4. isn't necessary look so far

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Abri os olhos, me deparando com a escuridão que tomava conta de todo o meu quarto. A pouca claridade era a Lua que me proporcionava, mas já era o suficiente para eu enxergar silhueta dos móveis no cômodo.

Tateei sob o travesseiro procurando o celular, ligando quando o achei quase caindo no chão. O relógio marcava seis da manhã, cerca de meia hora antes do Sol nascer e meu despertador tocar.

Fui até a mesinha onde eu tinha deixado o computador e o liguei, abrindo o documentos do Google em seguida. Fiz um novo documento e comecei a digitar tudo que me lembrei do sonho, eu não poderia esquecer de nada para contar tudo para as meninas!

"Vê-lo após quatro anos - aliás, quatro anos? - me trouxe sensações que são inexplicáveis." Ou até mesmo "A maneira como ele abraçou meu corpo, desejando até mais do que eu que o momento durasse até o fim de nossas vidas".

Talvez eu apenas devesse ter ouvido minhas amigas e procurado por ele na internet. É ridícula a forma que minha curiosidade está desperta agora, ela grita para que eu saia do aplicativo de escrita e jogue seu nome no Google sem me importar com as consequências acaso eu acabe vendo os seus olhos verdes.

Mas me contive forçadamente e apenas segui detalhando tudo o que a Lucie de 25 anos sentiu ao ver o homem. Era poético a forma que eu pensava e sentia, a maneira que eu falava com Josh tão real e os olhos em contato com os meus tão vívidos. Eu deveria pesquisar sobre o que esse tipo de sonho significa!

Quando me dei por vencida dos detalhes, notei que o Sol já nascera no horizonte - deixando Los Angeles ainda mais linda do que estará quando ele brilhar totalmente no céu.

Vesti o uniforme azul e prendi meu cabelo com um lacinho após ter tomado um banho, escovei os dentes enquanto arrumava meu material do dia. Maquiagem e tênis, coloquei comida para Océ e desci para tomar café. Mamãe e papai ainda não tinham levantado, então coloquei água na cafeteira e pó-de-café, liguei e esperei ficar pronto.

Despejei o líquido quente no copo térmico e peguei uma maçã, saindo de casa e caminhando até a esquina. O grande ônibus amarelo estacionou cinco minutos depois.

- Bom dia, Lucy - John disse.

- Bom dia - sorri.

- Resolveu virar adolescente e colocou o celular para despertar? - Revirei os olhos. John tinha um grande humor, me passava a ideia de ser o típico popular quando estudava.

- Mamãe me comprou outro despertador - dei de ombros.

- Vire adolescente, minha criança!

- Eu sou, John. Eu sou - ele balançou a cabeça em negação, dando partida enquanto eu me sentava no banco.

Abri o bloco de notas e comecei a escrever o pouco que eu tinha que terminar da história. Estranhamente eu estava gostando muito do resultado, o que me motivou a digitar freneticamente e em quinze minutos terminar o que eu tinha de ter feito na noite passada.

Desci e gritei um até logo ao motorista, que abanou as mãos em tchau. Caminhei novamente até minhas amigas, elas estavam na mesma mesa de ontem.

- Bom dia, bom dia.

- Dia, Lucy.

- Então - joguei minha mochila no banco e me sentei ao lado de Sabina -, vocês lembram do sonho da noite retrasada?

- Sim - falaram em coro.

- Sonhei com o mesmo menino de novo, só que foi... diferente?

- Defina diferente - Camille pediu.

Who Would Think of Our Love ~ Noah Urrea Onde histórias criam vida. Descubra agora