Nada passa por nós. Nada.
Somos uma dualidade, um único ser que a tudo volta. A tudo retorna. Quem somos nós?
Somos o fim, a linha final, o eterno descanso para uns. Ou o eterno sofrimento para outros.
A vida é tão linda, cheia de altos e baixos.
Mas temos prazer em terminar com isso. Você aproveita sua vida corretamente? Você curte sua vida? Aproveita ela bem? Não? Pois o faça. Nós não gostamos de ouvir as lamúrias quando vamos busca-los.
Ainda não sabe quem somos nós certo? Somos os amantes. Nossa dança acaba com tudo, nosso desejo por findar o que a vida cria.
Ao fim, pelo menos poderá nos ver dançar. A adorável dança da morte.
Mas não pense que somos bonzinhos. Mesmo a morte tem suas várias faces. Não, por favor. Não pense que somos brutais, só metade de nós é. Meu nome? A vida gosta mais de mim, pois sou mais cuidadoso com suas crias.
-Deku, temos mais um para buscar. Quero ver o sangue escorrer. A vida poderia ter filhos mais carinhosos. – Meu amante, minha dualidade. Katsuki, a morte perversa
-Meu amor, tenha mais calma – Ah, meu grande amor. Sua brutalidade me excita. Sim, me chamo Deku. Também conhecido como a morte branda
Caminhamos calmamente, Katsuki arrumando suas adagas gêmeas na cintura, sua capa tingida pelo sangue de suas vítimas.
Enquanto eu? Arrumava meu arco e flecha nas costas, sorria por ir buscar mais um filho da tão adorada vida.
Ao longe, já víamos nossa vítima. Um homem de aproximadamente trinta anos, gordo, um tanto calvo. Mais uma vez iriamos discutir, afinal nós dois amamos recolher os filhos da vida. Mas, uma cena nos chamou atenção e decidiu a discussão que mal começara.
O homem, à primeira vista estava andando calmamente na rua. Mas não era bem assim. Katsuki chamou a minha atenção para o que aconteceria. O homem seguia uma garotinha de aproximadamente doze anos que voltava da escola.
-Ainda quer discutir? – Katsuki, meu amado loiro questionou – A vida deve estar chorando pela maldade dos seus filhos
-Pode ir meu amado, dance! – Puxei seu rosto para um beijo apaixonado antes de Katsuki sair, puxando suas adagas e caminhando calmamente até o homem.
Humanos não podem nos ver, a não ser que deixemos. Acho que por isso muitos pensam em nós como seres deformados, assassinos brutais. Por isso quando aparecemos, não nos reconhecem.
Katsuki decidiu aparecer para o homem, no momento em que ele iria pegar a garotinha. Sorriu macabramente, então sua dança começou. Suas adagas dançaram pela pele amorenada do homem. Os gritos ecoaram pelo ambiente. Ah, meu adorável Katsuki. Sua dança é tão linda!
O sangue foi absorvido pela capa vermelha, a tornando mais rubra, mais bela, mais vivida. O homem não aguentou muito tempo. Está observando vida? Sua pequena cria está protegida. Afinal nós cuidamos dos seus filhos.
Arrumei uma flecha e a atirei antes que a alma do homem pudesse fugir, o prendendo no lugar. Katsuki puxou um colar de seu pescoço, que brilhou e puxou a alma do homem findando nosso trabalho.
Num piscar de olhos, meu amado estava ao meu lado. Seu sorriso brutal enfeitava seu rosto. Seu belo rosto que amava tanto.
Abraçou-me envolvendo meus lábios num ósculo apaixonado. Ah, como eu o amo. Minha dualidade, meu amor, meu amante.
-Vamos? – Questionei quando findamos nosso ato, nossa prova de amor
Caminhamos calmamente, voltando a nossa floresta. Engraçado, as crias da vida veem nosso lar como a morada da vida. Mal sabem eles que somos nós que vivemos aqui. A morada das divindades da morte.
Mas não queria explorar nossa morada. Não vai gostar do que pode encontrar.
Katsuki agarrou-me, sorrindo. Ah, já sabia o que queria. Segurei sua cintura, afundando meu rosto em seu pescoço. Que filho da adorada vida imaginaria que a morte brutal, a que tantos temem, tem uma suave fragrância de jasmim?
Tão rápido quanto poderia, meu amado retirou minhas armas e as dele, enquanto eu desamarava sua tão adorada capa, revelando seu corpo quase desnudo.
-Tão lindo - sorri ao admirar seu corpo. Nunca me cansaria de ti, estaremos juntos pela eternidade. Nos amando até o fim.
-Não fale merda. Idiota - Corado. Como amo lhe deixar assim. Te causar emoções que muitos diriam ser inexistentes
Reivindiquei seus lábios. Nossas línguas dançavam em sua própria música, causando leves arrepios pelo meu corpo.
Desci minhas mãos pelo seu tórax alvo, sentindo-o estremecer a cada toque meu. Puxei seus cabelos loiros ao mesmo tempo em que atacava seu pescoço. Você sabe né meu amado? Amo fazer-te suplicar.
Fui descendo as mordidas pelo seu tórax, até parar nos seus botões róseos que tanto amo. Aliás, o que não amo em você?
-Para de enrolar Deku! - Katsuki, já começou a implorar? Já tens pequenas lágrimas de prazer descendo pela sua face?
-Como quiser, meu amado - Mordi seu mamilo ao mesmo tempo em que arrancava sua calça, deixando-o totalmente exposto.
Katsuki, você ama não é? Ser apenas meu?
No momento em que a vida nasceu, também nascemos. Somos o ying-yang. Somos a dualidade, dois polos que se completam. Mas vocês filhos da vida, devem estar estranhando sermos amantes. Certo?
Ora, quem melhor para nos completar do que nós? Somos igualmente diferentes, tudo a nós retorna, somos os caçadores. E nos divertimos fazendo isto.
Meu amor a Katsuki existe desde nossa criação. Eu te amarei para sempre meu amado, assim como sei que me amará pela eternidade.
Tirei o resto de minhas roupas e guiei meu membro até a entrada do meu loiro, que pulsava em expectativa. Com um pouco de força, me enterrei dentro de Katsuki, ouvindo-o suspirar de prazer.
-Você é viciado em sentir dor, Katsuki - Sussurrei, sentindo-o estremecer e suspirar
-E você ama ser o motivo da minha dor, Deku - É verdade, não consigo negar. Me viciou nas sensações que me causa Katsuki.
Comecei a me mover devagar, eu já não disse? Amo fazer-te suplicar meu amado. Devagar, porém forte. Sei que ama assim. Segurei em sua cintura, apoiando suas pernas em meu ombro. Ama sentir-se vulnerável não é meu amado?
Me perdoe, mas desta vez não vou esperar suas súplicas. Quero dar-te prazer meu amado.
Acelerei os movimentos dentro de ti, ao mesmo tempo em que arranhava seu tronco. Seus gemidos ecoavam pela floresta, causando-me mais prazer.
Sem aviso, segurei em sua cintura e o levantei, apoiando suas costas na árvore que havia perto de nós. Senti suas pernas enlaçar minha cintura, fazendo meu falo ir mais fundo.
Voltei a me mover, mas desta vez ia mais rápido e forte que conseguia. Seus gemidos é a melhor música que já ouvi, sinto-me completo contigo meu amado.
Seu interior se contraiu, avisando o inevitável. O beijei novamente enquanto o sentia entregar-se ao orgasmo sujando nossos corpos, ao mesmo tempo que meu membro era deliciosamente estrangulado, fazendo-me chegar ao ápice também.
-Eu te amo, Katsuki - Sentei e o arrumei em meu colo. Peguei sua capa e o cobri, afinal sei que está cansado
-Eu também te amo Deku - Katsuki me falou, antes de entregar-se ao cansaço.
Sorri e fiquei ali, acariciando-o. Afinal, a morte não pode descansar. Estamos sempre de olho.
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Dualidade
FanfictionTudo na existência é regido por um par. Uma dualidade. Conosco não é diferente. Afinal tem a vida, que ama suas criações. E a nós, que caça a cada um. Está aproveitando sua existência?