Os Três Brinquedos

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     A garantia de sua liberdade tinha um prazo, ele sabia disso, pode notar quando a criatura deixou o local, sabia que ele não confiava mais nele quando deixou sua cópia e carrasco particular como vigia de suas ações, ele não poderia falhar mais uma vez, tremendo se aproximou das telas, o único material que tinha para criar era sua própria cela formada pelas telas do tempo.

    Chegou perto da tela do passado com certo receio, ele não queria olhar para o espelho do seu passado, o quadro que um dia foi seu favorito agora era seu pesadelo, mas ele ainda precisava criar então com a ponta dos dedos ele desenhou, deixou escorres na tela todo seu medo e arrependimento, fez de suas lagrimas a tinta para banhar o tecido, formas delicadas tomaram conta da tela, ele estava pensando na Dama que estava presa com ele a essa tela, depositou nele todo seu sentimento por Roz.

    Na tela uma Plumeria preguiçosamente cresceu, de seu botão um delicioso cheiro brotava e lentamente as pétalas foram se abrindo espalhando mais daquele delicioso e inebriante perfume, no centro da rosa estava deitado um homem que aos poucos foi acordando de seu sono tranquilo, o corpo pequeno e frágil se arqueou, fios longos e brancos, sua face era calma e carregava toda paz existente ali, a pele tão clara, as íris carregadas de um dourado hipnotizante, ele era e sempre será o ser mais belo de toda existência, tamanha era a sua pureza que Bohrum achou que ele iria quebrar no menor toque, ele vestia tecidos frescos de cor clara, Bohrum estava fascinado com a pureza daquele ser até o ver se transformar em uma criatura com escamas brancas.

    O pequeno ser se transformou em um enorme dragão branco e voou até Bohrum o envolvendo em um aperto carinhoso, admiração, era o que esboçava os olhos de Bohrum ao ver a criatura com escamas brilhantes.

-Seu nome será Heiwa Shiro, O Dragão Branco.

    Heiwa era tão belo que até mesmo o carrasco de Bohrum o olhava com adoração. O Dragão branco era a junção de toda perfeição, ao voltar a sua forma normal seu cheiro se fez presente, era um perfume de lavanda com leves toques de Plumeria, ele desfilou graciosamente diante de Bohrum buscando sua aprovação, cílios brancos e longos coroavam os olhos dourados como ouro derretido, que agora estavam fixos nas ametistas roxas frias e cansadas de Bohrum, o rosto delicado do ser poderia ser confundido facilmente com a porcelana mais fina e sedosa, sua pele tão macia quanto as pétalas de rosa, os fios brancos e longos desciam como uma cascata lisa por seus ombros até o quadril estreito, de suas costas saiam o par potente de asas brancas como a neve, a qual escondeu em sua pele logo em seguida, seu corpo apesar de ser de um homem ainda tinha a presença da delicadeza e feminilidade, quando Heiwa abriu um sorriso amplo Bohrum sentiu seu coração se aquecer com a lembrança da Dama branca só para logo depois voltar a se partir.

 O Dragão branco era a junção de toda perfeição, ao voltar a sua forma normal seu cheiro se fez presente, era um perfume de lavanda com leves toques de Plumeria, ele desfilou graciosamente diante de Bohrum buscando sua aprovação, cílios brancos e ...

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    Ele não poderia culpar Heiwa, afinal ele era a criação a partir de suas lagrimas, seu sofrimento e suas memórias fundidas a tela do Passado, ele era a dolorosa lembrança do amor que ele matou, a parte perdida de Roz na moldura do passado, a perfeita combinação de amor e ódio.

O Coração de GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora