O pianista de Da Gare du Nord | chanbaek

only.

Apenas uma oneshot inspirado em um vídeo que eu vi de dois desconhecidos tocando juntos em um piano exposto numa estação de trem em Paris. 🎹

O teto inclinado e transparente da estação Da Gare du Nord mostrava as estrelas desaparecendo para dar início a uma manhã até que ensolarada na grande Paris. A mala do jovem Byun Baekhyun pesava em sua mão direita e o destino que o aguardava pesava em seu coração.

Ele apertou ainda mais o moletom preto em seu corpo e segurou melhor a bolsa, andando entre as pessoas que enchiam os corredores da estação de trem, mesmo em uma hora tão cedo.

Talvez um café o faça se sentir melhor e transforme todas as inseguranças em certezas de um futuro mais justo.

Do outro lado da enorme estação, um menino com um terno muito bem alinhado ao seu corpo lia calmamente o jornal do dia, sentado em um dos diversos bancos presentes naquele espaço. A pouca luz solar que chegava, batia quase poeticamente em seu rosto, revelando ainda mais o vermelho de seus cabelos.

Kim Namjoon era um dos maiores arquitetos da Coréia, e estaria chegando daqui a três horas, tendo apenas o jovem estagiário de cabelos vermelhos para recepciona-lo. Seu chefe o mataria se fizesse algo errado, e era isso que incomodava e deixava o fodido, mas batalhador, estagiário Park Chanyeol mais ansioso ainda para a chegada do arquiteto.

Talvez aquele momento fosse decisivo para a futura carreira de Chanyeol, e ele não podia pisar na bola, como costumava fazer por ser um pouco estabanado e desligado do mundo real.

Park estava terminando de ler as últimas notícias sobre o novo filme da Marvel, quando um som suave despertou sua atenção. Seus olhos levantaram mais rápido do que uma águia e ele encarou uma criança dedilhando um piano de calda que era exposto para entretenimento na estação.

Ela brincava apertando em ordem as teclas, apenas por distração, já que sua mãe parecia ocupada no telefone.

DÓ, RÉ, MI, FÁ, SOL, LÁ, SI, DÓ.

Algo diferente se remexeu nas memórias de Park, e ele esperou a criança se afastar para tomar coragem e se dirigir para aquele grande instrumento.

Ele se sentou e encarou as teclas brancas e pretas, seus dedos começaram a formigar de excitação e seu estômago parecia se encher de borboletas. Ele não ficava de frente para seu melhor amigo de infância há muitos anos.

Posicionando as mãos devagar em cima das teclas, ele dedilhou aquela melodia conhecida de muitas noites viradas tocando o velho piano da casa de sua avó. Seus dedos trabalhavam como se conhecessem cada nota tocada e fosse namorado daquele objeto, ele o conhecia sem ao menos descobrir a afinação.

Algumas pessoas pararam em volta para apreciar aquela apresentação inusitada. Chanyeol não se intimidou, ele apenas fechou os olhos devagar e deixou suas memórias passarem a sua frente e aquele som tão familiar preencher a manhã das pessoas.

Entretanto, ao longo da melodia, alguém estava tendo as mesmas sensações que o pianista. Talvez até mais intensas.

O jovem Byun dedilhava a mesa do café sem nem perceber. Tentando entender se aquele som realmente era real ou fazia parte da sua imaginação fragilizada.

Ele encarava o teto de vidro, sentindo a música a sua volta e o som do batuque dos seus dedos na mesa. Algo estava acontecendo dentro da sua mente, e ele se sentia quase tentado a tentar descobrir da onde aquilo vinha.

- Olha mamãe, alguém está tocando o piano! – uma menininha falou, balançando a saia da mãe e apontando freneticamente para um lado fora de sua visão.