O Conto dos infelizes para sempre

Prólogo- A Ressurreição de Austra

O Reino de Austra fora governado pelo Rei Philip II e pela Rainha Aurora I durante muitos anos; o reinado deles foi marcados por um período de paz e prosperidade que antes nenhum monarca conseguiu garantir, porém a história da Rainha Aurora como todos bem sabem teve seus altos e baixos: A jovem princesa na época com seus 16 anos cresceu reclusa com suas três tias desengonçadas em uma casa nos limites do reino em meio a densa floresta de Austra; de algum modo foi atraída pela cruel Malévola até o castelo de seu pai, aonde enfeitiçada e furou o dedo em uma roca de tear, fazendo com que a bela princesa caísse em um sono profundo em que seria atormentada por pesadelos por toda a eternidade caso não fosse acordada com um beijo de amor verdadeiro.

O corajoso Príncipe Filip junto com seu exército desafiaram a tão temida Malévola; após derrota-la, invadiu o castelo coberto de espinhos e despertou sua princesa. Uma semana depois da vitória, a Princesa Aurora e seu Príncipe se casaram, e logo após houve uma coroação, unindo assim os dois reinos vizinhos. Alguns anos se passaram e Aurora e Filip tiveram sua primeira filha, eles nomearam de Eura, uma criança muito bonita e graciosa, de profundos olhos escuros.

O destino de Malévola foi diferente do contado nas histórias, ela foi condenada a dormir até que um beijo de amor verdadeiro a despertaria, o que jamais viria a acontecer, visto que ninguém seria capaz de amar um monstro. Malévola viveria os pesadelos do sono da morte por toda a eternidade; a maldição fora concluída e o corpo adormecido da fada má levado até o calabouço do castelo e amarrado em grossas correntes de ouro fundido; logo depois foi decretado que todos os vilões e aprendizes de vilão seriam aprisionados em um exílio protegido que os impediria de usar magia para sempre.

Então o mundo se tornou dividido entre pessoas de sangue Puro de maldade e sangue Impuro. Os Puros foram exaltados, já os Impuros humilhados e condenados a viver em um mundo afastado fadado ao esquecimento, que logo ficaria conhecido como Mundo Esquecido, ou Quibera.

Com o passar dos anos diante toda a felicidade, houve espaço para a maior tragédia que o mundo dos contos de fadas presenciou: a Fada das Trevas misteriosamente despertou de seu sono eterno; Malévola saiu em fúria desenfreada, sua magia havia voltado mais poderosa do que nunca devido aos anos de mágica acumulada em seu corpo. Não houve tempo para fugas, as chamas verdes criadas por Malévola surgiram do chão, do teto, das paredes e queimava tudo o que via pela frente, até a si própria. Todos morreram naquela noite, e pela primeira vez em toda história o mal vencia o bem. Os corpos carbonizados do rei e da rainha estavam agarrados ao que parecia um pequeno corpo de criança que possivelmente era o de sua única filha.

As cinzas negras do castelo pairaram por todo reino durante semanas, Austra ia a declínio e não houve chuvas durante meses.
O reino fora assumido pelas três boas fadas, que com muito esforço e tempo tomaram a regência do reino por tempo indeterminado. Um novo castelo fora construído longe das cinzas do antigo e uma nova capital nomeada.

Após alguns anos o reino de Austra voltou ao normal, tomando de volta toda a sua prosperidade, os plebeus alimentavam suas esperanças sobre a continuação da linhagem dos antigos Rei e Rainha, onde criavam-se teorias sobre Eura: a princesa perdida, e diversas especulações sobre como Malévola conseguira se libertar do sono da morte, até aquele momento anos se passaram sem que ninguém obtesse respostas.