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Assim que chego a pousada eu vou a minha cabana e entro no banheiro ligando a luz e me fitando no espelho, meu cabelo estava uma bagunça; molhado e cheio de cachos escuros, os meus olhos azuis pareciam estar mais escuros com pupilas dilatadas.
Agarro a bancada da pia baixando a cabeça, tentando limpar minha mente eu respiro fundo. Foi só um encontro bizarro. Digo a mim mesma, mas meu coração não queria se acalmar.
Retiro o meu celular dos meus peitos colocando sobre a bancada da pia e ligo em uma playlist com músicas da Cássia Eller.
A voz da Cássia sempre podia me acalmar.
Liberando um longo suspiro eu tiro minhas roupas as jogando no cesto de roupa suja do banheiro entro no box ligando o chuveiro deixando a água gelada banhar—me. Era muito bom. Alcanço o sabonete líquido no aparato do banheiro e começo a me lavar, por hábito meus dedos e traçam a pele irregular do meu peito que vinha logo abaixo da minha clavícula até meu estômago. Estava ficando cada dia menos aparente, mas ela estaria sempre ali para nunca me deixar esquecer de que eu estava viva. Mais vida do que nunca.
Fecho os olhos inclinando meu rosto para a ducha de água, deixando molhar meu cabelo e descer pelas minhas costas sentindo a forma como minha pele estava sensível.
—Quando o segundo Sol chegar para realinhar as órbitas dos planetas... — Eu canto com a música quando começo a lavar o meu cabelo.
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