|EPÍLOGO|

1.5K 244 36
                                    

Em mais um dia eu estava com a pessoa que conseguiu trazer um pouco de alegria para a minha vida. Helena era um anjo para mim, e depois que Benjamin nasceu, eu pude aproveitar mais a minha amiga e apertar aquele bebê fofinho que me iluminava com seu sorriso.

Estávamos passeando em volta da lagoa da Pampulha. Nathan havia nos deixado ali para uma rápida reunião e nos buscaria. Quando eu não estava na aula, eu estava com eles. De uma forma, aquela família tornou-se minha também. Eu adorava a todos, sem distinção. Era um amor que transbordava e só me deixava melhor.

- Ai amiga, o que você achou da festinha de mesversário ontem? - Perguntou Helena preocupada, pois ela sabia que tudo foi preparado muito rápido.

- Desencana, Helena. Deu tudo certo. Até sua sogra ajudou. Fiquei de cara que ela quis pagar tudo. Eu e Gisele apenas organizamos, mas o patrocínio foi da vovó desse lindo aqui. - Disse apertando de leve as bochechas dele e claro, ele me devolvia um lindo sorriso.

- Pois é, não acreditei que dona Rita quis pagar tudo. E você só me enrolando para pegar o dinheiro para comprar as coisas.

- Eu não queria te falar que ela estava pagando. Mas depois de tudo pronto, era seu direito saber. Ela tem se esforçado. Temos que reconhecer.

- É verdade. Às vezes eu fico até com medo dessa mudança dela. - Confessou.

- Olha. Tente ver que ela ama seu filho. Isso já é um começo. Tente não ter uma armadura todas as vezes que vocês se encontrarem. Baixe um pouco a guarda. Sei que é difícil, mas ela aparenta estar mesmo arrependida de tudo o que fez.

- Vou tentar. - Disse empurrando o carrinho e assim continuamos nosso passeio. Aline, e sua mãe, concordou com nossa proposta?

- Helena, eu não queria misturar as coisas. - Falei envergonhada.

- Não veja assim. Sua mãe é uma boa pessoa e nós estamos precisando de alguém para ajudar com Benjamin. Minha avó jajá terá que ir embora pois a minha mãe está quase parindo.

- Mas e se não der certo, Helena?

- Vai dar sim, Aline. Eu quero uma pessoa boa cuidando do meu filho enquanto eu estiver de volta na universidade. Dona Lourdes ajuda, mas ela tem que se dedicar a casa. - Insistiu.

- Tudo bem. Vou conversar melhor com a minha mãe e tenho certeza que ela irá aceitar.

- Oba - Disse comemorando. E eu acabei dando uns pulinhos junto com ela.

Continuamos nosso passeio com Benjamin e o telefone de Helena tocou. Ela teve uma breve conversa e em seguida se virou para mim.

- Nathan não poderá nos buscar. Ele teve um imprevisto.

- Não tem problema, podemos pedir um táxi. - Sugeri.

- Não será preciso,Nathan ligou para meu tio Lael. Ele ainda não foi embora e aí virá nos buscar.

- É.. seu tio virá?

- Virá, Aline. E eu estava me esquecendo, achei bem suspeito a aproximação de vocês ontem na festinha de Benjamin. Você não está me escondendo nada não, né?

É, não tinha jeito. Eu teria que falar com Helena que eu havia beijado o tio dela. Mas eu não estava afim de me envolver com ele, apesar de ele ser lindo, musculoso e exibir aquelas belas tatuagens. Não era o que eu queria.

- Amiga... ontem na festa eu fiquei conversando com ele e... - Fui cortada, antes de eu falar alguma coisa, fomos interrompidos por uma beldade que há muito tempo eu não via. Eu fiquei paralisada.

- Olá, garotas, como estão? - Ele falava com sua voz sedutora. Helena o olhou e o sorriso em seu rosto morreu. Será que ela ainda nutria algum sentimento por ele?

- Olá, Davi. Estamos bem. - Ela respondeu por nós duas, pois eu ainda estava admirando aquela beleza que ofuscava a minha visão.

- Este é o seu bebezinho? - Ele disse apontando para o carrinho de Benjamin.

- Sim, é um menino. Benjamin o nome dele. Estamos passeando um pouco.

- Ele é lindo. - Falou sorrindo. Tem muito tempo que a gente não se vê, né?

- Verdade, Davi. E seu pé, como está? - Helena perguntou.

- Ah, está ótimo. Estou fazendo fisioterapia aqui em Belo Horizonte. Já estou no cursinho. Minha mãe e Lucas vieram morar aqui também. - Comentou.

- Que bom, Davi. A vida está tão corrida que há muito tempo não vejo tio Theo e Tia Marcela. As notícias que tenho de todos são as que a minha mãe me fala. - Tentou se justificar.

- Não precisa se preocupar. Eu entendo que sua vida deu uma virada muito doida. É assim mesmo, né? - Ele falou gargalhando, o que o deixou mais lindo ainda. Eu fiquei hipnotizada com aquele diálogo dos dois, sem nenhuma reação. Foi quando o Davi me chamou atenção.

- E você, garota, não fala nada? O gato comeu a sua língua? - Eu o olhei e ele me olhava. Ondas de eletricidade passaram em meu corpo. Eu nunca havia sentido isso apenas com uma frase de um garoto que nunca conversei, mas que eu conhecia bem pelas histórias que Helena me contava.

- Não costumo me meter em conversa que não é minha. - Respondi sem pensar e depois percebi que pude ter sido rude com ele.

- Uau, a língua ela tem e é afiada. - Disse zombeteiro.

Eu fiquei sem palavras, minha atitude não foi a mais legal, mas já havia falado, eu não iria voltar atrás. No mesmo momento, um super carrão parou ao nosso lado e buzinou. Quando olhei, o tio de Helena estava lá, sorrindo com seu sorriso maravilhoso e exibindo suas tatuagens. Era para foder com qualquer juízo.

 Era para foder com qualquer juízo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Davi, temos que ir. Foi bom te ver e saber que está tudo bem. - Disse Helena.

- Foi bom rever você também, Helena. Depois apareça, estamos no nosso apartamento.Você sabe o caminho. - Falou.

- Pode deixar. Mande beijos para tia Marci e para Lucas. - Helena falou se virando e eu me virei junto, seguindo para o carro.

Lael saiu do carro e colocou o carrinho de bebê do Benjamin no porta malas. Helena o prendia na cadeirinha e sentou-se atrás com ele. Eu me preparei para entrar no carro quando escuto Davi gritar.

- Tchau para você também, esquentadinha.

Afrontoso. - Pensei comigo e fiz uma careta para ele.

Sentei-me do lado de Lael no carro e antes que desse a partida, ele me olhou e sorriu com aquele sorriso safado de quem sabe o que fizemos na noite passada.

- Vamos então, gatas? - Falou com seu jeito moleque.

- VAMOS - Helena gritou. E assim, seguimos. Eu ainda mexida com aquele garoto e agora, tremendo com esse cara ao meu lado que apesar de debochado, conseguiu me deixar sem ar.

Eu às vezes não me entendo. Há muito tempo, nenhum rapaz tirou meu juízo e agora, dois vem entrando em minha mente. Como lidar com isso? A verdade é que precisamos ter paciência, que assim, no tempo certo, as coisas vão se ajeitar e eu enfim poderei ser feliz com alguém que goste de mim e queira ficar ao meu lado.

Só o tempo cura - Livro 2 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora