Notas Iniciais:
Olá, pessoas! Tudo certo?
Esta história foi uma das vencedoras do #fantasticoink, do Inkspired, e resolvi postá-la aqui para que meus queridos leitores do Wattpad também tenham acesso a ela.
Escolhi escrever sobre sci_fi e o pessoal da comunidade sorteou o subgênero em seguida. O meu foi retrofuturismo.
Escolhi escrever uma linha de pensamento já meio desenvolvida em outra história minha, A era dos Talamaurs, isso porque acreditei que o tema se adequaria muito bem e que eu poderia aproveitar para explorar uma parte da história que não foi muito aproveitada, apesar de que com um olhar completamente diferente e com elementos renovados e repensados.
Fiquei muito feliz por ter conseguido me destacar com essa história, pois trabalhei bastante nela e espero que gostem!________________________________________________
"Vista-se com um clique. Mandetor, a roupa do futuro"
Ana deslizou o indicador sobre o touhscreen da mesa e desligou a televisão holográfica. A tela se apagou, e os tubos laterais de um milímetro de metal se juntaram e desapareceram em uma fissura que se abriu e se fechou logo em seguida, na parede branca.
Havia terminado sua aula antes do previsto e resolveu esperar na sala de mestres, avaliando em seu tablet as provas que seus alunos fizeram enquanto seu horário não terminasse. Sua rotina era acertada e quebrá-la, mesmo que para chegar meia hora mais cedo em casa, parecia errado. Algumas pessoas chamavam isso de doença dos sintéticos, ela de disciplina.
Guardou suas coisas no armário embutido e deixou a sala. O corredor branco e espaçoso com paredes de metal leitoso estava silencioso, apesar de estudantes transitarem com seus óculos projetores. Enquanto passava por um, viu que ele estudava sobre a antiga CERN, mesmo observando as imagens ao contrário, era impossível não reconhecer a entrada da instalação que a inspirou estudar e concluir três especializações em robótica e uma em engenharia genética.
Era uma pena que o centro só servisse como museu agora.
O elevador expresso já havia atingido o limite máximo de pessoas, e Ana escorou-se no parapeito do corredor, esperando que ele retornasse. Daqui do terceiro andar, os estudantes pareciam bonecos da Play Drones, movendo-se com cautela robótica para não invadirem o espaço um do outro enquanto caminhavam e viam o que quer que seja em seus óculos. Apesar de a grande maioria deles terem menos de dezoito anos, geniozinhos desgraçados, alguns aparentavam ser mais velhos do que ela. Estudam tanto. Mas entendia a sede deles por conhecimento, possuía essa mesma obstinação até hoje e sabia que a levaria para o túmulo. Olhando-os assim e os associando a si, recordou-se de quando estava na metade da faculdade de robótica e do acidente que levou seus pais e quase fez com que desistisse de seus estudos. Ainda era uma parte dolorosa de sua vida, mas graças aos avanços tecnológicos e científicos, todas as memórias ruins foram tiradas dela quando entrou na Câmara Hospitalar para fazer o procedimento de hipnose. Ainda se recordava dos sons da máquina, mas não se lembrava de nada sobre o acidente dos pais e também algumas outras memórias que escolheu apagar... então sua rotina estudantil acirrada voltou ao normal, se afundou nos estudos sem descanso algum e continuava assim até hoje.
De vez em quando, dizia a si mesma que estava extrapolando os limites permitidos por sua mente de tanto se forçar a pensar, mas gostava e sentia orgulho de seus alunos se mostrarem tão dedicados e empolgados quanto ela. Orgulhava-se mais ainda por ter recebido a oportunidade de lecionar na UUCR.
A Universidade da União de Ciências e Robótica foi criada dez anos depois que o LHC, o colisor de partículas, foi fechado para reparos, nove dias depois de iniciar seu funcionamento. Ana ainda não era nascida na época, mas já havia lido tudo sobre o incidente causado por uma falha mecânica. Um vazamento de hélio no túnel, brincadeira! Chegava a ser cômico pensar em como as pessoas eram ingênuas no início do século ⅩⅪ. A mentira não importava agora, o que tinha real significado era a verdade que veio à tona uma década depois.
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A verdadeira civilização
Science FictionDespois da primeira colisão de partículas, o mundo nunca mais foi o mesmo. A Doutora Ana era uma das pessoas que mais se orgulhava de todos os avanços alcançados após isso, só não imaginava que ainda existiam segredos tão profundos quanto o que des...