Capítulo 3

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Vencida pela exaustão, Carol dorme um sono profundo, que a leva até mais uma de suas lembranças com Maria. 

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Dentro de um bar lotado, barulhento e com muita fumaça de cigarro, Carol vê Maria sentada sozinha numa das mesas, bebendo cerveja e com cara de poucos amigos. Aproxima-se da mesa, para brevemente em frente à Maria, que ergue os olhos , mas segue com a cara fechada. 

- Posso sentar aqui? - pergunta Carol.

- Não é uma boa ideia, Danvers. Vaza. - responde Maria enquanto toma mais um gole da cerveja.

Carol puxa a cadeira, gira ela ao contrário e senta, apoiando os cotovelos na guarda da cadeira, sorriso debochado, encarando Maria, que ergue os olhos furiosa e baixa-os novamente, focando na cerveja. 

- Além de metida é surda... - murmura

- Quê?! - pergunta Carol num tom de voz um pouco mais alto do que necessário, visivelmente se fazendo de desentendida e sorrindo ainda mais. 

No palco improvisado uma pseudo-banda toca tão mal que ninguém estava prestando atenção. 

- Cadete Rambeau, o que faz aqui nessa espelunca em plena noite de folga, sozinha e com cerveja ruim? E a namorada, cadê? - pergunta Carol, segurando a cabeça com as mãos, totalmente focada na conversa. 

- Cadete Danvers, eu não lhe devo satisfações, mas já que perguntou e estou a fim de desabafar, a minha ex-namorada está agora nos braços de uma vadia do outro lado do País. E essa porcaria de cerveja está quente porque é a única que eu posso pagar a noite inteira. Tô enrolando aqui tomando aos poucos. Nem bêbada eu não posso ficar pra esquecer aquela praga!

Carol não consegue segurar a gargalhada e chora de tanto rir, enquanto Maria, contrariada, levanta e se dirige em direção à porta de saída. Carol para imediatamente de rir e corre atrás de Maria, tentando segurá-la pelo braço.

- Me solta, Danvers! Eu falei que não era uma boa ideia! - Grita Maria, enquanto sai do bar e entra no carro. 

Carol a segue e senta no banco do carona. 

- Sai daqui, Danvers! Me deixa! - grita Maria, empurrando Carol.

- Para, mulher! Chega! - diz Carol, segurando seus punhos - Chega! 

Ambas ficam imóveis se encarando, e Carol larga devagar os punhos de Maria, passando uma das mãos de leve no cabelo da amiga, enquanto sussurra: 

- Não sei que shampoo é esse que você está usando... mas não está ajudando muito...

- Sai daquiiii!! - Grita ainda mais alto Maria, empurrando Carol com muita força, que acaba caindo de mal jeito pra fora do carro.

Maria dá a volta no carro bufando. Ajuda a levantar Carol e a coloca sentada de volta no banco, um pouco esfolada e suja da queda. 

- Você sabe que mereceu! - disse Maria, dando a volta novamente no carro pra sentar no banco do motorista. 

- Eu sei, Rambeau, mas é que eu fico sem noção quando estou muito feliz.

- Tá de brincadeira comigo, né?

- Não tô não... com a ex longe daqui eu finalmente vou criar coragem pra te chamar pra sair. Vou incomodar até você topar. 

- E quem disse que eu vou querer sair contigo?

- Você não vai querer, você QUER sair comigo.

Desta vez foi Maria que caiu na gargalhada.

- Ai, Carol, só você pra me fazer rir hoje!

- Olha aí, já está sorrindo e me chamando de Carol! Progresso! Até o fim da noite eu ganho um beijo.

- Se eu te beijar você vai embora? - perguntou Maria, cansada. 

- Se eu te beijar, você fica pra sempre - respondeu Carol, pegando Maria desprevenida e roubando um beijo gostoso que deixou as duas sem fôlego. 

O Retorno de Carol Danvers (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora