Capítulo Único: Açougue

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Parte I: Vênus

Em meio de um distrito desértico no interior do país, habitava um alguém, ou melhor, uma alguém cujo qual seria capaz de extinguir uma comunidade, sem deixar suspeitas... Fazendo suas presas, pedindo justiça, fazendo dos corpos o seu próprio açougue e da carne o seu banquete.

Melopólis, O Distrito da Carne - 1999

Diante da mesa de jantar, um diálogo familiar acontecia:

- Mãe, por que nós temos que comer carne!?

- Pois você precisa dos nutrientes para crescer e ficar forte, filha.

- Mas por que comemos os legumes!?

- Ora, para crescer e ficar forte, garota... - Entrometeu-se o pai.

- Então por que o papai mata um monte de animais sendo que podemos comer legumes!?

- Porque sim... Agora, come aí - Dizia o pai da jovem, já sem paciência.

Esperou alguns segundos encarando a carne e disse:

- Não! Eu não vou comer a carne de uma coisa que é que-nem a carne de um humano! ASSASSINOS!!!

A garota se retirou da mesa.

Melopólis, O Distrito da Carne - 2006

Na mesma casa, voltava a ter uma surpresa para os pais da jovem após anos de discução:

- Amor, vou ir pescar com os "cara".

Dizia o pai.

- Está bem. Só não volte muito tarde...

- Eu também quero ir! - A garota exclamou.

- Vênus, você não era vegetariana?!

- Sim, mas quero ir pescar com meu pai.

Vênus, obviamente, não iria pescar com seu pai e incentivar a matar mais animais... Entretanto, quando voltava da escola, avistou um cartaz que dizia que um assassino estava livre pela região. Logo, pensou e dentro de si, surge uma nova Vênus, uma mais sombria...

Ao chegar na represa que iriam praticar pescaria, o pai da garota e os outros homens se estabeleceram: colocaram baldes de minhoca no chão e começaram a preparar as varas...

Enquanto pescavam, Vênus apenas observava. Seu pai havia acabado de pegar um indefeso animal, o peixe balançava sem parar, em busca de tentar escapar da armadilha. Vênus, olhando a cena do peixe com uma ponta de ferro enfiada dentro de seu corpo, gritando por piedade, tentando respirar... Rapidamente, pegou um anzol dentro de uma das mochilas jogadas pelo chão e, o enfiou na garganta de seu pai. Ela logo tirou uma faca e cortou a garganta dos outros dois senhores ali presentes. Já não era ela mesma.
A poça de água agora estava vermelha, uma fonte de sangue. Observando a bela vista criada por ela, Vênus se sentiu satisfeita vendo as pessoas com "olhos de peixe morto".

Para se certificar que o pai havia falecido, pegou a linha de pesca e a colocou envolta do pescoço do homem que dizia ser bom, e falava para ele:

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