Passo 5: Chamar para dormir em casa

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Não estava com vontade nenhuma de ir para a escola e ter que ver a cara do Owen, sabendo que ele tem uma namorada, mesmo que o relacionamento seja aberto.

Por que eu não consigo desistir? Seria tão fácil, sem todo esse sofrimento. Eu só... não consigo.

Durante toda a aula que temos juntos, reparei que ele estava bem próximo de um cara, acho que chama Michael, e toda hora ele ficava dando uma risadinha.

Nem percebi quando bateu o sinal para acabar a aula. Andie e Ryan tiveram que me tirar de lá, porque eu estava imerso nos meus pensamentos sobre o que eu poderia fazer. Esse realmente é o fim da linha?

Meus amigos ficavam tentando me animar, sem sucesso, e no final, eles só me deixaram em casa e foram embora. Enquanto eu estava jogado na cama olhando para o teto, meu celular vibrou com uma mensagem.

"Hey, Jake, você se importaria se eu dormisse na sua casa por uns três dias?"

Na minha? Ele não mandou mensagem para o número errado? Não, ele escreveu "Jake", então é pra mim!

"Não, pode vir. Minha mãe não vai ficar brava."

Yes! Três noites com o meu crush!

Mas... Por que ele tem que dormir na minha casa? Ele não pode ficar sozinho mais? Deve ser por causa daquela história da festa e da multa... E eu acabei de lembrar que já tô no quinto passo! A Andie e o Ryan vão me matar.

"Vocês nem imaginam o que acabou de acontecer :3"

"O quê, o quê?!" Andie pergunta.

"Fala logo!", Ryan disse.

"O Owen vai dormir aqui em casa!"

Enquanto eles estavam morrendo por dentro, fui arrumando a casa, e minha mãe perguntou o que estava acontecendo.

- Um amigo vai dormir em casa, tudo bem?

- Tudo, mas não façam nada, hein? - ela deu um sorriso que me fez enrubescer. Ugh, como ela consegue fazer isso tão fácil?!

Subi para tentar controlar a sujeira do meu quarto, que só crescia a cada dia, quando de repente a campainha toca. Parei tudo o que eu estava fazendo e fui devagar para a janela para espiar. A campainha tocou de novo, e lembrei que minha mãe tinha saído. Ela deixou a casa e o Owen só pra mim!

Desci as escadas que nem o Flash, arrumando meu cabelo no caminho, preparado para ver o Owen. Ou quase.

Assim que abri a porta, ele olhou para mim, pronto para tocar de novo. Então abaixou a mão.

- Oi - eu disse. - Pode entrar.

- Oi, valeu. Sua casa é legal.

O levei para o meu quarto, e começamos a conversar lá.

- Sua mãe deixá você ter tudo isso de pôster? Se fosse a minha, já teria arrancado tudo.

- Ela me deixa fazer qualquer coisa contanto que não atrapalhe ela - comentei. - É bom, mas às vezes isso é um saco. Enfim, quer jogar alguma coisa no PS?

- Vamos. O que você tem?

Fui pegando meus jogos da prateleira, pensando no que iria falar para ele no jantar. Estava ficando tarde quando conseguimos zerar o jogo que escolhi, sendo que ele nunca tinha jogado, então decidimos ir jantar. Minha mãe tinha dito que ela comprou pizza e que estava na geladeira.

Peguei dois pratos e coloquei a pizza no micro-ondas.

- Você quer terminar o trabalho de história? - perguntei casualmente.

- Já que estamos aqui...

Cada um pegou sua mochila e fomos pesquisando sobre George Washington enquanto esperávamos a pizza ficar pronta. Quando isso aconteceu, estávamos quase terminando.

- Vou pegar a comida. Quer água, ou suco?

- Pode ser água.

O jantar ficou em um silêncio constrangedor, até que eu falei alguma coisa para quebrar o clima:

- Por que você quer ser corredor de fórmula 1, mesmo?

- Ah, não é uma coisa muito "meu Deus"... É só que meu ídolo é um corredor e eu sempre gostei de corridas.

- Se você tentar ser um corredor também, eu vou torcer por você - disse, mais por força de hábito do que para passar uma boa impressão. Depois percebi que o que eu disse foi fofo demais, e fiquei procurando alguma expressão suspeita no rosto dele. É, pelo menos não deu em nada.

Assim que terminamos o jantar, fomos ver um filme, e então dormimos.

No dia seguinte, decidimos que sair do quarto seria bom para nós, então fomos dar um passeio no parque.

Toda hora, eu reparava no quanto Owen ficava mais bonito com a luz do sol, ainda mais quando ele sorria... Não existe ser humano mais lindo que ele, disso eu tenho certeza.

- Jake! Olha, uma feira de adoção! Vamos lá ver! - ele apontou para um lugar onde tinha várias pessoas em volta, parecendo olhar alguma coisa.

- Vamos - respondi. Chegamos perto e vimos que cachorrinhos e gatinhos estavam ao redor. Eu já começava a derreter de fofura.

- Olha esse Golden, que fofinho.

Uma moça apareceu atrás de nós, do nada, e começou a falar:

- Ela tem 1 mês de idade, não é uma fofura? A mãe morreu no parto e ela não tem irmãos, só está procurando uma casa para morar.

- Ela tem nome? - perguntei, acariciando a cabeça da cadelinha.

- Ainda não. Se ninguém a adotar até os 2 meses, aí colocamos um nome.

Olhei para Owen instintivamente, e ele olhou para mim do mesmo modo. É claro que pensamos a mesma coisa.

- Podemos levar?

E você acredita que a moça deixou?! Demos o nome de Fastie, porque ela é bem rápida para sua idade, e depois de toda a papelada, avistamos uma quadra de basquete. Levamos Fastie para lá e brincamos com ela até que fossem 6 horas da tarde.

No meio do caminho, lembrei que a sorveteria ainda estava aberta, e puxei Owen e Fastie para o lugar.

Era a melhor sorveteria da cidade, tinha todos os sabores do mundo, mas nenhum ganhava do sabor morango. A coisa mais doce que eu já comi no mundo, nunca deixaria de ser meu preferido!

Fui direto para o morango, enquanto Owen pegava o de baunilha. Baunilha? Quer dizer, com tantos sabores, ele vai pegar de baunilha? Ok, ok, eu também não posso dizer muita coisa...

Sentamos em uma mesa que ficava do lado de fora, assim Fastie ficava com a gente, começando a conversar.

Foi aí que tomei coragem para perguntar:

- Então, Owen... Você gosta de mais alguém além da sua "namorada"?

6 passos para conquistar um namoradoOnde histórias criam vida. Descubra agora