Capítulo 24

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- Só falta a Paulinha terminar o depoimento dela e nós vamos embora- Breno, que tinha Jade em seu colo e deitada com a cabeça em seu ombro, falou para os pais.

- Eu ainda não acreditei que a Margarida deixou uma pessoa estranha levar a criança de lá- Maria Olívia se referiu à monitora que entregara Jade para Letícia.

- Não resolve nada de cabeça quente, mãe. Ela errou sim, mas acho que uma boa conversa vai resolver- o loiro disse.

- Mas o que eu falo pra Paula? Ela com certeza vai querer que a Margarida seja demitida.

- Não se preocupe quanto a isso, eu tenho certeza que ela não vai querer isso.

Paula saiu da sala de depoimentos e se aproximou de Breno acariciando as costas da filha e dando um beijo no local.

- Ela tá dormindo?- ela pôs a mão por baixo da camiseta da pequena e acariciou a pele de suas costas.

- Não, só tá quietinha mesmo- Breno reparou que a respiração dela não estava pesada como ficava quando dormia.

- Filha- Paula chamou e Jade levantou a cabeça a olhando- Você tá com fome?- ela assentiu com a cabeça mordendo o lábio inferior.

- Então vamos pra casa que eu também to morrendo de fome- o loiro falou e então eles foram para o carro.

- Paulinha, eu prometo que amanhã mesmo eu vou fazer uma reunião na escola e abordar a questão da segurança- Maria Olívia se sentia mal pelo que acontecera.

- Eu agradeço- Paula deu um sorriso fraco para a mulher.

Breno deixou os pais e Bruna na casa deles e então partiram para seu lar.

- Lar doce lar!- ele exclamou respirando aliviado- Vamos comer algo!

Paula preparou algo rapidamente e eles comeram.

- Mamãe, eu to com sono, posso ir tomar banho?- Jade perguntou para a morena.

- Claro, meu amor. Eu vou lá com você.

- E eu vou lavar a louça aqui- o loiro disse quando as duas subiram as escadas.

Os planos iniciais haviam ido por água abaixo. Não conseguira cozinhar para as morenas e também já estava bem nítido que esse não seria o dia que mataria a vontade que estava de Paula.

Breno lavou toda a louça pensando em como seria a noite se não tivesse acontecido tudo isso e logo subiu as escadas indo tomar um banho. O banho foi relaxante e lá ele se deixou levar pelas emoções do dia e derramou as lágrimas que segurou para se manter forte em frente à Paula. Ele sabia que se ele se desesperasse a morena ficaria inda pior, então preferiu fingir que não estava tão afetado para ajudá-la.

Ele saiu do banho, vestiu uma bermuda e camiseta e saiu para dar boa noite para Jade e Paula. O loiro foi até o quarto da pequena esperando encontrar as duas lá, mas não o fez, então ele bateu na porta do quarto de Paula.

- Pode entrar- ela gritou lá de dentro.

Breno abriu a porta e viu Jade com os olhos fechados na cama e Paula deitada ao seu lado enquanto a pequena acariciava suas costas.

- Quero dar boa noite- ele falou sorrindo e entrou no quarto indo até Jade- Boa noite, minha pequena- ele beijou a testa dela algumas vezes- Acho que ela já tá dormindo.

- Ela tá cansada, tadinha. O dia foi estressante.

- Se nós estamos uma bagunça por dentro, imagina ela- os dois olhavam para a menina adormecida.

- Vamos lá fora que eu quero falar com você.

Paula se desvencilhou dos braços de Jade e saiu do quarto com Breno, fechando a porta e ficando em frente à ela.

- Eu queria te pedir desculpas.

- Por quê?- o loiro perguntou confuso.

- Eu tava muito irritada com você por você "defender" a Letícia.

- Eu que tenho que te pedir desculpas, Paulinha. É muito difícil pra mim admitir que, uma mulher que eu passei anos da minha vida ao lado, é capaz de sequestrar uma criança. Eu só não tava querendo tirar a venda dos olhos- Breno pôs as mãos nos bolsos da bermuda e inclinou um pouco a cabeça para o lado olhando para Paula.

- Hoje foi o pior dia da minha vida- a morena suspirou.

- Foi o meu também- Breno suspirou- Foi horrível pensar que algo de ruim podia estar acontecendo com a pequena. Eu sabia que amava ela, mas não sabia que nesse tanto que eu senti hoje.

- Você ama minha filha?- Paula perguntou olhando intensamente dentro dos olhos verdes.

- Tem como não amar aquele anjo?- ele sorriu- Você criou sua filha perfeitamente, Paula, não tem quem não goste dela.

- Ela é um amor mesmo.

- Você é uma mãe excelente. Até quando a gente conversava só de vez em quando eu já havia reparado nisso- ele acariciou o cabelo dela rapidamente e logo afastou a mão- No fim não rolou o jantar que eu ia fazer.

- Acho que era o destino te dando uma segunda chance pra você não se matar e matar e eu e a minha filha- Paula brincou arrancando risos de Breno.

- Eu to com essa impressão também. Mas eu só queria fazer uma comidinha boa pra vocês duas- ele fez um biquinho.

Paula sorriu olhando para a boca do homem e então se aproximou dele passando os braços pelo seu pescoço e segurando a nuca dele com as mãos. A morena puxou a cabeça dele ao mesmo tempo que aproximou a sua e então selou os lábios em um longo selinho.

Breno havia sido pego de surpresa, mas não precisou de muito para reagir. Ele levou as mãos até a cintura dela e sentiu a morena abrir os lábios. O loiro repetiu o gesto e então a língua quente e macia de Paula penetrou em sua boca se movimentando contra a sua. Estava nítida a necessidade que ela estava de conhecer a boca do homem.

Breno rodeou a cintura dela com os braços e aprofundou mais o beijo virando a cabeça para o lado e então usando sua língua para conhecer a boca da morena também. O beijo não tinha o mínimo de pressa. Eles apreciavam o sabor, a textura e a sensação de estarem conectados daquela maneira.

Paula sentiu o ar de seu pulmão se acabando após um tempinho e então deu um último selinho separando os lábios dos de Breno e olhando no rosto do homem.

- Bom? Mais ou menos?- ela perguntou logo passando os dentes nós próprios lábios para tirar a umidade causada pelo beijo.

- Quer confete?- ele brincou.

- Eu só quero saber se você gostou- ela inclinou a cabeça para o lado e sorriu.

- Eu gostei, linda- Breno tirou uma das mãos da cintura de Paula e levou até os lábios dela acariciando- Seu beijo é bom demais.

- Digo o mesmo do seu- ela deu um selinho dele e separou os corpos- Eu adoraria estender a noite na sua cama, mas quero dormir agarradinha com a minha pequena.

- Eu entendo- ele sorriu e passou a mão pela bochecha dela- Dorme bem.

- Você também- eles eram um último selinho e então cada um foi para o seu quarto.

Aquele beijo calmo e espontâneo que acontecera era apenas o início do que estava por vir para eles.

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