20° Capítulo

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Assim que chego na cabana e abro a porta eu encontro tudo revirado, algumas coisas quebradas e consigo ouvir mais coisas se quebrando no quarto.

-Princesa, melhor ficar aqui. -Noah se coloca em minha frente, Carlos saca a arma.

-Não preciso, ele não vai me machucar. Quero que fiquem aqui e não subam por nada! -Mando e Carlos me olha preocupado. -Irei ficar bem.

Falo subindo as escadas em seguida, vou devagar e quando chego na porta do quarto dou um pulo quando Chris derruba o guarda-roupa. Tudo está quebrado e destruído.

-Merda! -Ele xinga e vejo sua mão sangrando. -Que porra!

-Chris... -Chamo e ele me lança um olhar que me faz dar um passo para trás.

-Está com medo de mim? -Pergunta com a respiração acelerada e me olhando. -Nunca encostaria em você.

-Não estou com medo, Chris. Eu sei o que você acha que aconteceu. -Falo e ele dá uma gargalhada alta. -Amor...

-Lottie, eu dormi com ela. Estava bêbado e não sei porque não me lembro desse dia, mas esse filho pode ser meu. -Respiro fundo e viro a poltrona, me aproximo dele e o faço se sentar.

-Não estou magoada com você, como pensa que estou. -Falo e pego o kit de primeiros socorros me ajoelhando em sua frente e entre suas pernas, pego sua mão para limpar o corte. -Você não transou com ela.

-Sim, transei. Ela mesma me confirmou, disse que estava bêbado e sim rolou alguma coisa.

-Não, não transou. Segui Nath hoje antes de vir aqui, ele se encontrou com ela e realmente está me traindo com Becca. Ela realmente está grávida, mas não é de você e sim dele.

-Não estou entendendo. -Fala e eu dou um sorriso.

-Tudo é um plano do meu pai, ele está pagando para Becca e Nath fingirem, assim eles ficam juntos, você fica vulnerável não querendo mais se encontrar comigo e eu irei ficar carente fazendo com que me aproxime dele. Então meu pai poderá te atacar e você não vai ter cabeça para isso.

-Tem certeza disso? Ouviu certo? -Pergunta quando termino o curativo e ele acaricia meu rosto. -Eu te amo, não iria te deixar, nunca.

-E eu idem. Eles não vão conseguir nos separar, mas acho que deveríamos tomar mais cuidado, vamos deixar com que eles acreditem que estão ganhando, assim eu descubro quando é essa tal guerra.

-Confio em você. -Fala e eu dou um sorriso, subo em seu colo e o abraço. -Te amo tanto.

-Vamos esquecer isso e me beija. -Peço e ele sorri correspondendo meu beijo.

***

Dias e meses se passam, eu e Chris nos encontramos a cada uma semana para não corrermos o risco de sermos pegos. Falta menos de dois meses para o meu aniversário e minha coroação, como já estou casada tenho a obrigação de ser rainha e eu estou de saco cheio com isso.

Descobri que a tal guerra que meu pai está planejando é três semanas antes do meu aniversário, não irei permitir que isso aconteça e tenho um plano para impedir tudo.

***

É hoje, os soldados já foram para o campo de batalha junto com meu pai, eu e Chris marcamos um ponto de encontro e aconteça o que acontecer não vamos ter uma guerra.

Coloco minha calça de couro, camiseta regata e nos pés minhas botas. Desço as escadas e vou em direção aos estábulos, subo em Zeus que relincha quando acaricio sua clina.

-Vamos Zeus, vamos acabar de vez com esse conflito. -Falo e cavalgo em direção ao ponto de encontro, assim que chego vejo Chris me esperando.

-Minha mãe com o seu pai já estão prontos, estão discutindo como sempre.

-Vamos, antes que alguma coisa aconteça. -Falo tomando a frente.

Cavalgamos durante longos vinte minutos até conseguir ver os dois exércitos um na frente do outro, meu pai lidera assim como Margareth que estão se alfinetando, estão muito próximos e quando vejo meu pai erguer a espada assim como Margareth. Fico de frente com meu pai e Chris de sua mãe, Zeus se levanta ficando em duas pernas e eu grito.

-Chega! -Ganho sua atenção. -Chega com esse ódio entre os reinos! -Olho para todos.

-Não se intrometa. -Fala e eu nego.

-Nao vou deixar que uma guerra seja travada, para que milhões de pessoas morram sem razão nenhuma.

-Eu não irei repetir. -Ele ameaça.

-Não iremos permitir que isso aconteça. -Chris fala alto e sério. - Tudo por causa de coisas do passado, não vai adiantar nada, ela não vai voltar! -Chris olha para meu pai.

-Seu merdinha! Não ouse a se referir a ela. -Fala e eu fico na frente de Chris.

-Eu a perdôo. -Falo olhando para o homem em minha frente. -Eu perdôo Margareth por tudo que fez e você deveria fazer o mesmo. -Digo e olho para a mulher que está com a testa franzida. -Eu amo o seu filho e por esse amor eu te perdôo, sei como deve ter sido difícil para você que seu grande amor tenha se apaixonado por outro. Pai, vamos acabar com isso, pelo amor que você tem a mamãe, eu te imploro. -Ele fica me olhando por minutos que parecem horas.

-Tudo bem minha filha, eu perdôo Margareth por tudo que ela fez, já está na hora de tudo isso acabar, estou apenas perdendo nessa história, você é a única coisa importante para mim e por causa disso está se afastando. Essa guerra acabou, vamos para casa.

Fala e eu desço de Zeus lhe dando um abraço apertado, olho para Chris que sorri para mim, vejo Margareth negar e erguer sua espada, pego a do meu pai e corro em sua direção, nossas espadas se batem antes que ela consiga ferir Chris.

-Isso não acabou, agora sou eu quem quer guerra.

-Desiste, não vai ter guerra e espero que um dia você nos perdoe por termos demorado tanto para te entender e te desculpar.

-Essas doces palavras não irão ajudar, se não quer sair da frente então vai ser a primeira a morrer. -Fala e eu dou um passo para trás.

-É o que vamos ver! -Digo e então começamos a batalha.

Tento o máximo tirar a espada de sua mão, mas ela é boa, dou alguns passos para trás e então tropeço em meus próprios pés caindo de costas e a impedindo de cortar minha garganta com minha espada, ela fica por cima e joga a espada longe assim como a minha, suas mãos vão para o meu pescoço e eu começo a ficar sem ar.

Minha garganta arde e tento me debater, sinto meu rosto ficando vermelho e procuro por alguma coisa que ajude, encontro a espada e sem pensar duas vezes eu enfio em seu peito, o sangue cai em cima de mim.

-Me desculpe. -Falo a vendo perder as forças em suas mãos, a jogo do meu lado e começo a tossir tentando recuperar o fôlego.

-Lottie. -Chris me ajuda a sentar. -Mãe...

-Me desculpe, não tive outra escolha. -Peço sentindo as lágrimas.

-Shh, vai ficar tudo bem. -Diz me abraçando se ajoelhando e eu choro em seu peito enquanto a chuva cai em nossos corpos.

Um dos livros mais curtos q eu já escrevi, estamos no penúltimo capítulo e na próxima semana será o epílogo, espero que estejam gostando.

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