A notícia

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O tic tac do relógio, único som audível naquele ambiente, fora cessado pelos tinido de uma chave sendo pressionada em uma tranca, e em seguida, o ruido da porta sendo aberta.

Luís Inácio Lula da Silva, prisioneiro daquela pequena salada separada dos outros criminosos que ameaçasse sua saúde física, apenas observava a parede a sua frente, embora conseguisse captar todo o som ao seu redor.

Estavam o furtando de seu repouso quase adormecido.

Em um mexida de cabeça quase imperceptível, conseguiu vislumbrar coturnos em seu alcance, o que indicava que não era seu advogado, fazendo com que seu ânimo para uma receptividade cordial diminuísse gradualmente perante os seus visitantes inoportunos.

– Sabemos que está acordado, mão-mais-leve19 – soa a voz asca, em seguida de gargalhadas soarem.

Aquele apelido...

Lula, como era mais conhecido, fecha os olhos com força, fazendo descaso e não os dando gostinho de merecerem uma replicação.

Apenas murmúrios incompreensíveis torna-se audíveis, e passos firmes se aproximarem, até fixarem à espreita de sua cama – se é que aquele colchão velho poderia ser chamado assim, reclamava suas costas cansadas.

A sombra corpulenta do policial tomava toda a parede que lhe era visível. Logo em seguida, o manifestou-se, em tom mordaz;

– Achávamos que gostaria de saber sobre um novo companheiro de quarto. Se não lhe interessa, será mais divertido quando se encontrarem sem saber o que os esperam...

Aquilo foi suficiente para que corpo de Lula abruptamente deixasse seu estado de inércia e levantasse bruscamente.

– Novo companheiro? O que quer dizer com isso? – questiona, atônito.

Quem fora pego, desta vez? E o por quê de seu advogado não lhe visitara ainda, ou até mesmo ligara, para lhe avisar?

Muitas perguntas e poucos tempo para digerir e racionar sobre elas.

– Acho que o mofo que devora esse quarto velho, também está comendo o seu cérebro aos poucos. Ou pelo menos, achava que tinha capacidade para assimilar informações tanto quanto tem para esconder e enganar os outros. – disse-lhe o policial com puro escárnio em seu risinho débil.

– A casa caiu para mais um de seus devotos, 19. Aos poucos cada rato estarão no esgoto de onde nunca deveriam ter saído. – complementou o guarda mais baixo.

Pobres malditos que não sabem do que falam.

– Você tem medo de criaturas mitológicas? – perguntou o corpulento mais próximo, e mais assustador de todos – Dizem que o seu novo companheiro, além de sugar dinheiro, também suga sangue...

O baque da descoberta o atinge como uma adaga invisível sendo cravada em seu peito.

Ele só poderia estar falando do...

– Você tem medo, 19, ou você não tem nada a Temer...?

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⏰ Última atualização: Mar 23, 2019 ⏰

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Aprisionados no Amor - LULA + TEMEROnde histórias criam vida. Descubra agora