capítulo único.

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Se tornar amigo de Draco depois da guerra foi uma coisa um tanto inesperada para Harry.

Um dia lá estava ele, cuidando de sua própria vida e tentando fugir dos novatos que insistiam em fazer perguntas sobre como ele havia vencido o Lorde das Trevas, e no outro estava tendo uma conversa animada sobre filhotes de coruja com um certo loiro.

O susto inicial de perceber que o garoto não o odiava não foi nada comparado a notar que ele na verdade era como qualquer outro menino de sua idade.

Não, ele não escondia os restos mortais de suas “vítimas” debaixo de sua cama, como Ron havia sugerido. -Se escondia algo lá, era provavelmente pornografia.- E ele não usava sangue de garotas virgens em suas poções de embelezamento, como Dean uma vez disse.

Ele apenas gostava de usar roupas confortáveis, de dançar com seus amigos e ler livros de ficção na qual ele provavelmente não era o público alvo.

E como Harry percebeu, ele também gostava muito de doces.

Quando foi até Hogsmeade pela primeira vez depois da guerra, ficou surpreso ao notar que quase tudo era o mesmo por lá. É claro que algumas lojas haviam sido afetadas e o lugar estava praticamente vazio porque as pessoas ainda estavam de luto ou com muito medo para circular por lá.
Mas ainda era a Hogsmeade que ele se lembrava.

Ele avistou Draco e Pansy saindo da DedosDeMel com várias caixas de chocolates e outras coisas que Harry não conseguia identificar.

Depois disso não foi exatamente uma surpresa perceber que o loiro pulava o jantar no mínimo uma vez por semana e ia direto para a sobremesa. Alguns colegas de casa o observavam com certa preocupação. Comer tanto açúcar assim não era exatamente saudável, mas não é como se bruxos morressem de diabetes, então eles apenas deixavam pra lá.

Depois de aprender quais seriam os doces favoritos de Draco, Harry resolveu que seria agradável presentea-lo com alguns, mesmo que não tivesse uma ocasião especial para isso.

“Para mim?” Draco pergunta, com uma expressão confusa no rosto. Ele não costumava receber presentes com muita frequência. Pelo menos não de alguém que não fosse sua mãe.

“Sim.” Harry responde sorrindo. “Sei que você gosta desses.”

Draco chacoalha a cabeça em concordância e abre a caixinha. Lá dentro tinha alguns bombons recheados, eles eram importados da França, e sempre que os comia, Draco sentia uma nostalgia de um tempo onde ele era apenas um garoto de doze anos passando as férias num país novo com seus pais.

Ele pega um dos bombons com seus dedos finos e o coloca na boca, descobrindo logo que o recheio era de doce de leite. Ele sorri e encara Harry.

“Não é que eu seja mal agradecido, longe de mim. Mas, porque, Potter? Porque você me deu este chocolate?”

“Porque eu gosto de ver meus amigos felizes.” Harry responde dando de ombros, ele sentia seu rosto esquentando.

“Nós somos amigos?” Draco pergunta.

“Eu não sei, Draco. Nós somos?”

O loiro balança a cabeça freneticamente. “Sim!” Ele responde. “Nós somos!”

“Que bom. Caso contrário eu acabaria me arrependendo de te dar tal presente.” Harry diz, rindo.

“Ei! Nem pense em pegá-los de volta, eles são meus!” Draco diz de modo infantil, mas ele sorria.

“Eu sei que são.” Harry responde, colocando um braço sobre os ombros do maior e observa ele abrir a caixinha novamente.

Naquele momento Harry percebeu que gostava de Draco na mesma intensidade em que o mesmo gostava de doces.

E santo Merlin, aquele sentimento o assustou mais do que ele esperava.

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⏰ Última atualização: Feb 25, 2019 ⏰

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