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Donghyuck abraçou seus joelhos e mais lágrimas rolavam por seu rosto. A água caía por seu corpo, só que ainda sim, o coreano se sentia sujo. Ele já tinha se ensaboado diversas vezes, mas para ele, seu corpo ainda estava imundo. Ele sabia que essa sensação não iria mudar. Se sentir sujo e impuro já tinha virado rotina.

Donghyuck queria gritar, só que atrair a atenção de seu padrasto para si, estava fora de questão. As coisas ficaram tão feias essa noite, que a vontade do Lee era morrer. Tudo bem que essa não era a solução pra tudo, mas ele sabia que essa era sua única saída.

Em algum momento ele saiu do banheiro, não ia adiantar ficar ali. A sensação ruim não iria diminuir e muito menos ir embora com a água. Foi até seu quarto e colocou um conjunto de moletom preto e com capuz.

Donghyuk saiu andando pelas ruas completamente sem rumo. As lágrimas rolavam por seu rosto e ele não conseguia controlar. Ele ainda não tinha se acostumado com a vida que levava. E mesmo com as coisas sendo bem difíceis, o moreno ainda tentava ver o lado bom de tudo. Mesmo não tendo nenhum lado bom.

Ele continuou indo pra algum lugar, que ele não sabia qual, completamente sem rumo. Em algum ponto, Donghyuck parou em frente a uma cafeteria e ficou olhando lá pra dentro. Sem querer ele acabou lembrando de Jaehyun. O mais velho tinha sido bom pra ele no dia que eles se conheceram, mas Hyuck não conseguia ligar para ele, só porque ele estava passando por um problema.

O Lee ia embora. Ele se virou e acabou esbarrando em Mark. Donghyuck o olhou e depois desviou. Ninguém precisava ver que ele estava chorando, embora fosse bem óbvio.

- Tá tudo bem? - Mark perguntou e ele deu graças a Deus que sua voz não falhou.

Donghyuck negou.

- Não.

- Quer tomar um café?

Donghyuck negou novamente.

- Não tenho dinheiro.

E era verdade. Donghyuck não tinha dinheiro para absolutamente nada. Ele as vezes queria arrumar um emprego, mas seria muita burocracia, principalmente por causa de seus padrasto

- Eu pago.

Donghyuck o encarou e ele viu Mark sorrindo para si. O sorriso dele era bonito e parecia bem verdadeiro. O coração do mais novo errou uma batida.

- Não sei se -

Mark bufou e Donghyuck acabou não terminando de falar

- É uma boa ideia sim. vem, o café daqui é ótimo.

Mark foi na frente e Donghyuck demorou para segui-lo. Ele não tinha muita certeza ainda. O canadense parou e virou para trás. Ele encarou o mais novo e deu um sorriso. O coração do moreno errou outra batida. Ele não tinha certeza se iria sobreviver até o fim da noite.

- Não dá pra tomar um café aqui fora. -
Ele falou e Donghyuck acabou sorrindo um pouco.

- Tudo bem. - Ele deu de ombros e seguiu o mais velho. Não era uma ideia tão ruim, até porque o canadense parecia ser alguém bem legal.

Mark ia na frente, todo sorridente e Donghyuck ia atrás. Ele tinha um sorrisinho no rosto, porque parecia que o mais velho lhe causava isso. Lhe causava felicidade. Mark Lee era alguém quentinho, como um café que acabou de ser feito. Ou como um cobertor em dias frios. O menino de cabelo vermelho era especial.

Eles entraram na cafeteria e se sentaram em uma mesa próximo a janela. Eles se sentaram um de frente pro outro e logo depois, o garçom apareceu. Mark pediu pelos dois e assim que o rapaz foi embora, ele encarou Donghyuck.

- E aí, qual é o seu nome? - Perguntou Mark. Ele precisava ser discreto, não podia dizer que já tinha procurado por ele em várias redes sociais.

- Lee Donghyuck. - Respondeu ele baixo e Mark riu.

- Eu sou Mark Lee. É um prazer finalmente falar com você, não vejo você com ninguém na escola. - Falou o canadense e ele viu Donghyuck dar de ombros.

- Não sou muito de ter amigos, acho que eu não sou tão legal.

Mark revirou os olhos.

- É a primeira vez falando com você e eu já te achei muito legal.

As bochechas de Donghyuck ficaram vermelhas e Mark riu. Aquele garoto era adorável e era um tanto surreal saber que tinha alguém lhe fazendo algum mal.

- Você conseguiu me deixar com vergonha. - Falou Donghyuck levando suas mãos até sua bochecha e dando leves batidinhas. Ele estava com vontade de enfiar sua cabeça em um buraco.

Mark desatou a rir e Donghyuck sorriu junto. Ele poderia ficar ouvindo a risada dele para sempre. O moreno era claramente um bobo apaixonado. Ou deve ser porque ele é um ser humano apaixonante.

- O pedido de vocês. - O garçom deixou os dois copos grandes de café sob a mesa e se retirou. Mark deu um gole generoso e acabou queimando a língua, fazendo Donghyuck rir baixinho.

- Gostei do seu sorriso, você devia fazer isso mais vezes. - Falou ele, dando outro gole em seu café, mas dessa vez sem se queimar.

Donghyuck deu de ombros.

- Não tenho muitos motivos para sorrir, Mark.

- Porque?

Donghyuck o encarou sério.

- A vida não foi justa comigo.

Mark mordeu o lábio inferior.

- A vida não é muito justa com pessoas boas e bonitas, né?

E mais uma vez, Donghyuck não sabia onde enfiar sua cara.

(...)

- Eu gosto de sair a noite, é relaxante. - Proferiu Mark olhando pro céu. Os dois estavam andando sem rumo pelas ruas e sem nenhuma vontade de voltar para casa, principalmente Donghyuck.

- Você vai falar comigo na escola?

Donghyuck arregalou os olhos e se arrependeu amargamente de ter falado isso. Ele tinha acabado de conhecer Mark, porque raios ele teria alguma obrigação de falar consigo na escola?

Pessoas inseguras demais tendem a ter pensamentos negativos demais.

- Claro! O Jaemin e o Jisung vão te adorar, ou só o Jisung, o Nana meio que se afastou. - Falou ele e Donghyuck sentiu um pouco de tristeza ou mágoa, era difícil saber

- Porque ele se afastou?

Mark suspirou.

- O Nana gosta do Sung, mas o Jisung também gosta de outra pessoa. É uma história complicada, que eu não entendo direito. Eu só tento dar amor pros meus melhores amigos, enquanto eles estão pra baixo. - Falou Mark meio rápido e meio embolado e Donghyuck acabou rindo.

- Eu sei da história deles, mais ou menos pelo menos. Eles são fofos juntos. - Falou Donghyuck e Mark assentiu rindo.

- Eu sei! Poxa, estragaram meu casal. - O canadense fez um biquinho e cruzou os braços. Ele está brincando, mas foi engraçado.

Donghyuck acabou rindo e riu com vontade. Mark ficou olhando ele rir e acabou dando um sorrisinho. O sorriso de Lee Donghyuck e a coisa mais linda do mundo.

- Donghyuck, sua risada é perfeita, preciso ouvir mais vezes. - Falou Mark sorrindo.

E Donghyuck morreu ali mesmo.

Black Hair - MarkHyuck ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora