Boa leitura! Leiam as notas finais :)
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25 de setembro de 1850
Aquela era uma noite particularmente quente, algo raro na pequena cidade de Cambridge. Mesmo nos dias de verão, o lugar era absurdamente frio, mas hoje, Harry tinha a sensação de estar numa sauna. Ou talvez no inferno. As batidas altas e descompassadas de seu coração eram um constante lembrete do fim iminente. Eles finalmente haviam conseguido achá-lo, não tinha para onde fugir dessa vez.
Harry praguejava a cada galho no caminho que o fazia tropeçar. Ofegante, questionava-se há quanto tempo estava fugindo, alguns minutos? Talvez algumas horas? Ele não sabia.
Seus pés arranhados doíam e sua garganta seca implorava por um pouco de água na mesma intensidade que seu pulmões pediam desesperadamente por ar. Sua aparência destruída o denunciava. Não aguentaria por mais tempo correndo, precisava achar um esconderijo logo. Porém, não podia parar, todos os anos fugindo seriam em vão.
Estava perdido em algum lugar da floresta sombria. O acesso ao local era proibido até mesmo para moradores. Harry sabia disso, sabia que estar ali traria-lhe consequências inimagináveis, mas seu único pensamento era continuar seguindo em frente, ainda adentrando o lugar deserto.
Sempre soube que não ficaria muito tempo fora do radar dos subordinados do rei - que carinhosamente apelidava de abutres - mas, não esperava que fosse encontrado tão rápido. Talvez os truques para esconder sua localização tinham começado a falhar. De alguma forma, estava naquela situação agora.
Harry correu mais um pouco e choramingou pela dor em seus pés. Sua mente girava com pensamentos sobre sua vida, os anos de fuga, o sentido em continuar o que fazia... Tudo estava uma bagunça.
Desde que nascera, ele não era bem visto pela corte ou pelo cidadãos em geral. Aos poucos, aprendeu a se não importar com o desprezo que lhe era direcionado, principalmente quando chegava em casa aos prantos por algum comentário maldoso ou olhar de desaprovação, sua mãe lhe dizia:
- As pessoas não sabem como você é especial, meu bebê.
Harry nunca foi bom em controlar isso, por isso, todos sabiam quem ele era e o que carregava consigo.
Ainda assim, seus pais sempre faziam com que toda a dor e ódio que recebia fossem mais suportáveis, o ensinando que a vida não era feita apenas de momentos ruins, mas também, de esperança e amor. Ele era, de certa forma, feliz.
Tudo isso foi por água abaixo no dia 31 de janeiro de 1841, quando seus pais foram covardemente assassinados em sua frente por ladrões enquanto tentavam ganhar a vida vendendo mercadorias artesanais. Sozinho e sem ter para onde ir, o garoto passou a viver clandestinamente pelas ruas da pequena cidade, sendo constantemente rejeitado e desprezado pelos moradores.
Apesar de tudo, estava habituado a viver como uma sombra pela cidade, a rejeição ou a solidão não o machucavam mais. Esse era o seu destino, afinal, a única coisa que o irritava, era o fato de não poder viver normalmente como qualquer outro indivíduo.
Não fazia mal a ninguém, mas vivia como um condenado, fugindo e se escondendo.
- Merda. - Harry sibilou, escutando as ferraduras dos cavalos em contato com o cascalho bem próximo a si. - Merda! - Encolheu-se atrás da árvore e respirou fundo.
Fechou os olhos. Com suas energias no fim, suspirou profundamente e buscou acalmar-se, sentindo a brisa fria tocar seu rosto. Sua única percepção eram as folhas dos galhos, balançando.
Após 15 anos vivendo por conta própria, Harry tinha aprendido a aceitar sua natureza. Seu principal desejo era se tornar mais forte para não ter que fugir nunca mais, mas ainda tinha muito a aprender.
- Lá está ele! Peguem-no! - Um dos guardas gritou para os companheiros.
Harry concentrou-se em suas energias vitais e uma fraca centelha de luz acendeu na ponta de seus dedos. Seus sentidos vacilaram, o cansaço e a dor em seu corpo estavam finalmente mostrando-se presentes.
- Phasmatos.... - Murmurou baixo, não tendo certeza se estava proferindo corretamente. - ...Ex Veras.
Subitamente, uma luz branca começou a irradiar por todo seu corpo, cegando seus perseguidores momentaneamente. Confusos, os guardas olharam aos redor e arregalam os olhos ao notarem apenas uma túnica cor vinho no lugar onde o homem deveria estar.
Harry havia desaparecido.
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I'm back!! Como vocês estão?
Trouxe essa leitura gostosinha pra vocês, espero que gostem tanto quanto eu gostei de escrever.
Me digam o que estão achando, é importante pra mim ok?
Até a próxima att. xx J
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Spark of Light (L.S.)
FanfictionHarry é um feiticeiro foragido e está encurralado pela guarda real na floresta proibida. Desorientado e ferido, ele se teletransporta e acaba materializando-se no pior lugar possível: o quarto de Louis, príncipe de Cambridge e filho de seu maior ini...