Shine and Darkness

Um aroma cheio de lembranças!

Algumas horas tinham passado e Thorn já tinha deitado na cama, ele sabia que o processo por qual Prim passaria levaria bastante tempo. Ele estava entediado no quarto, já que não havia nada de interessante para ele fazer e também não podia deixar o quarto, pois não sabia quando que Prim terminaria. Prim estava afundada na banheira, sua respiração já havia parado e a única coisa que ela se preocupava agora era seu cultivo, ela não iria se afogar pois a energia tinha saído para fora e revestido o seu corpo, impedindo que ela sofresse qualquer tipo de revés. Em seu dantian uma grande mudança estava ocorrendo, ele brilhava de uma forma esplendida que podia ser visto através da pele.

Thorn se sentou no chão da sacada sentindo o vento em seu rosto e preparou para começar a cultivar novamente, mesmo que ele não conseguisse transpassar a barreira que o impedia de pisar no domínio dos deuses, ele usava o cultivo como forma de entender as leis naturais do mundo, mesmo que seu conhecimento seja muito avançado, isso não significa que tenha atingido a perfeição. Prim começa a perder pedaços de pele, mostrando uma nova camada por baixo, toda vez que um pedaço de pele descama um liquido preto escorre junto, quando o ultimo pedaço descamasse por inteiro, uma nova Prim teria nascido. Ela se contorcia de vez em quando, seus meridianos estavam se tornando mais resistentes, o que muitas vezes causava desconforto, mas se ela não suportasse isso, ela não poderia atingir um novo nível.

-Vejo que achou um novo brinquedinho Thorn! – Macha estava sentada na sacada enquanto analisava Thorn.

-Vejo que me encontrou mais cedo que o previsto Macha. – Thorn não se mexeu nem um momento e sequer abriu seus olhos.

-Eu sinto seu cheiro a quilômetros, é obvio que eu viria correndo. – Ela se aproximou de Thorn e mordiscou sua orelha de forma sutil e tentadora, já que seus seios encostavam nas costas de Thorn o impedindo de se concentrar mais.

-Já entendi, quais são as instruções? – Thorn havia ficado irritadiço e Macha deu dois passos para trás se encostando na parede.

-No momento você é muito fraco para enfrentar os deuses abissais. – Macha estava com o dedo no lábio enquanto pensava no que iria dizer a Thorn, não importava o que fosse ela sempre tentaria seduzi-lo. – Eles não vão se apressar com o ritual e além do mais os outros precisam decidir se vão tirar as correntes que o prendem ou não. – Macha deu um pequeno sorrisinho para Thorn que já estava de pé escorado na sacada enquanto o vento jogava seu cabelo.

-Eu já imaginava isso. – Thorn desviou o olhar de Macha. – Só não precisava me chamar tão cedo se eles sequer decidiram o que vão fazer. – Escarnio podia ser ouvido na voz de Thorn.

-Então deixe o brinquedinho para trás. – Macha estava fazendo beicinho devido aos ciúmes que estava estampado em seu rosto.

-Desculpe! – Thorn olhou no fundo dos olhos de Macha. – Eu fiz promessas a ela e somente depois de cumprir que eu farei como você quer. – Thorn estava irredutível e não havia nada que Macha pudesse fazer para o convencer.

-Certo, mas que isso não demore muito. – Macha suspirou e uma pequena pitada de ciúmes pode ser ouvida, Thorn não se importou e continuou sentado na varanda, do mesmo jeito que Macha chegou, ela partiu, sem deixar rastro ou vestígio, somente o seu perfume doce no ar.

Em algum momento Prim já tinha acordado da sua meditação, ela não sabia quanto tempo ela tinha ficado assim, mas a água da banheira estava tão escura quanto piche e algumas partes do seu corpo ainda continha uma substancia negra pegajosa.

-Eca, que nojo! Como a água pode ter ficado tão nojenta? – Prim exclamou quando abriu seus olhos e viu o estado que estava a banheira.