Capítulo 36

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C H A C A L 🔫

— O problema é que eu tenho medo que ele a machuca — estava conversando com Julia deitado em seu colo — ela não tem nada a ver com a vida que eu escolhi.

— Olha, eu sei que ele é policial, mais olha — ela disse e parou de fazer cafuné — Pelo o que vejo e o que você me fala, ela é uma garota muito forte.

— Ela é sim — eu disse e me sentei de frente pra ela — mais emocionalmente nem tanto, ela sente muito quando gosta de alguém, e se ele a mágoar ela vai sofrer muito.

— Por que estamos falando isso? — ela perguntou e se encostou na parede da cama — Você realmente acha tudo isso Carlos?

— Sim — eu disse, me levantei e coloquei um pouco de wisk no meu copo — eu conheço a minha sobrinha o suficiente.

— E esse Alan? — a mesma perguntou e deu um gole da minha bebida —.

— Eu o contratei justo pra ser seu amigo — ela me olhou confusa sem ter intedido do que havia falado — segurança nunca da certo do lado dela, então contatei Alan pra ser seu amigo, e assim eu ficar sabendo cada passo dela.

— Tá de brincadeira — ela me perguntou incrédula — Ela já não te conta as coisas? — concordei — Então pra que isso Carlos? Você sabe o que a Maria Elisa vai fazer quando descobrir? O que ela vai sentir? — ela me entregou o copo já vazio —.

— Ela vai ficar machucada no começo, mais depois vai  passar — eu falei dando de ombros —.

— Você vai fazer ela se machucar, esta certo — ela disse e se levantou da cama — e imagina o que ela vai pensar de você, como ela vai te tratar, vai te odiar, contrar alguém pra ser amigo dela?

— Olha, eu só quero proteger ela — voltei a deitar na cama — e em relação a minha sobrinha cuido eu.

Ela me olhou incrédula e foi para o banheiro.

J U L I A 💋

Ontem a noite foi muito exaustivo, afinal fiquei brava com Carlos, o que eu queria?

Estávamos almoçando juntos quando meu celular começou tocar freneticamente, olhei no visor e era o Matias.

IDL

J: Oi — assim que falei Carlos me olhou, e deu uma garfada —.

M: Acabei de sair do avião, vem me buscar?

J: Você tá no Brasil? Meu Deus Matias, porque não tinha me avisado antes?

M: Surpresa — ele disse e deu risada e instantaneamente eu também — Só não quero ir pra casa dos seus pais.

J: Fica tranquilo, estou morando sozinha, você fica comigo lá.

M: Depois tu me conta direito essa história. Estou te esperando, tchau.

J: Tchau, até mais.

FDL

— Quem era? — Carlos me perguntou e bebeu seu suco —.

— Matias — eu disse e ele fez cara de paisagem — meu irmão, tô indo buscar ele, não sei se venho ficar com você de noite, tchau.

Me levantei, dei um selinho nele e sai da cozinha antes dele falar algo. Peguei minha bolça e sai de casa. Fui até a garagem, os meninos abriram o portão, entrei no meu carro e sai dali.

Fazia um bom tempo que não conversava com meu irmão, que eu não o via, já estava com saudades.

Segui do morro até o aeroporto apreensiva, eu já não sabia mais sobre o que ele queria, em tudo, e principalmente em relação aos meus pais.

Quando entrei no aeroporto procurei um moreno por todas as partes, eu tinha herdado o ruivo de minha mãe, já Matias o meu pai, somos muito diferentes por fora, por dentro somos muito igual.

Anos, fazia anos que eu não o via, saudades definia.

Quando eu vi o mesmo, corri até ele e pulei em seus braços fazendo com que as pessoas ao redor nos olhasse estranho.

— Como tu tá ruiva? — ele perguntou arrumando meu cabelo bagunçado já quando estava no chão —.

— Estou bem, e tu lindeza? — eu perguntei ajudando com as malas —.

— Com fome — ele disse e sorriu —.

Passamos pela porta de entrada do aeroporto e saímos.

— Vamos em um lugar pra comer então — seguimos para o meu carro — O que vai fazer primeiro?

— Ir atrás das papeladas — ele falou colocando as malas no morta malas, eu olhei estranho e ele fechou a porta — Vou acabar com eles, mamãe e papai.

Sabia que ele estava ironizando no mamãe e papai, mas sabia que era verdade em todo o resto.

Vivendo em dois mundosOnde histórias criam vida. Descubra agora