritmo.
Ah, e ele também assustou várias pessoas com toda sua empolgação, que faz o faz parecer um animal feroz querendo arrancar a cabeça deles.
Mas na verdade ele é só um bebê que adora brincar.
Porém, acima de todo o estresse que me faz passar, eu também sinto uma alegria genuína por vê-lo tão feliz tentando, mesmo que inutilmente, brincar com as pessoas ao seu redor.
Passado algum tempo do nosso passeio desastrado, mas também agradável, apesar dos pesares, vejo o cadarço do meu tênis desamarrado, e quase como um instinto paro para amarra-lo, pois ver as tiras brancas sujas fora de um laço apertado sempre foi uma das coisas que mais me incomodaram no mundo.
Por isso, abaixo-me para amarrar a guia colorida do Iron num dos bancos, para poder usar minhas mãos livrimente.
E como a vida gosta de apontar o dedo pra mim enquanto ri da minha cara, pensando "alá o trouxa!", eu mal termino de encaixar os cadarços num nó outra vez e Iron já está há alguns metros de mim, correndo tão desajeitada e desesperadamente, como se almajasse isso sua vida inteira.
Parabéns, Jungkook. Você amarrou essa guia que nem a sua fuça!
E eu só tenho tempo para querer morrer ao ver que sua fuga gerou um mini caos na faixa viva, onde vários pedestres saem de seu caminho, e algumas crianças assustadas gritam enquanto fogem do meu filho.
Amaldiçoo-me internamente por não ter sido mais atento e respiro fundo antes de correr o mais rápido possível para alcança-lo e previnir que algum acidente aconteça.
O ar já estava faltando em meus pulmões em poucos segundos e é provável que minhas bochechas estejam vermelhas pelo calor, vergonha e uma ponta de raiva, de mim mesmo ou do meu cachorro, não sei dizer.
Mas... quando eu estava prestes a alcança-lo, no entanto, algo aconteceu.
Ele parou.
Em cima alguém.
Iron derrubou uma pessoa e agora estava praticamente em cima dela, lambendo-a, antes de começar a lamber algo no chão.
Porra. Caralho. Buceta. Cu.
Minha maior vontade é enfiar minha cabeça no chão e fingir que esse monstro nunca foi meu filho.
No entanto, o que eu faço é sugurar sua guia e usar o mínimo fio de força que ainda tenho para tira-lo de cima do pobre ser caído no chão.
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NEVERLAND • jjk + pjm
FanfictionJeon Jungkook leva sua vida de forma monótona e cansativa, deixando que seus problemas se acumulem, para então ignora-los e esconde-los debaixo do tapete. Porém, isso parece mudar apartir da noite em que um jovem começa a aparecer em seus sonhos.