Capítulo 6

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Aquela garota de vinte e um anos... Vai me trazer problemas, só não sei quais ainda. E como eu nunca fujo a um bom desafio, irei dar corda pra ver. Até porque, não me aproximei dela a toa...

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(Manu Narrando):

- Boa tarde, doutora Montenegrini, aqui é o centro inteligência governamental de Madri, já está apta para voltar sua atividades conosco? - Perguntou a inspetora que comanda a operação, por ligação.

- Boa tarde inspetora Lopez. Ainda não tomei uma decisão, estou ainda em tratamento espiritual com a minha mente e sei que eu estando completa na corporação eu seria mais útil, mas, posso analisar os fatos, e ir, orientando pelo WhatsApp.

- Ótimo, é louvável. Precisamos que identifique supostos criminosos, que, possuem perfis sádicos e cruéis. Gravamos vídeos de entrevista com dois deles.

- Vou querer sim ver e analisar. Usarei minha psicologia criminal e técnica de linguagem corporal.

A inspetora Lopez já conversei duas vezes por vídeo, nunca a vi pessoalmente. Mas, dizem que é uma mulher rígida e de valores imensuráveis. Justa com tudo e trabalha com a lei. Sou interessada em conhecê-la pessoalmente. Sempre achei excitante a mente da mulher, e, não necessariamente seu físico. Talvez seja por isso que não consegui sentir tantos desejos carnais por Lia naquele instante, em que se despiu pra mim. Achei uma obra de arte aquele corpo dela, recoberto por uma vasta camada de inteligência e erotismo, que tonteava meus sentidos. Eu amo a Lia, por favor, não pensem que enlouqueci, e, deixei de amar essa mulher. Só não estou sendo capaz de agora ter só amor a oferecer a ela, tenho eu, minhas dores, minhas frustrações, medos, fraquezas, insegurança, perdas, assim como ela teve antes. Lia não consegue me ver através desse caos, porque só está acostumada a lembrar daquela Manu que conquistou, e, não a Manu com quem se casou e selou um pacto matrimonial, de vivermos juntas, na alegria e na tristeza, até... Prefiro não repetir o que já foi falado tão seriamente três anos atrás. Onde está a parte de viver comigo, até na tristeza? Aposto que irá procurar alguém... Conheço o coração livre dela, e, não vou impedir, porque se eu não estou podendo dar isso no momento a ela, e, quer isso, deixo viver sua vida poliafetiva de novo.

Lia não me procurou mais depois do constrangimento que passamos, um mês atrás. Um dia, se eu respirar com calma, irei contar o que ocorreu entre nós.

Mas, agora, eu quero voltar na parte... Em que meu amor com a Lia era quente e sagrado. Pra ver se consigo me curar, igual consegui nesses últimos três anos, só ter nas memórias meu momento íntimo e milagroso com a mãe dos filhos da mulher que se envolveu de uma forma linda com nós duas, só não sei por qual motivo não consigo olhar para a garota, ou, sequer dizer o nome dela, se aproximar. Cíntia deve ter se sentido muito mal com isso. Resolvi ir pela primeira vez, no corredor do quarto dela. Estava tendo aula particular de alfabetização, nisso fiquei observando o quanto estava tristinha, fingindo que estava prestando atenção, talvez até estava prestando, para que assim não lembrasse da cena em que eu a humilhei de uma forma tão cruel. Não consegui olhar muito tempo, e, senti que a garota me viu observando-a estudar. Assim, eu me retirei, respirando fundo, quase senti vontade de entrar, cheguei perto, mas, novamente falhei. Acho que Lia irá gostar de saber do meu progresso. Falar nisso, ela está demorando, vou buscá-la no serviço, de moto.

Quando cheguei na casa do poderoso Árabe, gastei cerca de uma hora, me identifiquei no portão, e, assim me deixaram entrar com a moto nem muito sofisticada e nem simples demais, era a ideal pra nós. Eu carregava o outro capacete no braço, para Lia. E quando cheguei frente o palácio, não era mansão, era palácio! Vi Lia na varanda bem iluminada e com flores bem cultivadas, conversando no celular, como se estivesse aguardando alguém. Fiquei observando sem chamar atenção, e, de repente, vejo a filha do poderoso Árabe pular nos braços da Lia e abraçar forte, como se fosse uma forma de agradecer alguma coisa. Obviamente isso foi o suficiente pra mim, e eu, acabei buzinando para chamar atenção. As duas olharam na hora pra baixo, e Lia surpresa com minha chegada, sorri de forma gostosa e fala algo com a sua protegidinha.

- Amor!! - Gritou com ar de felicidade.

E saiu dali da sacada da varanda para vim me recepcionar, mas, eu queria era embora com ela, para tentarmos resolver nossos problemas de intimidade sexual.

- Karlia... Essa é a minha esposa. - A garotinha devo admitir é bem atraente e bonita, mas, não mexe com nada aqui embaixo, desculpa, beleza árabe não é meu forte.

- Só vejo uma mulher de capacete sentada numa moto, não vai me cumprimentar? - Achei o tom dela de rivalidade e arrogância. Levantei e descansei a moto, e tirei o capacete, para olhar bem nos meus olhos.

- Prazer, pra você eu sou a senhora Facchini. Esposa da Sara. - O olhar dela quando me viu sem o capacete, foi de choque, como senão esperasse que eu fosse isso tudo.

- Uau. Agora sim, estou vendo uma mulher da Sara aí. Você tem bom gosto, e pode deixar que não contarei pro meu pai isso. Aqui no oriente médio é crime hediondo relacionamento como esses, tome cuidado. Sodomia é crime por aqui, as leis são severas e a sentença? A morte.

- Por ela... Eu me sentencearia, sabendo que fiz isso como ato de amor e não rebeldia. - Comentei, deixando até mesmo a Lia surpresa.

Sem graça com meu comentário, e por ver, que eu era mesmo a esposa dela, na forma que estabeleci e apresentei minha personalidade a ela, acabou se retirando. E Lia ficou boquiaberta com isso.

- Bom, o prazer é todo meu, senhora Facchini te conhecer, espero vê-la mais vezes por aqui. E você Sara... Vai me deixar dormir mais feliz hoje, pela atenção que deu pra mim. Até amanhã.

Karlia fez de propósito, e, senti que queria provocar uma rivalidade e competição inútil, de origem masculina na consciência da energia feminina, isso estraga qualquer mulher, aderir a energia masculina para resolver as coisas, tudo tem que ter equilíbrio e moderado.

- Manu... Você cutucou a onça errada, essa menina é uma danada.

- Quem ela te lembra, Lia?

- Você? (Risos entre nós)

- Não... Nós duas. E, eu vim te buscar para gente conversar num momento só nós duas. Onde gostaria de ir para podermos executar esse plano?

- Hm. Onde você se sente mais confortável?

- Onde você estiver comigo. - Abracei a mão dela e beijei. - Me perdoa por estar assim? Tão insegura e frágil?!

- Todos nós somos assim, né? Não somos feitos de pedras, sentimos tudo, talvez eu não queria ver que você tinha suas imperfeições que mais ferem a ti, do que a mim, ou, sua filha.

- Perai... Você disse minha filha? - Ouvir isso. Me fez lembrar do, presságio que li no livro de interpretação de visões médiuns.

- Manu começa a bancar a doida aqui não, é meu ambiente de trabalho hein! - Bufou Lia.

- Amor, não é isso! Eu... Acho que descobri uma coisa muito importante. Como você é um gênio! - Fui e beijei rapidamente seu rosto.

- Eu sou? Mas, eu não falei nada demais! Não tô falando que essa mulher, é doida? Vamos sair daqui, me tira desse ar de riqueza esnobe. - Risos entre nós duas, mas, de forma sincera e brincalhona, fazia tempo que não sentíamos esse momento de intimidade de casal.

Talvez seja só isso que precisamos...

As Faces do Amor - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora