- Hoje eu que vou preparar um jantar pra nós- Breno falou para Paula pelo celular.
- É o que?!- ela praticamente gritou- Acho que já vou até deixar os bombeiros em alerta.
- Deixa de ser besta, menina- ele riu- Eu quero fazer algo legal pra nós três e te contar uma novidade- falou sorrindo.
- Uma novidade boa?
- Bom, pra nós dois sim- ele disse mordendo o lábio inferior para segurar o sorriso bobo que queria surgir em seus lábios.
- Devo passar batom pro evento?- Paula brincou.
- Acho que não é uma boa ideia, porque ele não duraria muito tempo nessa boca sua- o tom de voz do loiro ficou mais baixo.
- Vixi, já vi que é coisa boa mesmo!- eles riram- Deixa eu ir buscar meu bebê antes que você me desconcentre.
- Vai lá- falou sorrindo- Dá um beijo nela pra mim e diz que eu vou fazer um jantar bem bom pra nós.
- Tá bom. Até mais!
Paula desligou o celular com um sorriso no rosto e então calçou um tênis para ir buscar a filha na escola. Ela sempre ia a pé e voltava de aplicativo para não cansar a pequena.
A morena chegou em frente à escola e entrou pelo portão. Diferente do que sempre acontecia, Jade não correu em sua direção pois sequer estava ali na frente.
- Cadê a Jade?- Paula perguntou para a monitora, vendo que Maria Olívia não estava presente.
- A moça que a senhorita mandou pegar ela já veio- falou sorrindo como se lembrasse Paula de algo.
- Que moça?- seu coração começou a bater mais rápido.
- O nome dela era Lívia e ela me mostrou o áudio que você mandou pra ela- a voz da monitora havia mudado para um tom sério.
- Você tem certeza que era a Jade? Cinco anos, cabelos castanho e comprido ondulado nas pontas. Ela tava vestindo calça jeans, uma blusa da Moana e...
- Sim, eu conheço muito bem a Jade Amorim- a mulher afirmou fazendo as batidas do coração de Paula vacilarem.
- Eu...- ela piscou forte tentando fazer sua visão ter foco- A minha filha... cadê a minha filha?- a morena se apoiou na parede e passou a mão nos olhos.
- Calma, eu vou pegar um...
- Cadê a Maria Olívia?- ela interrompeu a mulher.
- Ela foi embora mais cedo e eu que fiquei...
- Aciona a polícia agora! Eu não pedi pra ninguém buscar a minha filha!- Paula tirou a mãos dos olhos e olhou pra a mulher.
- Eu vou!- a mulher saiu correndo até a sala mais próxima.
Paula, que tinha as mãos trêmulas, pegou seu celular e ligou para Breno.
- Não tá aguentando de saudade?- ele perguntou rindo.
- Alguém pegou minha filha aqui na escola, Breno!- o tom de voz da morena e a frase o assustaram.
- O que? Como assim? Tem certeza?- ele, que estava no mercado, deixou tudo para trás e foi até seu carro.
- Sim! A monitora disse que... sei lá, uma mulher veio e levou a Jade dizendo que eu pedi- a respiração rápida de Paula demonstrava que ela estava à beira de um ataque de pânico.
- Tenta respirar com calma que eu já to a caminho!
Breno deixou o celular ligado, apenas ouvindo a respiração da morena, enquanto ia até a escola.
- Como aconteceu?- ele chegou correndo e viu a mulher escorada na parede com o rosto super pálido.
- Eu não sei, eu...
- Não precisa falar nada, nós vamos achar a pequena- Breno a puxou para um abraço e então Paula se permitiu chorar naqueles braços que a traziam conforto- Vai ficar tudo bem.
- A minha filhinha, Breno- ela soluçou- Ela é tudo que eu tenho!
- Cadê a minha mãe?- ele perguntou bravo para a monitora.
- Ela teve que ir embora mais cedo- a mulher tinha uma expressão assustada- Eu já acionei a polícia, contei tudo e eles vão iniciar uma busca.
- Nós vamos ter uma conversa muito séria depois que isso acabar- Breno olhou irritado para a mulher- Vamos lá pra casa da minha mãe, ela precisa ficar a par da situação.
Breno abraçou Paula pelo ombro e a guiou até o carro. A morena tinha os olhos fechados e lágrimas escorrendo pela bochecha enquanto o homem dirigia rapidamente até a casa de sua mãe.
- O que houve?- Maria Olívia perguntou ao abrir a porta e ver Paula com os olhos avermelhados e Breno com o rosto pálido.
- Alguém buscou a Jade sem a autorização da Paula- Breno explicou entrando.
- Como assim?- a mulher arregalou os olhos.
- Eu cheguei pra pegar a minha filha e a monitora disse que uma mulher já tinha pego ela- Paula falou em meio a soluços.
- Já chamaram a polícia?
Bruna veio da cozinha já dando um copo de água para Paula que estava sentada no sofá.
- Já- Paula disse.
A campainha foi acionada e então Breno foi abrir.
- A senhorita Paula Carolina de Amorim Barbosa está aí?- um policial perguntou.
- Sim.
- Nós viemos devido ao desaparecimento de sua filha de cinco anos. A escola nos mandou para cá dizendo que ela estava aqui.
- Claro, pode entrar!
Dois policiais entraram e foram até as mulheres.
- Alguma notícia?- Paula se levantou.
- Nós primeiro precisamos de algumas informações antes de iniciar as buscar, senhorita- o policial falou- Há alguém que pode querer fazer isso? Alguém que queria fazer algo contra a senhorita?
- Não, eu não tenho nenhum tipo de inimizade e nem nada. Não conseguiria pensar em alguém que queira me atingir usando minha filha- Paula estava tentando se manter firme.
Eles fizeram mais algumas perguntas, pegaram a foto de Jade que a morena tinha na bolsa e então partiram para as buscas pedindo para a morena ficar onde estava pois seria mais fácil de encontrá-la.
- Filha- Maria Olívia sentou ao lado de Paula e acariciou suas costas- Qual a chance de ter sido o pai da menina?
- Nenhuma- a morena falou sem desviar o olhar da pulseira que usava, uma que Jade lhe dera de dia das mães- O cara nem sabe que eu engravidei na verdade.
- Como assim?- Breno perguntou se sentando no braço do sofá e acariciando os cabelos castanhos da morena, gesto que não passou despercebido por Bruna.
- Teve uma época da minha vida em que eu não tava nem aí pra nada, só queria saber de festas e de estar na noite. Teve uma vez que eu transei com um cara no banheiro da balada- ela limpou a garganta parecendo um pouco desconfortável com o assunto- Eu tava muito bêbada e nem o nome dele sabia. A gente tava tão louco que nem usou camisinha, ainda bem que não peguei nenhuma doença, mas depois de dois meses eu descobri que tava grávida.
- Então nem você conhece o pai da Jade?- Bruna perguntou surpresa.
- Eu não lembro nem do rosto dele pra ser bem sincera- a morena suspirou.
Aquela revelação havia sido surpreendente para Breno. Ele nunca havia falado sobre o pai de Jade com Paula, mas não esperava que essa fosse a história.
- Mas tem alguém que talvez quisesse atingir a Jade mesmo?- Sérgio quem perguntou.
- Não sei se atingir, mas tem alguém que pode estar com raiva de mim e gostava muito da minha filha- o olhar da morena foi para Breno.
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Take Me Home
FanfictionA vida de Paula se torna ainda mais difícil quando ela perde o emprego e acaba recebendo apoio de quem menos esperava.