1. The Beginning

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"Muitos não acreditam em destino, nem eu mesmo sei se acredito, mas se realmente existir, e se ele te der uma segunda chance de ser feliz? E se ele colocasse todas as cartas na mesa, de uma forma que você fosse o vencedor, você jogaria? Você apostaria sua felicidade ali?"

"Harry? Harry? Você está me ouvindo?" Larguei a caneta e fechei pequeno caderno. Niall falava sobre alguma coisa da qual eu não fazia a mínima ideia, mas fingi que me interessava.

"Claro. Continua." Eu não queria preocupar mais ninguém com meus problemas sem solução.

"Então ai amanhã a gente pode sair, sabe todos juntos. Faz tempo que a gente não faz isso, agora é só estúdio, hotel, show, estúdio, hote..."

"Ta bom. Eu vou pro meu quarto agora ta cara. Amanhã a gente ve esse negocio de sair." Eu sei que não era certo deixar o Niall falando sozinho, mas eu precisava de um tempo para mim, as coisas estavam difíceis e sair com os meninos só ia piorar, mas eu pensaria nisso amanhã.

Me sentei na beirada da cama, já era tarde da noite mas eu não tinha sono algum. Passei a mão em meus cabelos soltando um longo suspiro. Peguei a caneta e o caderno e voltei a escrever. Escrever alivia a mente, é como gritar de raiva mas tudo em silêncio.

"[...] Não quero desistir, eu não posso desistir, não depois de tudo que"

Eu não sabia se queria continuar aquela frase, e não sabia como continuar. Será que eu ainda posso falar de nós no plural? Olhei ao meu redor, o silêncio torna a solidão mais notável, eu sabia que meu lugar não era ali. E também sei que preciso ficar um pouco sozinho. Eu sinto falta da bagunça que ele faz, do modo como ele preenche o ambiente com sua presença, o jeito que ele tira sarro de tudo, é eu sinto falta dele. Eu sinto falta de nós.

"... não depois de tudo que vivemos. Eu sei que não é pra ser assim. Eu me lembro quando eu o vi pela primeira vez, dentro de um banheiro, nós nos esbarramos e trocamos duas palavras, aquelas duas palavras que carregariamos para sempre em nossas peles " hi" "oops". Eu sinceramente achei que nunca mais o veria, e me culpei por não perguntar nem seu nome. Eu apenas fiquei olhando para ele e ele para mim. Era um show de rock, eu não podia esperar encontrar ele na multidão. Dois meses se passaram até minha audição no x-factor. Quando finalmente fui chamado para , eu não pude acreditar, era ele, eu reconheceria aquele rosto em qualquer lugar. Eu não sabia por que eu estava tão feliz por -lo, mas eu estava. Fui logo falar com ele, parei para pensar no que falar, era difícil pensar em alguma coisa, mas que fosse qualquer coisa. E acabaram se repetindo as duas palavras. Mas agora eu sabia seu nome, Louis Tomlinson. Agora éramos amigos, mesmo não ficando muito perto, nós éramos. Fomos eliminados, e cada um iria para um lado da Inglaterra, era o fim de tudo novamente. Mas o destino nos deu mais uma chance, a maior de todas as chances. Uma banda. Eu não acreditei quando ouvi que continuaria no programa, era o que eu mais queria. E no meio da euforia, estava eu, nos braços de Louis. Naquele momento, naquele exato momento eu soube que nossa amizade seria muito forte, mas eu não sabia quanto. Semanas junto com os outros meninos e com Louis, nós nos dávamos muito bem. Todos sabiam que nós nos gostávamos, e com o tempo eu fui aceitando o sentimento que crescia dentro de mim. Eu o amava."

"Eu o amo." Minha voz saiu como um suspiro, mas não importava, não havia ninguém para ouvir. Fechei o caderno e me deitei. Minha cabeça fazia voltas, eu sorria sozinho lembrando dos momentos engraçados, de como os meninos aceitaram bem o que estava acontecendo entre eu e o Lou. E a cada lembrança eu tinha mais certeza, eu o amo. Eu amo.

"Eu te amo."

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