Viagens.

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"Como é bom ver você de novo." – Disse Joe Bartoli, olhando para mim com um sorriso enorme nos lábios.

Joseph Bartoli era o maior inimigo de meu pai. Ele ensinou ao meu pai as suas melhores técnicas e meu pai o traiu. Então, Joe melhorou suas técnicas e expandiu o seu negócio ao voltar para Itália. Mas ele estava de volta...

"Um passarinho me contou que está trabalhando com a Interpol. Pensei que fosse arquitecta." – Continuou – "Bem, pelos vistos todo mundo pode ter mais de uma profissão, não é mesmo?"

"O que quer de mim?"

"Isso é muito óbvio." – Sorriu ainda mais – "Sei que seu irmão sabe mais que você sobre tudo mas é impossível trabalhar com ele."

"Manuel?"

"Não. O da Interpol, sua tonta." – Olhei para ele meio confusa – "Ah, pensei que soubesse que seu irmão é quem é o manda-chuva da operação toda. Estava enganado..."

Ele baixou e me levantou pelos cabelos.

"Agora, escute com atenção." – Disse enquanto me puxava mais para cima – "Você vai me dizer tudo o que sabe desde o dia que eu fui embora até hoje, entendeu?"

"Eu não sei de nada! Eu ju-"

"Você não jura nada. Você sabe sim de coisas e você vai me contar." – Fechei meus olhos – "Comece por essa confusão das mortes. Você estava lá. O que viu?"

"Para quê quer saber isso?"

"Conte!"

"Carina e Adriana estavam no jardim lá fora e eu e Yuri fomos até lá à procura de Carina. Eu não sabia que Adriana era minha prima e-"

"Passa para parte que uma delas morreu. Quem atirou?"

"Foi... foi..."

"Quem foi?!"

"Foi o... Arturo?"

"Arturo? O seu primo, é?"

"Arturo não... não é meu primo..."

"Eu sei. Arturo é seu irmão." – Não respondi –
"Apesar de não saber tudo, eu sei muita coisa sobre sua família Malu, incluindo quem é a mãe de Arturo. Quer saber?"

"Não!"

"É a mesma pessoa que é mãe de Yuri, sabia?"

"Me... o quê?" – Sussurrei – "O que está dizendo...?"

"Isso mesmo querida. Infelizmente não é a sua mãe. Mas sua mãe também não é sua mãe. Nem seu pai."

"O quê?!"

"Você não é uma Gonzaga por parte de Luís Marcos."

"Mas sou uma Gonzaga? Não muda muita coisa."

"Não quer saber quem são seus pais?"

"Não dessa sua boca imunda."

"Cuidado, menina."

"Me deixe ir!"

"Sua mãe é-"

"Cale a boca!"

De repente, ouvi um tiro e Joe me largou.

"Não devia brincar com armas, Yuri." – Disse Joe enquanto sacudia sua mão – "Podia ter atingido alguém."

"Era esse o meu objectivo." – Disse Yuri.

"Podia acertar a pessoa errada, quis dizer." – Disse Joe e eu me levantei.

Yuri olhou para mim e calmamente disse "vá para o carro" e eu fui correndo.

GONZAGA (Não editado)Onde histórias criam vida. Descubra agora