00|Prólogo

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        As vozes e risadas um pouco altas no fundo do quarto de Cecília, fizeram com que ela despertasse do seu transe

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        As vozes e risadas um pouco altas no fundo do quarto de Cecília, fizeram com que ela despertasse do seu transe. Os seus pensamentos como sempre, estavam viajando em algum lugar misterioso muito além da ilha que chama de lar e o seu campo de visão.

Um lugar dos tantos livros que lê escondida em seu esconderijo.

Como seria pisar em uma areia de grãos finos e totalmente escuros, como uma noite sem um luar ? Sentir a camada fria como o inverno indo ao encontro de uma quente como um verão escaldante dentro de uma floresta em uma ilha encantada e assombrada ? Ou então, tocar em águas cristalinas que refletem o seu eu mais profundo ?

Todas essas coisas, e muitas outras rondam e passeiam por sua mente sonhadora fazendo com que, ela vá para vários lugares sem nem ao menos sair do seu pequeno, apertado e acomodado lugar.

— Cecília — Verônica sua mãe, a chama em um tom mais alto, fazendo a morena sobressaltar levemente — Está surda ?

— Me desculpe — Pediu e abaixando o rosto, alisando entre os seus dedos, o pano de cetim branco.

— Nós aqui, resolvendo as coisas para o seu casamento e você ai, com a cabeça em outro lugar — Cecília levantou o rosto e abriu sua boca para falar, mas Elizabeth, sua irmã mais velha, a interrompeu.

— Ela é distraída, mamãe, não sei como o Sr. Henrique a escolheu — Disse olhando dentro dos olhos de Cecília com desgosto — Não sei como vai se casar, se nem para o próprio futuro casamento ela presta atenção.

— Como vai conseguir agradar o seu marido assim ? — Sua mãe questionou — Se nem vai o escutar estando com a cabeça em um lugar distante ?

Cecília intercala o olhar entre as duas, sem conseguir falar.

— O que ele vai pensar de você ? — Sua mãe perguntou novamente.

— Eu não ligo para o que ele vá pensar de mim — Respondeu calma.

— Como assim ? — Incrédula, sua mãe alterou a voz novamente.

— Eu disse que, não ligo para o que ele vá pensar de mim — Repetiu.

— Ana Cecília — Bateu com sua mão sobre sua perna, com o semblante sério.

— O que, mamãe ? — Franziu a testa, em desafio para que ela continue a despejar o que já estava na ponta da língua.

— Mamãe — Catarina, a caçula, chamou a atenção de sua mãe — Não brigue tanto com Cecília — Pediu gentilmente — Não vê que ela está apenas pensando no casamento ? Toda noiva deve ficar assim, com a mente distante cada vez que o casamento se aproxima.

— Não creio que seja assim... — Verônica disse.

— Catarina, você sempre defendendo a Cecília — Elizabeth disse com irritação na voz — Será que não vê ?

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