Estamos acostumados a culpar a terceiros pelo nosso fracasso. Se me atraso para a faculdade perco uma prova, é culpa do trânsito. Se me vou mal na prova, é culpa do professor que não sabe ensinar.
Não se responsabilizar quando as coisas dão errado nos faz permanecer em um estado de comodismo, pois nós nunca seremos os culpados pelo nosso fracasso, ainda quando é explicitamente claro que somos os únicos responsáveis pelo que fazemos e pelo que não fazemos.
Nosso cérebro entende que quando algo sai errado, assumir a responsabilidade pelo erro pode nos meter em um problema, então ele tenta nos livrar de um problema e acaba nos metendo em outro: o comodismo.
Miguel é filho de um grande e bem-sucedido empresário; não precisa trabalhar e nem se preocupar com questões financeiras. Miguel nunca fez uma faculdade na vida e nem ligou muito para o que seu pai fazia, só queria saber mesmo do dinheiro. Ele viajava sempre e dificilmente passava os fins de semana em casa, sempre estava em festas e mais festas. E assim ele viveu por anos. Anos e mais anos de gastança descontrolada, dinheiro nunca foi problema. Assim passaram-se 30 anos, os negócios do seu pai já não iam muito bem, dívidas e mais dívidas; mesmo assim, Miguel continuava viajando. Não ligava nenhum pouco para os problemas da empresa. Até que um dia seu pai faleceu e, por ser filho único, Miguel herdou a empresa. Por não entender nada sobre negócios e economia, o que já se esperava aconteceu: a empresa faliu.
Miguel, em um instante, passou de um ricaço, viajante, mulherengo e festeiro a um marmanjo de meia idade, sem emprego e nenhuma formação acadêmica. Tudo que ele tinha foi engolido pelas dívidas, até sua casa.
Perguntado sobre o motivo das coisas terem chegado à esse patamar, ele respondeu: foi culpa do meu pai que não soube administrar a empresa.
Ao invés de cursar uma faculdade e ajudar o pai, Miguel optou por gastar todo o dinheiro da família com festas, mulheres e muita viagem, e, no final, a culpa foi do seu pai.
Miguel continuou gastando o dinheiro remanescente de vendas de alguns apartamentos e ações, mas nunca conseguiu ser rico outra vez.
Pode parecer raro, mas esse é um fim muito comum nos dias atuais. Não se importam com o futuro e gastam tudo o quem têm das mais diversas maneiras possíveis, quando tudo se consome em um fracasso devastador, se escondem por trás da culpa alheia e nunca saem do comodismo.
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Você é o seu futuro
Non-FictionComo construir seu futuro de acordo com suas escolhas.