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A sensação da adrenalina percorrendo meu corpo inteiro só não foi mais deliciosa que a sensação de ver Jimin e Pandora ficarem para trás, comendo a poeira que Belinda faz levantar.
Num instante, ali estava eu, gritando a plenos pulmões a satisfação de vitória antecipada e também de vingança.
Então eu olhei para trás, por cima do ombro, apenas para confirmar a distância entre minha moto e seu carro. Um gesto ingênuo, despreocupado e irresponsável, enquanto eu pensava: não vai acontecer nada se eu desviar os olhos da pista somente por um segundo.
Errado. Tão, tão errado.
Porque no instante seguinte eu voltei a olhar para a frente, onde a avenida de mão dupla se estende até se perder da vista que se torna turva quando percebo que minha falta de atenção me levou em direção à pista do sentido oposto, de onde vem um carro em alta velocidade que dispara a buzina assim que percebe e iminência do perigo.
Assustado, mas com o reflexo rápido, eu evito a colisão ao virar a condução bruscamente para o lado contrário. Ao mesmo tempo, o motorista do carro de luxo tenta desviar para o mesmo lado que eu, e em milésimos de segundos tudo parece mudar.
O movimento brusco fez Bee ser lançada para o lado e, sem equilíbrio, desmontamos eu e ela no chão, com seu peso massacrando uma de minhas pernas quando o capacete protege minha cabeça de um impacto ainda mais violento, mas não me imuniza contra uma súbita tontura.
Os sons do trânsito caótico se tornam distantes. Eu ouço o grito de uma mulher que se agacha ao meu lado, buzinas se sobrepondo ao longo da rua e o canto agressivo de pássaros que escapam da enorme praça ao lado, fugindo da tragédia iminente.
Com a visão escurecida, entorpecido pela tontura enquanto a mulher ao meu lado tenta me socorrer, eu escuto o último derrapar de pneus instantes antes de uma colisão ensurdecedora entre dois carros.
Por último, uma onda sonora agressiva, grave e aguda ao mesmo tempo, que me faz gemer de dor. Tão intensa e desesperadora como se fosse o som do próprio universo se partindo em dois.
E então eu apaguei.
Minha consciência foi bruscamente sugada como se um buraco negro se revelasse em minha mente. A realidade ao redor deixou de existir, ou ao menos deixou de ter seus efeitos percebidos por mim.
Eu não sinto meu corpo. É como se ele não existisse. Mas eu estou aqui, diante de uma escuridão que se estende por toda a vista. É escuro, preto e vazio para onde quer que eu olhe.
Eu olho? Meus olhos não estão aqui.
Não sinto dor, mas tento gritar. Minha voz também não me pertence mais.
Eu sou como energia flutuando num universo negro, assustador, e desespero se apossa de cada molécula de minha existência quando algo sussurra em meu ouvido.
Não é como uma voz, tampouco como uma música. Não é sequer como um som. Mesmo assim, eu escuto:
— Noventa e nove. O tempo está acabando.
Noventa e nove.
Minha consciência flutuando por este lugar, primeiramente domada por confusão, medo e nada além disso, parece se deparar com um vislumbre de entendimento.
Noventa e nove.
Eu já estive aqui antes.
Assim que a certeza atravessa minha mente com a velocidade de um flash de luz atravessando o vácuo, meu ser explode em uma dor colossal e minha voz retorna a ser minha quando deixo um grito gutural rasgar minha garganta.
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CEM CHANCES • jjk + pjm
Fanfiction[CONCLUÍDA] Jeon Jungkook odiava Park Jimin com todas as suas forças. E o sentimento parecia ser recíproco. Como dizem, dois pólos iguais se repelem, e ter corpos marcados por tatuagens é apenas uma das coisas que eles têm em comum. Quando uma discu...