Josie

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Talvez tivesse medo, ou vergonha. Mas por algum motivo Josie nunca contou que tinha uma marca.

Surgiu quando tinha 13 anos. Não era nada de mais, só uma fina fita vermelha circulando seu mindinho esquerdo. Houve uma leve queimação e então apareceu, e Josie surtou. Claro que primeiramente ela ficou feliz, afinal poucas pessoas tinham marcas para indicar seu verdadeiro amor.

Josie amava ter uma alma gêmea. Saber que havia alguém que era sua pessoa, com quem passaria o resto da vida. Mas ao mesmo tempo sabia que não deveria ficar procurando-a. Se encontrariam quando fosse a hora certa. Enquanto isso achou que não havia nada de mais em ter uma leve queda pela garota misteriosa da escola.

Até ver sua marca no dedo dela.

Hope Mikaelson. Dentre todas as pessoas, Hope era sua alma gêmea. E sua crush. Se parasse para pensar realmente fazia sentido, visto que sua marca apareceu quando começou a desenvolver sentimentos pela garota.

Mas, é claro, era Hope Mikaelson.

Um dia, num surto de coragem, Josie escreveu um bilhete para ela e passou-o por debaixo da porta. Arrependeu-se no mesmo segundo. Não tinha a mínima chance de que Hope gostasse dela. E se ela levasse o bilhete para o seu pai?

A Josie de 13 anos estava desesperada, então fez o que lhe veio primeiro a cabeça: tentou queimar o bilhete usando um feitiço de fogo. Mas estava muito nervosa e naquela época não controlava direito sua magia, então acabou provocando um incêndio no quarto da garota que gostava.

Indiretamente foi a causadora do primeiro surto de sua irmã. Sabia o quanto aquela viajem era importante para a outra, mas não conseguia deixar de sentir alívio ao saber que seu segredo estava seguro. Pelo menos por enquanto. Começou a usar maquiagem para cobrir a marca.

Depois vieram as mentiras. Não queria por uma barreira entre Hope e Lizzie, mas na época parecia ser o único jeito de impedir que sua irmã gêmea tentasse roubar sua alma gêmea.

Realmente, desesperador.

Os anos passaram e ambas cresceram. Josie continuou observando a tri-híbrida de longe, vendo-a desenvolver seus poderes, amadurecer e se tornar cada vez mais fechada. Chorava toda noite pensando em uma maneira de se aproximar sem ser enxotada. Só queria que ela tivesse alguém com quem se importasse.

Então veio Penelope.

A bruxa era sexy, confiante e o extremo oposto de Josie. Mas, de alguma maneira, elas se entendiam. Josie se sentia feliz como nunca com ela. Inclusive parara de pensar tanto em maneiras de se aproximar de Hope. Porém toda a noite Josie olhava para a fita vermelha e sentia vontade de chorar.

Eventualmente Penelope quebrou seu coração. Foi uma época difícil. Tinha certeza que a Park a amava, e por mais que não quisesse admitir, ainda a amava também.

As vezes quando estava pra baixo sentia alguém a observando. Era sempre Hope olhando-a de longe. Começou a pensar que talvez, quando seu coração estivesse curado, deveria contar para ela sobre as marcas.

E então veio Landon.

E junto com ele Rafael e mais uma horda de monstros raivosos prontos para atacar a qualquer instante. Então tudo que já era complicado virou simplesmente uma bola de neve.

Era visível a qualquer um o sentimento nos olhares de Landon e Hope. Josie percebeu com um misto de alegria e tristeza. Tristeza pois queria que fosse ela a pessoa a qual Hope direcionava tais olhares, mas também alegria já que Hope parecia genuinamente feliz

E no fundo, era só isso que importava.

Os meses seguintes foram uma confusão tão sem precedentes que Josie mal conseguia acompanhar. No meio disso houve sua aproximação completamente inesperada, porém muito bem vinda com Hope. Assim que ela entrou em seu quarto naquela noite Josie já sabia que faria o que ela quisesse. Com ou sem chantagem. Agradeceu mentalmente que poderia usar a desculpa de que estava nervosa com o feitiço para não ter que dizer por que suas mãos estavam tão suadas quando segurou as da tri-híbrida.

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