MARIANNA .
Sabe a maior dor que alguém pode sentir ?
Sabe aquele vazio que te dilacera por dentro ?
A sensação de estar sozinha mesmo com várias pessoas do teu lado ?
É o que eu sinto todos os dias .
A dor cura , a dor .
Por isso , quando as memórias chegam , eu dou socos na parede , na tentativa falha de amenizar a dor que eu sinto por dentro .
Não que eu tenha pensamentos suicidas , não me entenda mal , mas sim eu tenho . Mas eu não posso desistir.
Uma das coisas que eu sei sobre suicídio , é que ele não acontece só quando você corta os pulsos , pula de um prédio , ou se enforca .
O verdadeiro suicídio acontece quando você acorda do mesmo jeito que foi dormir , quando seu corpo está vivo , mas a alma não . Quando você finge um sorriso ou não liga mais pra vida . O que importa ? Faz um mês que os meus pais morreram em um incêndio , e o meu irmão sumiu , e a justiça resolveu que eu não poderia continuar morando com katlyn (minha melhor amiga ) .
Então sou obrigada a ir morar com a minha tia , eu gosto muito dela , de verdade , mas não quero sair daqui .
Entrei em depressão por conta da morte dos meus pais e o desaparecimento misterioso do meu irmãozinho mais novo João Luccas , ele era meu raio de sol , a minha luz no meio desse mundo ridículo de pessoas ridículas !
Meu nome é Marianna , tenho 15 anos , sou ruiva natural (puxei ao meu pai) tenho os olhos verdes e sou baixa . Não tão baixa mais o suficiente para não alcançar certas alturas . E sou magra , mas com um corpo desenvolvido .
-Vai ficar tudo bem Mari .- Diz Katlyn me ajudando a guardar as coisas na mala , quase pronta para a viagem .
- Eu sei , é só que ... Muito obrigada por deixar eu ficar aqui por esse tempo Kat ! - Digo eu indo abraça-la .
-Não foi nada amiga ! Não esquece de me ligar todos os dias vou sentir saudades ! - Nesse momento pego a minha mala já pronta .
-Mari , a sua tia chegou para te buscar - Disse a mãe da Kat , abrindo a porta .
Dou um último abraço na Kat e na mãe dela .
- Obrigada por tudo - digo de longe , acenando . Elas apenas acenam de volta . Eu entro no carro .
- Oi querida ! - Diz a minha tia Martha . Ela é alta , magra, loira e elegante , parece com a mamãe .
Sinto uma pontada de dor arder em meu peito ao lembrar disso , sinto saudades dela .
-Oi tia Martha ! - depois disso nenhuma palavras foi dita naquele minuto.
E foi um silêncio muito doloroso .
Peguei meus fones coloquei uma música da Avril pra tocar e fechei os olhos , e adormeci por algumas horas.
Acordei de madrugada e a minha tia ainda estava dirigindo , como assim ?
Como alguém consegue dirigir por tanto tempo ?
Pego uns biscoitos na pequena bolsa que eu trouxe nas costas , e comi , eu estava com fome e meu celular já estava descarregado .
- Ouh , durma de novo querida , só chegaremos de manhã cedo .- diz a tia Martha , sorrindo como sempre .
Demorou alguns minutos para mim adormecer novamente .
Quando acordei já estava amanhecendo , e finalmente chegamos .
É uma ótima casa , é branca com uma árvore na frente e embaixo da árvore , tem um banco daqueles de praça , a frente da casa é decorada com algumas flores .
VOCÊ ESTÁ LENDO
Não sinta .
RomanceHá momentos na vida em que devemos esquecer o passado e focar apenas no futuro . Enfrentar nossos medos , esquecer o que perdemos nos dar a chance de mudar . Eu sou Marianna , e quero encontrar o meu irmão que foi sequestrado e recuperar a felicidad...